quinta-feira, 27 de julho de 2017

...

"O que é novo e está guardado para ti vem. mas vem quando segues em frente de coração aberto. vem quando deixas para trás o que não deu certo. vem quando aprendes a aceitar que nem todas as pessoas que mudam a tua vida para sempre ficam na tua vida, e ao teu lado, para sempre."

Sofia, do às 9 no meu blog

Porque sonhar nunca fez mal a niguém

O Gonçalo estava indignado porque um amigo lhe disse que o pai Natal não existia. Ele achava que sim, um adulto da escola a quem ele perguntou confirmou que existia, e ele queria tirar as teimas comigo.

Ele tem quase 7 anos e achei que devia dizer-lhe a verdade e, por isso, hesitei.

Vendo a minha hesitação, ele insitiu:

"Então?"

Eu continuei sem saber o que fazer e até fiquei meia gaga, mas resolvi contar a verdade.

"Pois filho... sabes... na verdade, o pai Natal... "

"... o pai Natal existe, não é, mãe?", interrompeu-me.

"Sim filho, existe.", respondi com um suspiro, enquanto pensava: "que se lixe! Que mal tem se ele acreditar mais uns tempos. Se isso o faz feliz!"

Ele rasgou um sorriso alegre e alíviado e disse:

"Eu sabia!!!!"

<3

CONSULTÓRIO: «Um por todos e todos por um» - Relação entre irmãos

(texto escrito Ana Oliveira, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)
Foto: Pinterest
É um dos melhores presentes (senão mesmo o melhor!) que se pode dar a um filho.

É um gadget mega versátil, que não precisa de upgrade, pois nenhuma versão seguinte o vai o ultrapassar.

É um pack ilimitado de brincadeiras, interações, de gestão de emoções, de exploração de si mesmo e do mundo.

Os irmãos derretem-se no abraço um do outro e degladiam-se pela conquista de espaço, tempo e valorização.

Tudo acontece num minuto e tudo desaparece no seguinte.

Uma delícia louca de assistir e, em simultâneo, um caos que se procura orientar.

Fazem-se os primeiros ensaios de relação com os pares em casa, na «batalha» do dia-a-dia por um brinquedo, atenção, mimo, protagonismo… coisas de irmãos!

As interações que se desenvolvem no seio familiar refletem padrões transacionais que se repetem no tempo e são sequências que vão regulando os afetos, os comportamentos e aquilo que cada elemento pensa sobre si, sobre o outro e o seu papel.

Cada família vai desenvolvendo o seu modelo de relações e daí a minha paixão pelo trabalho com famílias e a sua complexidade.

É esta complexidade estimulante que Minuchin (1979) descreveu como «rede invisível de necessidades funcionais, que organiza o modo como os membros da família interagem», que vamos dando substracto para gerar os nossos filhos.

De entre os vários subsistemas que compõe a família (individual, conjugal, parental e fraternal), o subsistema fraternal, é aquele que é constituído pelos irmãos e que representa precisamente esse terreno fértil de experimentação de papéis sociais face ao mundo exterior à família (escola, trabalho,etc).

É neste subsistema que as crianças desenvolvem as suas capacidades com o grupo de iguais e desenvolvem capacidades de inter-ajuda, competição, solidariedade, resolução de conflitos, afirmação de convicções, argumentação, que desenvolvem o próprio saber brincar.

A interação entre irmãos é, pois, uma máquina poderosa de produção de memórias que gravam e acompanham uma vida.

A última frase carrega por si só o peso de uma interação que se quer saudável e mais igualitária, na qual os pais devem ter um papel fundamental de equilíbrio e regulação, evitando preferências e sobrevalorizações unidirecionais. Apela-se a um lado justo e imparcial mesmo tratando-se dos próprios filhos. Permitam que os seus filhos resolvam as suas próprias questões, arbitrando aqui e ali quando necessário.

Entretanto é “permitido” aos pais que tenham mais identificação com um dos filhos do que com o outro, por caraterísticas de personalidade mais próximas, afinidades com percurso desenvolvimental ou mesmo de semelhança de traços físicos. É permitido, mas sem alianças que criem nichos de uns contra os outros.

Os irmãos são compinchas que saem na rifa da vida e que se leva para sempre num sem fim de momentos: choros, risos, segredos, lutas, escaladas, mas que permitem ligações duradouras de pertença «Um por todos e todos por um».

Quem não tem esta ligação de sangue com um irmão, pode sempre consegui-lo nalguns felizes acasos que a vida nos proporciona e liga a certas pessoas que se tornam como irmãos e se grudam em nós para a Vida.

Ana Oliveira
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar/casal – Oficina de Psicologia

terça-feira, 25 de julho de 2017

Um dia de cada vez!

Costuma-se dizer que "o que não nos mata, torna-nos mais fortes" e, ultimamente, tenho tido a prova de que isto é mesmo verdade.

Se exceptuarmos questões relacionadas com saúde, de facto o ser humano tem uma capacidade gigante para se adaptar às situações, por mais complicadas que elas sejam. Aliás, acredito que essa capacidade revela muito sobre a pessoa.

Há várias formas de vermos, encararmos e enfrentarmos as vicissitudes da vida: ou nos revoltamos e alimentamos o que está a acontecer de negativo (o que não leva a lado nenhum e só nos desgasta), ou nos conformamos e levantamos a cabeça, ou assumimos o papel de mártires e lamentamo-nos a toda a hora, ou "pegamos no bicho pelos cornos" e seguimos em frente.

Não quer dizer que seja sempre fácil. Que não haja dias em que nos vamos abaixo, que não haja dias em que sentimos que não vamos conseguir... mas acredito mesmo que se optarmos por esta última hipótese, que é uma questão de tempo até termos cada vez mais dias bons. Que seja cada vez mais frequente nos sentirmos bem. Que acreditemos cada vez com mais força que vai correr tudo bem.

Leva tempo, não é de um dia para o outro, mas na vida tudo se resolve, sobretudo se estivermos rodeados de amigos e de pessoas que nos querem bem.

A fé também é importante. Funciona como uma força invisível que nos dá esperança e nos faz acreditar que amanhã será melhor. E como acreditar em coisas boas atrai coisas boas, fica tudo mais fácil.

A paz e a felicidade hão-de chegar. Basta viver sem sobressaltos e sem pressas, um dia de cada vez!

Eu acredito mesmo nisso e isso faz-me sentir bem :)

domingo, 23 de julho de 2017

Podia ser pior!

Estava deitada, quando o Francisco começou a mexer-me no cabelo. A fazer-me "penteados". Eu estava deliciada, claro! Ainda por cima estava mais a dormir que acordada... estava a saber-me mesmo bem!

Quando saí do estado de ronha, e como tinha de ir à rua, fui-me pentear e vai de começar a saltar-me ganchos da cabeça, mas assim uns 10! Ele pôs-me ganchos e eu nem notei!

Moral da história: para a próxima tenho que estar mais atenta. Ontem foram ganchos... sabe-se lá o que é que ele vai arranjar para me pentear noutro dia!

sábado, 22 de julho de 2017

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço

O Gonçalo estava a desabafar comigo que não sabia quem havia de escolher para o ajudar a partir o bolo de aniversário na escola.

Parece que é costume que eles peçam sempre ajuda a um ou dois amigos para distribuírem as fatias de bolo (ele faz anos no final de setembro mas, pelos vistos, tenho um filho que gosta de planear as coisas com antecedência. Sai à mãe.)

O dilema dele era que só podia escolher dois, mas estava na dúvida entre quatro. Contudo, estranhei o facto de um dos meninos que ele mencionou ser um colega de quem ele às vezes faz queixas, por este não o deixar brincar. Por sua vez, não referiu um outro menino, que eu sei que, efetivamente, é mesmo amigo dele.

Mostrei-lhe essa admiração e percebi claramente que a escolha tinha mais a ver com a necessidade de aceitação que o Gonçalo sente em relação a esse menino.

Sem querer interferir muito, tentei explicar-lhe que não devia perder tempo a tentar agradar quem não é amigo dele e quem não lhe dá valor e trata bem.

Mal disse isto refleti nas minhas próprias palavras e surgiu-me imediatamente à cabeça a velha máxima do "faz o que eu digo..."

Memórias que valem


O Gonçalo dormiu fora a noite passada. Foi dia de acantonamento na escola e a excitação era total. 

Ainda hoje ele fala do acantonamento que fez no ano passado e, a avaliar pela alegria desta manhã, estou em crer que a experiência deste ano é mais um daqueles momentos que vai para a caixinha das memórias especiais dele. E isto é tudo o que eu quero. Que ele some muitas destas. Porque a vida devia de ser sempre assim <3

Já temos espertinho

Estavam os dois a chatear a minha beleza, quando eu desabafo alto:

"Vocês os dois são tão chatos, pá!"

Imediatamente, uma voz docinha de bebé, num português ainda muito atabalhuado, responde-me:

"Dois não! Xó o mano Gonxáu!"

Verdades em forma de música (mas que levam tempo a entrar)

Sometimes beginnings aren´t so simple
Sometimes goodbye´s is the only way.

(Shadow of the day, Linkin Park)


 ... em homenagem a Chester ❤

quarta-feira, 19 de julho de 2017

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"When a deep injury is done to us, we never heal until we forgive."

Nélson Mandela

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