segunda-feira, 24 de abril de 2023

25 de abril SEMPRE!



25 de abril é, para mim, muito mais do que uma data do calendário. 25 de abril é liberdade, com todo o poder que a palavra tem, e não consigo conceber como é que se vive de outra forma.

Nasci em liberdade, em democracia, e, graças a Deus, não conheço outra realidade. Contudo, o panorama político - nacional, europeu (e não só) - já foi mais auspicioso. Se até há meia dúzia de anos nunca me tinha passado pela cabeça a simples ideia de, um dia, poder vir a ser limitada e castrada em relação ao que digo ou escrevo, hoje não tenho tanta a certeza de que tal não possa vir a acontecer.

Vivem-se tempos estranhos (ou devo dizer preocupantes), em que os movimentos distópicos são cada vez mais banalizados e o discurso autoritário e fascista cada vez mais aceite. E o que mais me custa é que tudo isto vem, muitas vezes, de pessoas que viveram no pré 25 de abril. Que sentiram na pele o que era não poder falar, ter medo, não ter liberdade de escolha para coisas tão simples como ouvir "aquele" música ou ler "aquele" livro. Quanto mais para poder opinar sobre quem deveria governar o seu país!

Como? Como é que se esquece uma coisa destas?!!!

Hoje, mais do que nunca, é urgente recordar o porquê de ter acontecido o 25 de abril. 

Percebo, compreendo que haja muita gente insatisfeita, mas não entendo, não percebo como é que se acha que é no populismo que está a solução.

Quero que os meus filhos cresçam em democracia. Quero que possam escolher o que querem ser e fazer, num país que respeita o outro e as diferenças. Quero que eles saibam hoje e sempre, o que é viver em liberdade.

É por isso que 25 de abril não é hoje. 25 de abril é sempre!

25 de abril sempre! Fascismo nunca mais!


sexta-feira, 21 de abril de 2023

Just perfect!


Esta é a minha ideia de uma sexta-feira à noite perfeita. Eu no sofá a ver uma série que estou a adorar e o meu Kiko a dormir encostado a mim. Seria ainda melhor se o Gonçalito também estivesse aqui ao lado, mas não está longe. Está no quarto a ver uma série também 😄 E é isto. Tão simples e tão perfeito!

A idade não perdoa! 🤣

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Se eu pudesse...


Há um pensamento que tenho de forma recorrente e ultimamente ele tem aparecido ainda mais amiúde do que é costume: adoraria ter o poder de congelar momentos, para os poder espreitar (e reviver) sempre que me apetecesse. Como fazemos com as fotografias. Se eu pudesse, seria esse o meu super poder.

Eles estão a crescer demasiado rápido. Eu olho para o Gonçalo e já vejo um adolescente em ascensão. Aquela voz doce de criança já não existe. Ele continua a ser meiguinho, mas já não tem aquela espontaneidade que só as crianças têm. Ainda me diz, do nada, que gosta muito de mim, mas já não é tão frequente. E eu vejo isso tudo. Vejo e sinto. E assusta-me. Muito.

Do Francisco ainda tenho tudo isso... e é tão bom. 

O "bom dia, mamã", naquele tom melódico e doce que só as crianças sabem conferir às frases; os abraços apertados acompanhados de um "és a melhor mãe do mundo!"; aqueles bracinhos finos que me envolvem de uma forma tão única; a mão dele, pequena e frágil, que procura a minha na rua; as vezes em que ele me diz, quando se aninha a mim na cama, que gosta tanto de dormir comigo porque "é muito reconfortante", diz ele :); é tudo isto que quero congelar e guardar numa gavetinha especial.

Eu sei que eles crescem e tudo faz parte, e ainda bem que assim é (é muito bom sinal!), mas eu gosto de sentir que eles me veem como um porto de abrigo. Um porto seguro. E se é verdade que eu ainda sinto isso com os meus pais, sei bem como é na adolescência. Os pais perdem esse estatuto para os amigos, para os namorados (mais uma vez, sei que faz parte, mas bolas, lá por isso não tem de me ser indiferente!). 

Resumindo, acho que é esta antecipação que me está a custar e por isso é que tenho desejado mais ter este super poder. Na impossibilidade disto ser uma realidade, faço o que sempre fiz desde que o Gonçalo nasceu: tento captar ao máximo todos os pormenores de momentos que vivo com eles. Quantas vezes fico ali, só a observá-los, e a tentar reter cada detalhe. Desde o calor do abraço, à doçura de um beijo, à meiguice de uma frase ou até à aparente trivialidade de uma traquinice.

No fundo no fundo, o que eu tenho é medo. Porque hoje sei que (ainda) sou a pessoas mais importante da vida deles e, chamem-me possessiva, a ideia de perder este estatuo custa um bocadinho :)

sábado, 8 de abril de 2023

As doces tradições da Páscoa

E eis que já estamos na Páscoa. Tenho a sensação de que estes primeiros quatro meses do ano voaram!

Não posso dizer que vibro com a Páscoa da mesma forma como com o Natal, mas as tradições desta quadra trazem-me conforto. É mesmo isto. Conforto à alma.

Domingo passado, fui à missa de Domingo de Ramos. Não é que costume ir à missa (já lá vão os anos em que ia todos os domingos), mas esta missa é particularmente bonita. Tem uma energia boa.

E depois há aquelas tradições já no fim-de-semana de Páscoa. Ontem, sexta-feira Santa, foi dia de caça aos ovos. Uma pessoa não tem uma casa grande, nem quintal, mas a malta não precisa de nada disso! Eles adoram e divertimo-nos imenso. 

Cada um de nós faz uma rodada, que é como quem diz, esconde os ovos pela casa. Este ano foram 12. É daqueles momentos básicos, de simples que são, mas tenho a certeza que eles irão recordá-los com carinho.

Outra tradição da sexta-feira Santa, pelo menos na zona de Sintra, e os meus pais são de lá, é comer mexilhão. Originalmente ia-se à apanha do mexilhão, mas hoje quase todos vão à "apanha do mexilhão no supermercado"! Modernices 😁

Amanhã, é o grande dia. Dia do almoço de Páscoa. A minha mãe faz o tradicional borrego (não aprecio nada, mas a minha mãe faz este prato divinamente bem) e celebramos à volta da mesa, como bons portugueses que somos.

No fundo, adoro estas festividades por isto. Pelos momentos em família. Porque são eles, a minha família, o meu pilar. Porque quero que os meus filhos vivam e sintam este amor e que o levem no coração. 

Tenho a certeza que o levarão ❤️

segunda-feira, 20 de março de 2023

De volta!

 


O Gonçalo está de volta a casa (graças a Deus!). Na bagagem, trouxe uma mão cheia de histórias para contar, fotos para partilhar e memórias que tenho a certeza que ficarão para sempre guardadas no seu coração.

Nunca o vi tão assoberbado! Se eu ainda tivesse alguma dúvida de que tinha feito bem em deixá-lo ir, elas ficariam dissipadas. A forma como ele falou, o brilho no olhar dele... todo ele transbordava felicidade. Percebi, de uma forma muito clara, que ele tinha tanta coisa para me contar que nem sabia por onde começar. Que as emoções o atropelavam, com a vantagem se serem todas boas e doces.  

Dizem que viajar é das maiores experiências que podemos proporcionar a nós mesmos, pela riqueza que traz a vários níveis. Não podia concordar mais!

Venham daí as viagens boas. Das que sabem a sonhos tornados realidade. Das que nos fazem sonhar. Das que nos enriquecem e engrandecem!


quarta-feira, 15 de março de 2023

Ponto de situação de uma mãe com saudades

O rapaz foi-se embora só no domingo, mas as saudades começaram logo no dia em que o fui levar ao aeroporto. E, mesmo sabendo que, se Deus quiser, sábado que vem já lhe vou poder dar um abraço apertado e um beijo daqueles bem repenicados, elas mantêm-se em ritmo crescente.

A casa está num silêncio tal que até soa a estranho e... sei lá... é aquela coisa que disse no post anterior. Parece que me falta um bocado.

O Francisco está (ou será mais certo dizer "estava") a levar a situação bem melhor do que eu pensava. Até ontem, até andava todo contente por me ter só para ele e por ser dono e senhor da televisão e do sofá mas, hoje, a primeiríssima coisa que disse quando acordou foi: "Tenho saudades do mano!"

Quanto ao Gonçalo, anda super feliz (e isso, por si só, é motivo mais que suficiente para eu ficar feliz também). Logo na primeira videochamada que fizemos, disse-me, com a maior naturalidade, que estava a correr tudo bem e que estava a adorar. Que tinha acordado, vestiu-se, arrumou a roupa, fez a cama... 

Repito: arrumou a roupa e fez a cama! Disse ele como se fosse prática comum. O menino que tudo o que faz é à quinquagésima vez de eu mandar!

Ao que parece, segundo a mãe do menino para onde ele foi para casa, o Gonçalo é super bem educado e porta-se muito bem. Escusado será dizer que fiquei super orgulhosa e babada, mas tenho pouca esperança de que ele mantenha esta disciplina toda quando voltar. Da minha parte, juro que vou tentar fazer o que me compete nesta matéria mas, para já, o que eu quero mesmo é que ele regresse rápido!

segunda-feira, 13 de março de 2023

Falta-me um bocado!

O Gonçalo lá foi ontem, todo contente, para a sua aventura de Erasmus. Ia todo feliz e eu também estava feliz por ele mas, ao mesmo tempo, sentia um aperto no peito. Um desconforto generalizado.

Hoje foi a primeira manhã sem ele e só com o Francisco. Foi estranho. Sobrou-me tempo e, por paradoxal que possa parecer, isso atrapalhou-me. Parecia que estava desorientada. Eu sou super organizada e despachada e esta manhã parecia que estava meia totó, sem saber o que fazer.

Uma coisa é estar aquelas 3 noites sem eles, de 15 em 15 dias, quando eles estão com o pai, mas esta coisa que estar só com um, faz-me sentir que me falta um bocado de mim. Palavra. E tenho para mim que quanto mais o tempo passar menos me habituo. O que vale é que é só uma semana :)

Sei que é uma oportunidade incrível para ele e tenho a certeza que ele irá adorar, e irá sair de lá mais rico, e só por isso já vale a pena, mas isso não quer dizer que a ausência não custe, não é?

Aguenta coração! Dizem que ser mãe é isto mesmo, não é: cuidar e deixá-los voar!

quarta-feira, 8 de março de 2023

Sim, faz sentido comemorar o Dia Internacional das Mulheres


Foto: site https://culturaalternativa.com.br/

Hoje, comemora-se o Dia Internacional das Mulheres. 

Todos sabemos que homens e mulheres são diferentes - e ainda bem que assim o é - mas argumentos fisiológicos não podem ser uma pedra na engrenagem para a evolução da sociedade, como muitos insistem em fazer (de um modo altamente demagógico).

Este dia faz sentido de ser comemorado enquanto persistirem diferenças salarias entre homens e mulheres para a mesma função.

Este dia faz sentido de ser comemorado enquanto continuar a existir renitência em contratar mulheres para cargos de chefia, unicamente por motivos de género.

Este dia faz sentido de ser comemorado enquanto a gravidez for considerada um "handicap" para o empregador.

Este dia faz sentido de ser comemorado enquanto as desigualdades forem evidentes mas, ainda assim, surgirem vozes que se insurgem contra esta efeméride, sob o argumento de que "as mulheres não têm do que se queixar".

Este dia faz sentido de ser comemorado enquanto não se interiorizar que o feminismo é um movimento que luta, apenas e só, pela igualdade - um direito básico patente na Declaração dos Direitos Humano.

Este dia faz sentido se ser comemorado enquanto, em casa, o homem "ajudar" a mulher.

...

Um dia, espero que este DIA deixe de ser comemorado por não fazer sentido. Mas ainda não é hoje!


Feliz Dia Internacional das Mulheres!



segunda-feira, 6 de março de 2023

Malabarismos emocionais de uma mãe

No próximo fim-de-semana, o Gonçalo vai viajar com a escola. Vai ficar fora uma semana, no âmbito do programa de Erasmus, num país longe e em casa de uma família que eu não conheço.

Por um lado, estou muito feliz por ele. Acredito que vai ser uma experiência super enriquecedora e inesquecível. Por outro, estou aqui com o coração apertado, com medo de mil coisas (nem imaginam o quão criativa a minha mente consegue ser e os filmes que eu já fiz!).

Já falei com a mãe do menino que o vai receber, parece-me super querida, mas mesmo assim já sei que vai ser uma semana dura. Para mim e para o Francisco. A ausência do Gonçalo vai pesar de certeza. Mais uma vez, já sei que vou ficar triste por não o ter aqui, mas ao mesmo tempo de coração cheio por saber que ele está a criar memórias boas (pelo menos assim o espero).

Depois venho contar-vos como está a ser!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Ai, se fosse possível congelar o tempo...

Tanto o Gonçalo como o Francisco são muito docinhos. Também são reguilas, cada um com mau feitio à sua maneira, mas são muito meiguinhos. Não é invulgar abraçarem-se a mim e dizerem-me que gostam muito de mim, do nada. Só porque sim. E o que eu me derreto com estas coisas!!!
Ainda ontem, quando o Francisco acordou, a primeira coisa que me disse, ainda com um olho aberto e outro fechado, foi: "Gosto tanto, mas tanto de ti mamã!" 

O tom com que o disse, o abraço com que acompanhou as palavras... não há como descrever uma coisa assim!!!

Nestes momentos fecho os olhos, na esperança de que ao fazê-lo seja capaz de congelar um pouco o tempo. Tenho de aproveitar, porque sei que eles ficam menos "expressivos" com a idade. Digo isto porque apesar do Gonçalo continuar a ser muito meiguinho, ainda ontem estava mel puro, noto alguma diferença neste campo. Os 12 anos fazem-se sentir numa menor regularidade destes momentos. Sei que é normal, mas sei lá... acho que tenho receio que estes gestos fiquem cada vez menos frequentes e que um dia desapareçam de vez. Espero que não. Por via das dúvidas, vou tentar agarrar o sabor, a sensação e o cheiro destes momentos, para que fiquem bem gravados em mim.

Arquivo do blogue

Seguidores