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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Socorro! Isto está agreste!

Esta manhã o Gonçalo estava a dizer que queria levar um brinquedo para a escola.

"Não podes. A Sofia (educadora) não quer. Já te expliquei isso."

"Mas eu quéio."

"Pois, mas quem manda é ela."

"Quem manda sou eu." - ripostou.

"Mas quando é que te convences que em casa são os pais que mandam, na escola são os professores e auxiliares... na prática quem manda são sempre os crescidos e não os pequeninos." - expliquei pela enésima vez.

(pausa)

"Pois... mas quem manda em mim sou eu!" - rematou.

(E eu pergunto: não era suposto estas frases serem proferidas apenas por filhos adolescentes e não por um pirralho que acabou de fazer 5 anos?!)


terça-feira, 16 de abril de 2013

Olá. Stop. Bebé a caminho. Stop. Agora podemos festejar. Stop.


(ou participação de um gajo num blogue que tresanda a perfume feminino – parte III)


Pode dizer-se que a gravidez da minha mulher durou três anos. Desde o primeiro momento em que decidimos ter um filho que assumimos o que naturalmente toda a gente assume: que ele chegaria pouco mais de nove meses depois. Mas não foi assim. Foi um processo longo, com muitas tristezas e desânimos, que culminou, felizmente, no dia mais feliz das nossas vidas.

No dia em que a minha mulher me disse que “a nau tinha finalmente chegado a bom porto”, fiquei radiante. Não só porque senti que começava um novo capítulo da minha vida, mas porque senti que a minha cara-metade se sentia preenchida, que tinha deixado de sentir aquele vazio soturno que marcava os meses, como uma marcha fúnebre lúgubre e vagarosa que arrastava os seus sorrisos para um poço sem fundo.

Se notei diferença entre a alegria dela e a minha? Não, sinceramente não notei. Dei comigo a abandonar as questões mais pequenas e a pensar no “big picture”, relativizando as coisas e reordenando os assuntos por importância, colocando o bebé no topo da hierarquia, como é natural. Notei, todavia, que eu continuei durante um tempo a abordar a gravidez de uma forma mais pragmática – algo que contrastou com a maneira mais apaixonada e ternurenta com que a minha mulher brindou a nova conquista. E é natural: a relação com o meu filho tinha começado na cabeça dela antes de ter surgido na minha. Na verdade, ele e ela tinham já uma ligação muito antes de a terem. Ela já sabia que ia ter um bandido que lhe arranca risadas a torto e a direito, e ele já sabia que ia ter a melhor mãe do mundo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A questão desconfortável: ela gosta mais do puto ou de mim?

(ou participação de um gajo num blogue que tresanda a perfume feminino – parte III)


Diz que mãe há só uma. Concordo. Maridos pode haver vários, caso haja “erros de casting”.

Na verdade, para mim, “mãe” é uma palavra sagrada na boca de uma criança, mas permitam-me abordar sem receios e frontalmente a questão que é tantas vezes ignorada propositadamente quando nasce um filho, e que tem que ver com o amor que a mulher tem ao marido: afinal, de quem gosta mais ela?

Lembro-me de todos os minutos do dia em que nasceu o meu filho. Foi o dia mais feliz da minha vida. Quando o vi pela primeira vez, foi um momento mágico, mas a excitação foi atenuada pela grande quantidade de tarefas que o acontecimento acarreta e que não pode ser partilhadas com a mãe por motivos óbvios (sim, que o trabalho de enviar mensagens e de recolher as primeiras páginas do jornal do dia é claramente menosprezado – e para nós não há cá direito a epidurais e outras mariquices).

O rapaz era bonito, mas nunca me tinha sido apresentado. Na verdade, para ser honesto, chorou logos nos primeiros minutos, algo que – convenhamos – não cai bem num primeiro contacto.

Foi nessa altura que percebi que a relação de nove meses que o rapaz já tinha com a minha mulher fazia a diferença. E penso que fará para a vida. E vivo bem com isso. Neste desafio particular, não há lugar a comparações. Se a minha mulher tem de tocar em pila de outrem, que seja do meu miúdo (too much information?).

Mas serve este post para alertar os pais que ainda se debatem com esta questão. Acordai, amigos! É uma batalha que não ireis vencer. Na verdade, mais vale meter o “rabo entre as pernas” (sempre quis usar esta expressão num post) e ladrar até ao fim da corrente… Lembrai-vos de evitar expressões como «tu já não gostas de mim», «desde que ele nasceu que não me ligas nenhuma», «mas paras de brincar com o miúdo e tratas do jantar ou não?!» (esta última NUNCA, sob pena de abstinência sexual forçada durante meses). Pensai à frente. Ide para o escritório e agarrai-vos à Playstation ou à Xbox 360.

Jogar Fifa ou Halo pode ser um prémio de consolação, mas tendo em consideração a alternativa, vale a pena. E, de uma vez por todas, colocai isto na cabeça: ela nunca vai gostar de vós como gosta do puto que está aí a pular em cima do sofá e a dar puns de uma forma libertária, com a qual nós só podemos sonhar.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O meu filho, a minha mulher, o pediatra e eu


(ou participação de um gajo num blogue que tresanda a perfume feminino – parte II)


Não sei se estou sozinho nesta batalha. Espero que não. Deixem-me colocar as coisas muito simplesmente nestes termos: o pediatra do meu filho não vai com a minha cara. Mas vai com a cara da minha mulher – ui, se vai.

As visitas ao pediatra ficam geralmente a dever-se ao mau estar do meu pequeno, mas quem sai de lá doente sou eu. Aparentemente, o facto de acompanhar a minha mulher impede que “pinte um clima” na sala em que ela está reunida com o médico. E nem o facto de estar lá a minha criança me demove de pensar muito simplesmente que o pediatra me acha uma pedra no sapato.

Estou a exagerar? Vamos a factos (e não meras opiniões):

- Quando chegamos, ele cumprimenta o Miguel, diz «Olá Susaninha» (sublinho o diminutivo carinhoso empregue) e aperta-me a mão, dizendo um seco e frio «Como está, pai?» (sublinho o óbvio desconhecimento do meu nome, mesmo ao fim de três anos…)

- Eu pergunto: «o Sr. Dr. considera necessário que lhe demos o medicamento X?»; Resposta dele: «Sabe, Susaninha, essas preocupações são normais…» Apetece-me soprar numa vuvuzela, fazer sinais de fumo e gritar: «Sabe, essa pergunta fui eu que fiz! Eu, que estou aqui ao seu lado!!!»

- A minha mulher faz uma pergunta e ele responde carinhosamente, «Não é preciso, Susaninha, não se deixe aborrecer com isso…»; À mesma pergunta, feita por mim duas semanas depois, obtenho um ríspido «Deixe-se disso, onde foi buscar essa ideia? Nem pensar!»

- Quando vou sozinho com o meu filho, as consultas demoram três minutos. Quando levo a minha mulher, demoram pelo menos 15…

Dá a ideia que eu poderia estar a dançar de tanga de leopardo, a fazer ruídos guturais simulando rituais de acasalamento dos bonobos no Congo enquanto agitava freneticamente bandeiras do PNR que, desde que a minha mulher estivesse no consultório, tudo estaria bem. (E não, não tenho fotos deste tipo de comportamento).

Não estou a ser paranóico. Estou a enumerar factos. É realmente gritante a diferença. Não consigo deixar de pensar que a atitude dos pediatras (masculinos) é diferente, tendo em consideração com quem falam. O exemplo que tenho poderá ser viciado. Mas se o for, também é viciado na minha mulher. E isso incomoda-me. É que eu também sou viciado nela.

À imagem de muitas outras coisas, também aqui as mulheres e as mães levam a melhor. Por serem mais inteligentes, doces e femininas. O facto de não terem pelos no peito ajuda, vá.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

And Now, for something completely different!


Quando criei este blog pensei logo que seria interessante ter também aqui a perspetiva de um pai; como, aliás, poderão comprovar no primeiro post do blog, em que falo no papá João.

O tempo foi passando e este papá, que não é o papá do Gonçalo (mas sim do M.) e também não é meu marido, mas sim marido da S., teve muitos TO DO´s na vida que o impediram de escrever para este cantinho mais cedo, mas parece que é desta que vamos começar a contar com ele de vez em quando :) Yééééé!!!

Segue o primeiro post dele, que tem o intuito de o conhecerem melhor!


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Os homens também são sensíveis

(ou participação de um gajo num blogue que tresanda a perfume feminino – parte I)

Daddy John, que percebe tanto de mulheres como de física nuclear

Desafiado pela autora deste blogue – de quem sou amigo há anos – a contribuir para ele de alguma forma, dando a minha perspetiva masculina sobre o universo feminino que nos serve de viagem diariamente nos posts do Entre Biberons e Batons, eis-me, pois aqui, preparado para atirar uma ou duas larachas à parede, dando voz à muita parvoíce que me acompanha há anos e correndo o sério risco de servir de alvo das mais atrevidas galhetas de uma ou outra leitora mais dedicada.

Leio o blogue todos os dias. Acompanho a página no Facebook e, como referi, conheço a Sofia há muito tempo. Orgulho-me, de resto, de ter estado presente no fim-de-semana em que a minha estimada amiga conheceu o seu marido. Parece-me adequado que, nesta primeira contribuição, possa disso falar. Servir-me-á para estar mais à vontade e para denegrir sempre que possível a imagem dos dois felizes progenitores do “Goncalo”. Sim, para mim é Goncalo (sem cedilha) - ficará para outro post a explicação.

Foi numa viagem para os Algarves que eles se conheceram. Não vou gastar tempo nem aborrecer-vos com detalhes sinuosos e desinteressantes sobre a viagem em si, mas bastará dizer que houve danças com muletas, vídeos, motas de água e mojitos. Na verdade, bem vistas as coisas, faltou pouco mais que elefantes e anões, e se há fotos bastará referir que éramos novos e precisávamos do dinheiro. Bom, a verdade é que dessa viagem eu trouxe um torcicolo e eles trouxeram um casamento.

Até hoje, eu finjo que gosto deles e eles fingem que gostam de mim. É uma relação que beneficia ambos. Eu dou conselhos à Sofia – que ela amavelmente agradece e tenta ao máximo não seguir. Não atende os meus telefonemas, evita responder a e-mails e quando sabe que vou para a marginal, não sai de casa. Eu agradeço a honestidade. Mas há uma coisa que ninguém me tira: é que fui eu quem lhe disse «olha que eu acho que o rapaz te acha mesmo muita muita piada…». E acertei.

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