Encontrei esta infografia no Pinterest e achei que a tinha de partilhar convosco. Adorei! <3
Mostrar mensagens com a etiqueta Consultório. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Consultório. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 4 de abril de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
CONSULTÓRIO PSICOLOGIA: O que se passa com os meus pais?
(Texto escrito por Ana Oliveira, Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar
e de Casal da Oficina de Psicologia)
No outro dia, estavam a falar alto por causa dos horários, até acho que
era por causa da minha hora de ir para a cama ou de tomar banho.
Mas porque é que isso é um problema?
Acabamos por fazer tudo direitinho como fazemos todos dias. Os gritos
não apressaram as coisas. Eu até fiquei assustado. Às vezes grito quando apanho
um susto.
Será isso? Será que os meus pais estão com medo de alguma coisa?
Não sei o que se passa com os meus pais.
De vez em quando vejo-os amuados (como eu faço, quando não fazem o que
eu quero), e cada um anda para seu lado ou vira a cara ou fala como se o outro
não estivesse na sala. Até parece um jogo! E eu olho e até quero entrar naquela
brincadeira de fazer de conta que o outro é transparente.
Não sei o que se passa com os meus pais.
Tenho tanta sorte em ter tantos avós que gostam de mim e me mimam e
fazem festas e passeios… porque é que eles dizem tantas vezes «És mesmo como a
tua mãe!» … A gritar e com cara de zangados como se fosse uma coisa feia e para
chatear.
Não percebo os meus pais.
Não percebo porque não nos sentamos mais vezes no chão e fazemos
piqueniques, agora que está frio lá fora.
Não percebo porque não posso mexer no telemóvel, jogar ou tirar fotos
quando eles fazem isso tantas vezes.
Não percebo porque tenho de comer sopa e legumes quando eles não o
fazem.
Não percebo… Mas um dia os meus pais vão-me explicar!
Ana Oliveira,
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar e de Casal, da Oficina de Psicologia
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar e de Casal, da Oficina de Psicologia
terça-feira, 15 de março de 2016
CONSULTÓRIO: Socorro! O meu filho tira-me do sério! – Reflexões em torno de ser pai/mãe
Não raras vezes percebemos nos pais algumas
fragilidades, fragilidades essas alavancadas no desgaste natural do que é exercer
a parentalidade.
São muitas as vezes em que os pais nos chegam
desorganizados e mesmo desesperados por já nada funcionar na gestão dos
comportamentos dos filhos, carregando consigo “a cruz” de que lhes demonstram
estas fragilidades.
Partindo do princípio de que as crianças aprendem
sobretudo por observação (sim, as palavras são claramente pouco efetivas no que
se trata à transmissão de regras e normas), mostrar às crianças que já não
sabemos o que fazer como pais pode ser um caminho penoso. Neste sentido, o
primeiro passo na educação dos nossos filhos é o próprio empoderamento dos
pais!
Este caminho inicia-se na transmissão de competências que se baseiam claramente na confiança que deverão ter na mudança que querem implementar. Ou seja, a partir do momento em que os pais sabem o que pretendem mudar e como o irão fazer, nada, nem mesmo a escalada de comportamentos dos mais pequenos (que sim, é o mais certo que aconteça) os poderão rebater! Por isso, nesses momentos em que os seus filhos o levam ao limite e o fazem pensar em desistir de implementar a mudança, experimente respirar fundo, refletir sobre os ganhos que quer obter no futuro com o que está a implementar, e mostrar ao seu filho que a firmeza e a consistência são as palavras de ordem agora.
Este caminho inicia-se na transmissão de competências que se baseiam claramente na confiança que deverão ter na mudança que querem implementar. Ou seja, a partir do momento em que os pais sabem o que pretendem mudar e como o irão fazer, nada, nem mesmo a escalada de comportamentos dos mais pequenos (que sim, é o mais certo que aconteça) os poderão rebater! Por isso, nesses momentos em que os seus filhos o levam ao limite e o fazem pensar em desistir de implementar a mudança, experimente respirar fundo, refletir sobre os ganhos que quer obter no futuro com o que está a implementar, e mostrar ao seu filho que a firmeza e a consistência são as palavras de ordem agora.
Sempre que enveredamos por expressões como
“Tiras-me do sério”, “Não consigo fazer nada de ti”, “Estou farto/a de aturar
os teus comportamentos” estamos a perpetuar o ciclo da explosão dos
comportamentos, dado que, se é atenção que os miúdos querem, e se é assim que a
conseguem (mesmo que com a atenção negativa, através de gritos e de posturas
desesperadas dos pais), então continuarão a por em prática estes
comportamentos! O mesmo acontece com “a palmadinha na hora certa”, que por
vezes é mais frequente do que gostaríamos: lembre-se que ao resolver os
problemas com “a palmadinha”, o seu filho está a receber a mensagem de que
poderá resolver problemas batendo (reflita, a este respeito, que são as
crianças vítimas de violência familiar as que mais perpetuam o ciclo nos
diferentes contextos, em casa ou na escola).
Experimente fazer diferente: em vez de estar
hipervigilante aos maus comportamentos, experimente apanhar o seu filho a fazer
bem e diga-lhe isso mesmo!
Sim! Não tenha medo e arrisque. Faça com que ele obtenha a sua atenção quando está a fazer bem e quando o/a deixa orgulhoso/a.
Sim! Não tenha medo e arrisque. Faça com que ele obtenha a sua atenção quando está a fazer bem e quando o/a deixa orgulhoso/a.
Vamos lá tentar por isto em prática? Vá, deixe-se
“sair do sério” só desta vez!
Natália Antunes
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
CONSULTÓRIO: Limites – Os estabilizadores da Criança
(texto escrito por Rita Castanheira Alves, a Psicóloga dos Miúdos)
Dar
limites é orientar. É ensinar e mostrar aos filhos onde é o começo e onde é o
fim, onde estão as barreiras que definem as suas acções e comportamentos. Não
se trata de uma aprendizagem automática, implícita no nosso código genético. A
aprendizagem de limites é feita com quem educa os miúdos, com os adultos
significativos e presentes nas suas vidas, de forma activa, onde se incluem os
pais, mas não só.
Ter
limites é fundamental para o crescimento de qualquer criança, para que tenha
uma noção clara de si mesma no mundo, para que
saiba até onde pode ir e em que momento deve parar, porque aí começa o direito
do outro, e para que consiga distinguir o certo do errado. Tais noções permitem
estabelecer contacto com as primeiras aprendizagens acerca do funcionamento do
mundo lá fora, para além da sua própria casa. É como criar um «minimundo de treino»,
que pode ajudar os mais novos a crescer com a capacidade de lidar com os
limites e regras inevitáveis do exterior e, consequentemente, com a difícil
frustração e a contrariedade, desenvolvendo estratégias para lidar com as
mesmas. Os limites são reguladores emocionais das crianças, devolvendo-lhes
calma e segurança, pela percepção e pela aprendizagem do que é suposto, do que
não é, do que é bom, mau, apreciado e julgado.
Mas,
afinal, o que é dar ou estabelecer limites?
Dar limites é saber dizer não, dar e explicar em troca o sim, explicitar o que é hipótese e o que não deve ser hipótese, estabelecer as regras e o que é esperado, limitar o que não se pode fazer e o que é permitido e ser consistente e coerente nesses limites. É um jogo para jogar desde que os filhos são pequenos, começando por noções básicas de identificação e não permissão de certos comportamentos ou acções e de ajuda para chegar aos adequados.
Quando é
ensinado demasiado tarde, este jogo é excessivamente difícil para pais e
filhos. Principalmente se a criança tiver passado alguns anos sem limites e se
se deixar ao seu cargo a criação dos mesmos. No caso dos adolescentes, mais
ainda se impõe a necessidade de ter sido criada uma base de limite, de
proibição e permissão e de conhecimento das regras fundamentais.
Com a chegada da adolescência, chega também o desafio, a oposição, o investimento mais sério numa identidade independente e, inevitavelmente, a tendência para ir contra aquilo que está estabelecido. É um momento de muita negociação. É uma fase que exige que tudo aquilo que é fundamental seguir e não quebrar já esteja estabelecido e cimentado, sendo a negociação o meio de estabelecimento de limites privilegiado.
A criação
de imposições deve ser feita sempre pelos adultos, nunca pelas crianças. O
desafio e a oposição dos mais novos não deve ser motivo para que se quebrem as
regras. Os limites devem existir nas rotinas da família e da criança, do espaço
ao tempo: limitar o espaço de cada um, a cama de cada um, limitar o tempo que
se dedica a cada tarefa e qual é o momento e o local para determinado
comportamento ou acontecimento.
Para os
pais, limitar é também uma aprendizagem que poderá, em determinados momentos,
mostrar-se difícil. Esta dificuldade pode advir de diversas situações, seja
pela própria história de vida dos pais, da sua infância, da experiência de
gravidez/adopção ou dos primeiros meses de relação, seja por culpa ou por
receio de prejudicar os filhos, seja por
sentirem que são maus pais ou pelo receio de não serem amados, seja porque
receberam eles próprios uma educação excessivamente autoritária ou
excessivamente permissiva, levando a que possam ser, consequentemente,
excessivos em permissividade e/ou autoritarismo e limitação.
Na
educação de um filho, quando os pais tentam estabelecer os limites, a
consciência, a reflexão e as suas dúvidas sobre a forma como estão a fazê-lo,
como se sentem a fazê-lo e as causas do que sentem são questões essenciais para
que se ajustem alguns pontos importantes. Adultos que não conheceram limites na
infância e na adolescência podem passar (ou fazer outros passar) por sérias
dificuldades. São adultos que tendem para o narcisismo e para uma omnipotência,
acabando, às vezes, por ficar sozinhos ou, em certos casos, por fazer sofrer as
pessoas próximas em diferentes contextos das suas vidas. Inevitavelmente, o
confronto com o limite acontecerá; se em criança os pais poderiam fazer
desaparecer ou atenuar o limite, em adulto tal pode não acontecer. Sem
aprendizagem não se conhecem limites, nem se está preparado pata lidar com a
existência dos mesmos.
É
essencial que os pais ditem as regras e os limites do jogo. É
fundamental que saibam dizer não e que os filhos saibam aceitá-lo. É fulcral aprender, passo a
passo, e reflectir sobre como limitar, quando limitar e em que situações. Os
pais devem saber e confiar que são capazes de ditar limites, ou que podem
socorrer-se da ajuda de outros adultos, e, mais do que isso, que têm de o
fazer. Devem saber que nem sempre o «refilanço», a reclamação ou o choro
significa que o que fizeram é prejudicial para os miúdos. Devem saber que nunca
é tarde para, pelo menos, tentar.
O que estou a fazer? — Reflexões sobre o processo de
limites
Em todo o
processo de estabelecimento de limites, difícil, cansativo e exigente, vá
reflectindo e recordando:
Rita Castanheira Alves, Psicóloga dos Miúdos
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
CONSULTÓRIO: Quando os maus comportamentos se tornam moda
Foto Pinterest |
A escola e o contacto com outras crianças
é uma mais-valia muito importante para o desenvolvimento de qualquer criança. É
com os amiguinhos e colegas que a criança testa relações, experimenta
diferentes tipos de amizades e constrói uma rede de suporte para se conhecer
melhor e para conhecer melhor os outros.
Porém, tudo tem um reverso da moeda e
por vezes é também no contacto com os outros que os mais novos desenvolvem
alguns comportamentos desadequados e que gostaríamos que os nossos filhos não
tivessem. Já está a pensar em alguns? As asneiras que nunca ouviu em casa, os
comentários sarcásticos, as brigas, … Em muitos casos criamos uma discussão e
alguns castigos na tentativa da criança ter consciência dos erros que está a
cometer. Por vezes temos sucesso outras vezes nem por isso… o desafio é
tentarmos uma nova abordagem.
1.
Pense quantas
vezes na sua vida não deu por si a fazer algo porque os amigos também faziam…
Mesmo que hoje pense nisso como algo errado ou ridículo. A verdade é que todos
nós já estivemos nesse lugar, a tentar agradar a alguém de qualquer maneira.
2.
Agora assuma a
sua experiência como um exemplo, mas tente escutar e perceber qual a motivação
do seu filho. Ouça-o e questione sobre o porquê desses comportamentos e tente
não julgar ou ajuizar os seus motivos.
3.
O que acha ele
disso? Não interrompa, nem aponte logo o dedo, compreenda qual a função desses
comportamentos. Só assim poderá ajudar.
4.
De uma forma
empática, mostre que compreende o motivo dele, mas… sim há sempre um mas e nós como adultos temos que
conseguir mostrar o outro lado desta questão à criança. Mas este comportamento
tem consequências negativas agora e talvez no futuro e talvez o seu filho
precise de ajuda para compreender quais.
5.
Se o
comportamento magoa alguém, tente ajudar a criança a colocar-se no lugar do
outro para compreender melhor o que a pessoa sente e tentar reparar o que fez,
mesmo que com um simples pedido de desculpa. Não imponha simplesmente esta
reparação, é importante o seu filho perceber como isto vai fazer com que a
outra pessoa se sinta melhor.
6.
Negoceie também
com o seu filho que este comportamento não se deve repetir e aqui sim, é
importante falar sobre um castigo ou punição que a criança terá se este se
repetir. Depois, seja firme e cumpra o que prometeu.
Seja fonte de suporte e não de recriminação. O seu
filho está a crescer, a experimentar e a testar limites do correto e incorreto,
do bom e do mau. Neste momento e no futuro, será muito mais seguro e melhor
para ele contar com o seu apoio do que temer a sua reação a qualquer erro ou
problema que tenha.
Ser pai não é fácil, mas compensa. ;)
Inês Custódio
Psicóloga na Oficina de Psicologia
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
CONSULTÓRIO: Lutas entre crianças
(texto escrito pela
psicóloga Vera Lisa Barroso, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
"Hoje,
quando a minha mãe me foi buscar à escola, perguntou entre o assustado e o
admitarado: «O que aconteceu filho?»
Eu
tinha a cara cheia de arranhões, nódoas negras nas pernas e a minha t-shirt
preferida rasgada..."
Esta é uma das situações que mais preocupam os pais:
os filhos poderem andar às lutas com os seus pares.
Independentemente de quem é o culpado, o seu filho
ou os outros, é crucial participar na vida escolar dos seus filhos e não
ignorar o ocorrido.
É importante ensinar ao seu filho as formas mais
dignas de interagir e relacionar-se com os outros, assim como a importância do
convívio entre amigos. Ensine-o a respeitar os colegas e a evitar os confrontos
físicos como meio de resolver conflitos e desentendimentos. Uma situação como
esta exige uma conversa, onde perceba em primeiro lugar o que aconteceu
exactamente. Tenha em atenção que muitas vezes as crianças não dizem porque
andaram a lutar, por terem medo, vergonha ou até mesmo por estarem a ser
vítimas de bullying na escola.
Em caso de bullying
é crucial que os Professores e Direção da escola tomem conhecimento da
situação, de forma a poderem tomar medidas preventivas no espaço escolar. Se
ele se magoou, evite frases como “é para
aprenderes”, “bem feita” ou “eu não te avisei?”... Será suficientemente
problemático e humilhante para ele ter sido ferido.
Em crianças pequenas talvez seja aconselhável falar
com os pais do outro (ou outros) interveniente(s), de forma a transformar a
situação de luta numa situação amigável, onde as crianças poderão tirar as suas
aprendizagens e pedir desculpa uma à outra (independentemente de quem foi o
culpado).
As crianças estão a descobrir o mundo e a
experimentar relações, lutam e fazem as pazes com alguma frequência. A raiva
faz parte do crescimento de qualquer criança e torna-se passageira se for bem
contextualizada pelos adultos responsáveis.
Transmita-lhe confiança, dizendo que estará sempre a
seu lado, que o quer ajudar e que a violência não resolve os problemas. A
melhor forma de resolver as diferenças é o diálogo.
Vera Lisa Barroso
Psicóloga Clínica
Equipa Infanto-Juvenil
Oficina de Psicologia
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
CONSULTÓRIO: Na hora do castigo…
Filhos chateados, pais irritados,
discussões e choros pelo meio… A hora do castigo não é agradável para ninguém!
Porém, o castigo é essencial, em alguns momentos, para ajudar as crianças a não
repetirem comportamentos desadequados, a regularem as suas emoções ou
simplesmente para pararem um pouco para respirar. No fundo, quando bem
aplicado, um castigo pode cumprir funções muito mais importantes do que uma
simples punição (que muitas vezes pode não ter o efeito desejado), mas ser também
uma forma de aprendizagem, um treino para a criança parar um pouco e para se
tranquilizar.
Este efeito pode ser aprendido rapidamente
em poucos castigos, mas para isso é necessário ter alguns cuidados na hora do
castigo.
Respire
fundo e tente manter-se calmo
Muito do impacto que o castigo vai ter
no seu filho vai depender também da forma como vai dar esta instrução à
criança. Lembre-se quem é o adulto nesta relação e por muito que a criança o
possa irritar, tente manter algumas calma, fale num tom de voz moderado e de
forma pausada. Evite entrar em escaladas de gritos. A sua perda de controlo
retira a autoridade que possa ter e o respeito que a criança terá nessa altura.
Não
ria! Se o fizer talvez não seja hora do castigo.
Se a sua intenção é punir um comportamento, não pode rir desse comportamento. Por mais difícil que possa ser, não ria! De outra forma, a mensagem que queria passar acabou de se perder.
Se a sua intenção é punir um comportamento, não pode rir desse comportamento. Por mais difícil que possa ser, não ria! De outra forma, a mensagem que queria passar acabou de se perder.
De
forma simples e clara todos se entendem
Seja simples, direto e faça um discurso
curto. Nunca se esqueça de mencionar claramente a razão pela qual a criança vai
ficar de castigo, qual o castigo e quanto tempo vai durar. Por exemplo: “bater
no teu primo foi muito errado, magoaste-o! Vais ficar aqui sentado 5 minutos
sem brincar ou falar com ninguém, para poderes pensar!” ou “Voltaste a deixar
tudo desarrumado, ao contrário do que te pedi! Durante os próximos dois dias
não poderás usar a PSP”.
Evite
os castigos divertidos!
Parece contrassenso mas, por vezes,
muitos castigos não são vividos como tal. Evite mandar a criança para o quarto,
para a rua ou qualquer local com muitos estímulos positivos. Como tal, evite
também dar uma tarefa à criança que facilmente se possa tornar uma brincadeira
ou vigie o momento em que ela faz a tarefa.
Alguns exemplos de castigo pode ser o
time-out (afastar a criança dos estímulos e ficar parada e algum local), fazer
uma tarefa menos agradável para ela, repor o que possa ter estragado, retirar
um objeto especial…
Tempo ideal é tão importante como o tipo de
castigo
Nenhum castigo deve ser demasiado curto,
nem demasiado longo. Castigos que duram muitos dias e semanas são menos
eficazes. Dê preferência a castigos curtos, mas que tenham impacto momentâneo
no seu filho. Se optar por fazer time-out, pode colocar um tempo proporcional à
idade da criança (5 anos = 5 minutos; 6 anos = 6 minutos …), quando decide
tirar algo à criança escolha também um tempo realista. Finalmente seja
contingente, isto é, aplique o castigo o mais próximo possível do
comportamento, desta forma nesse momento a criança terá bem presente o
comportamento desadequado e poderá refletir sobre ele.
Não
desista, seja firme!
Não desista nem suavize o castigo. É
importante que seja consistente para marcar uma posição, durante esse período é
importante que a mantenha na tarefa em questão ou que permaneça sem o objeto
que foi retirado. Manter-se fiel à sua palavra levará a que os próximos
castigos tenham mais sucesso e que com o passar do tempo vá diminuindo o
comportamento negativo, porque a criança tem a certeza que o castigo irá
acontecer.
Para além disto, seja firme nos
comportamentos que são punidos. Se fazer birra no supermercado implica castigo
uma vez, deverá existir um castigo sempre que se repetir. Desta forma, está a
deixar bem claro quais são os limites e regras, não há espaço para dúvidas.
Perdoe
e siga em frente!
Após o castigo perdoe e não fale mais
sobre o assunto. Isso não trará mais nada para a criança e, para além disso, ela
já teve a punição acordada. Se continuar a ralhar estará a puni-la duplamente.
Ser pai tem partes menos positivas e
como tal o castigo não é fácil! Mas um castigo bem aplicado pode ajudar a
criança, a família e no futuro leva a que seja cada vez menos necessário
castigar!
Inês Custódio
Psicóloga
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
CONSULTÓRIO: E se os filhos fossem perfeitos?
Texto escrito por Cecília Santos, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
Um dia a Sara, uma menina de 10
anos, decidiu partilhar um dos seus pensamentos que há algum tempo a magoava: “Porque
é que o meu pai e a minha mãe me estão sempre a comparar com os meus amigos,
quando eu não faço isso com eles? Como é que eles se sentiriam se eu os
comparasse com os pais “fixes” dos meus amigos?”
Foto Pinterest |
Pequena Sara,
A maioria das pessoas que planeia ser pai ou mãe, mesmo antes dos seus
filhos nascerem, cria um conjunto de representações acerca de como será o seu
filho. Neste processo, geram-se expectativas sobre este novo ser que irá
nascer… não apenas de como será em bebé, mas também como será em criança, ou
até mesmo na idade adulta.
Colocam-se questões como: Será parecido com a mãe ou com o pai? Com algum familiar? Quais serão os brinquedos que ele mais gostará? Gostará de música clássica, jazz, rock? Como serão os amigos dele? Será um bom aluno? Que profissão ele terá?
E cada pai, e cada mãe vai dando a resposta a cada questão anterior, um pouco à sua maneira.
Colocam-se questões como: Será parecido com a mãe ou com o pai? Com algum familiar? Quais serão os brinquedos que ele mais gostará? Gostará de música clássica, jazz, rock? Como serão os amigos dele? Será um bom aluno? Que profissão ele terá?
E cada pai, e cada mãe vai dando a resposta a cada questão anterior, um pouco à sua maneira.
Quando finalmente o bebé nasce, e à medida que ele vai crescendo e se torna cada vez mais autónomo, de bebé a criança, de criança a adolescente, e assim sucessivamente, de um modo quase automático, fazem-se comparações diárias. E se observarmos com atenção, parte dessas avaliações e comparações têm muito a ver com a forma como os pais idealizam o crescimento dos seus filhos, com as expectativas que cada um já trazia dentro de si.
Pequena Sara,
Sei que pode parecer estranho, e inicialmente até pode ser difícil de
compreender, mas muitos pais têm esse comportamento com a melhor das intenções e porque as pessoas que os rodeiam também foram contribuindo para que eles se
comportassem assim.
Hoje, diz-se que a sociedade é cada vez mais competitiva entre si, e esperam sempre que cada um de nós se esforce para dar o seu melhor (esquecem-se que não somos robots!). Os pais quando fazem comparações como: “os filhos da Graça já arrumam o quarto sozinhos e eu nunca te vi arrumar o teu”, ou ainda, “ “A mãe da Olívia contou-me que ela não tirou nenhuma negativa porque estudou todos os dias.”, julgam estar a motivar os filhos para uma mudança positiva (e em alguns casos, pode funcionar!). Mas com toda esta vontade de querer o melhor para os seus filhos, por vezes esquecem-se de com estas “avaliações e comparações” podem ter um efeito inverso.
Este foco constante na comparação com os outros, também pode trazer muitas vezes preocupações exageradas, porque se esquecem de como todos somos diferentes, de como cada um tem o seu próprio ritmo de crescimento, esquecem-se das necessidades não só de cada criança, como de cada família.
Hoje, diz-se que a sociedade é cada vez mais competitiva entre si, e esperam sempre que cada um de nós se esforce para dar o seu melhor (esquecem-se que não somos robots!). Os pais quando fazem comparações como: “os filhos da Graça já arrumam o quarto sozinhos e eu nunca te vi arrumar o teu”, ou ainda, “ “A mãe da Olívia contou-me que ela não tirou nenhuma negativa porque estudou todos os dias.”, julgam estar a motivar os filhos para uma mudança positiva (e em alguns casos, pode funcionar!). Mas com toda esta vontade de querer o melhor para os seus filhos, por vezes esquecem-se de com estas “avaliações e comparações” podem ter um efeito inverso.
Este foco constante na comparação com os outros, também pode trazer muitas vezes preocupações exageradas, porque se esquecem de como todos somos diferentes, de como cada um tem o seu próprio ritmo de crescimento, esquecem-se das necessidades não só de cada criança, como de cada família.
Certamente, em alguns momentos, é quase que inevitável comparar
crianças, adolescentes ou até mesmo adultos, e vou explicar porquê.
Existem alguns marcadores desenvolvimentais que nos permitem perceber,
de um modo global, se o nosso desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial se encontra dentro daquilo que é considerado saudável em termos de evolução. E, nestes casos, tem que se avaliar e comparar com aquilo que a investigação
científica de várias áreas tem demonstrado tratar-se de um desenvolvimento
saudável, do ponto de vista físico e mental.
Pequena Sara,
Vamos explicar a todos os pais que é fundamental compreendermos e aceitarmos
que não existe uma forma única de ser e que nem todas as aprendizagens que se
expressam através de determinados comportamentos, nem todas características
pessoais são mensuráveis, e que o desenvolvimento é um processo dinâmico, não é
estático, e feito de progressos e retrocessos. Também aqui o comportamento
daqueles que nos rodeiam é fundamental para sermos estimulados em diversos
domínios do nosso desenvolvimento.
E ainda bem que todos somos diferentes, porque são essas diferenças que
nos tornam seres únicos, e é através delas que percebemos que num todo existe
espaço para o igual, mas também existe espaço para o diferente.
E se os filhos fossem perfeitos?
Eles seriam apenas
representações mentais traiçoeiras, porque a perfeição absoluta não existe. Se procurarmos
centrar a atenção na forma única de cada filho(a) ser, com todas as suas
particularidades, com tudo aquilo que cada um faz de bom, ou menos bom, com
aquilo que cada um pode melhorar ou não melhorar, a preocupação em torno da
perfeição seria muito menor, e preocupações e pensamentos como os da pequena
Sara que magoam, gradualmente passariam a estar menos presente na vida de cada
um.
Cecília Santos
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia
Subscrever:
Mensagens (Atom)