quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

CONSULTÓRIO: Quando os maus comportamentos se tornam moda

(texto escrito por Inês Custódio, Psicóloga na Oficina de Psicologia)

Foto Pinterest
A escola e o contacto com outras crianças é uma mais-valia muito importante para o desenvolvimento de qualquer criança. É com os amiguinhos e colegas que a criança testa relações, experimenta diferentes tipos de amizades e constrói uma rede de suporte para se conhecer melhor e para conhecer melhor os outros.

Porém, tudo tem um reverso da moeda e por vezes é também no contacto com os outros que os mais novos desenvolvem alguns comportamentos desadequados e que gostaríamos que os nossos filhos não tivessem. Já está a pensar em alguns? As asneiras que nunca ouviu em casa, os comentários sarcásticos, as brigas, … Em muitos casos criamos uma discussão e alguns castigos na tentativa da criança ter consciência dos erros que está a cometer. Por vezes temos sucesso outras vezes nem por isso… o desafio é tentarmos uma nova abordagem.

1.       Pense quantas vezes na sua vida não deu por si a fazer algo porque os amigos também faziam… Mesmo que hoje pense nisso como algo errado ou ridículo. A verdade é que todos nós já estivemos nesse lugar, a tentar agradar a alguém de qualquer maneira.

2.       Agora assuma a sua experiência como um exemplo, mas tente escutar e perceber qual a motivação do seu filho. Ouça-o e questione sobre o porquê desses comportamentos e tente não julgar ou ajuizar os seus motivos.

3.       O que acha ele disso? Não interrompa, nem aponte logo o dedo, compreenda qual a função desses comportamentos. Só assim poderá ajudar.

4.       De uma forma empática, mostre que compreende o motivo dele, mas… sim há sempre um mas e nós como adultos temos que conseguir mostrar o outro lado desta questão à criança. Mas este comportamento tem consequências negativas agora e talvez no futuro e talvez o seu filho precise de ajuda para compreender quais.

5.       Se o comportamento magoa alguém, tente ajudar a criança a colocar-se no lugar do outro para compreender melhor o que a pessoa sente e tentar reparar o que fez, mesmo que com um simples pedido de desculpa. Não imponha simplesmente esta reparação, é importante o seu filho perceber como isto vai fazer com que a outra pessoa se sinta melhor.

6.       Negoceie também com o seu filho que este comportamento não se deve repetir e aqui sim, é importante falar sobre um castigo ou punição que a criança terá se este se repetir. Depois, seja firme e cumpra o que prometeu.

Seja fonte de suporte e não de recriminação. O seu filho está a crescer, a experimentar e a testar limites do correto e incorreto, do bom e do mau. Neste momento e no futuro, será muito mais seguro e melhor para ele contar com o seu apoio do que temer a sua reação a qualquer erro ou problema que tenha.

Ser pai não é fácil, mas compensa. ;)


Inês Custódio

Psicóloga na Oficina de Psicologia

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