sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

É que não trocava por nada!

Ser mãe de dois rapazes é... como dizer... é garantia de carradas de pilhas de nervos, mas com muitas descargas de momentos cor-de-rosa. Isto porque eles num dia amam-se de paixão, mas no outro andam à batatada como doidos.

Mas o que é que eu estou para aqui a dizer? Não é um dia... é num minuto amam-se e no outro andam à luta como dois trogloditas. É mais isto!

Regra geral, o Francisco e o Gonçalo dão-se bem, mas também é comum terem aquelas discussões parvas e irritantes. Por sua vez, também é acontece amiúde o Gonçalo fazer de tudo para o provocar até à exaustão e o Francisco fazer a coisa pior do que realmente é choramingar sem parar, o que é extremamente irritante. Chegam a passar horas nisto e só me apetece fazer como a Dorothy, do Feiticeiro de Oz: bater os calcanhares um contra a outro e ir para outra freguesia. 

Pior que isto, mas até ver não acontece com frequência (espero que assim continue) é quando se começam a bater. Xiii que é tanta testosterona!! Não tenho paciência!

Mas depois têm o outro lado. O lado em que se adoram perdidamente, em que se protegem e se calha um deles ter alguma coisa, uma festa de aniversário ou uma atividade qualquer, e o outro ficar em casa, é notória a falta que sentem um do outro. Fisicamente transformam-se e até em termos energéticos isso se nota. Ficam mais murchinhos. É como se lhes faltasse um bocado.

Não sei como é ser mãe de meninas ou de casais, mas sei o que é ser mãe de dois meninos e, dentro da maluqueira que é muitas vezes, não escolheria outra realidade.

São chatos como o raio, mas como lhes digo muitas vezes, são os meus chatos preferidos!


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Considerações de um divórcio - parte 1


Cada um fala de si e sabe de si, mas estou convencida que um divórcio nunca é uma coisa fácil. Mesmo que ambos cheguem a um entendimento de que é melhor pôr um ponto final na relação, não deixa de ser um plano de vida que falhou e isso é sempre triste. A coisa complica quando o divórcio não é pacífico e, claro, quando há filhos na equação.
Pessoalmente, uma das coisas que mais me assustava e preocupava era o facto de deixar de estar com os meus filhos todos os dias. Apesar de não termos guarda partilhada e de eu estar com eles a maior parte do tempo, sabia que ia ser diferente. Fazia contas de cabeça e quando me lembrava que metade dos fins-de-semana do ano eles não iriam estar comigo, doía-me profundamente.

"Tu habituas-te e vais ver que até te vai saber bem quando eles estiverem com o pai."

Esta deve ter sido a frase que mais ouvi no início, mas custava-me a acreditar. 

Com o tempo, percebi que era verdade... em parte. 

Passaram seis anos e posso dizer que ainda estranho estar sem eles. O meu corpo e a minha mente assumem um certo desconforto quando eles não estão. 

Sabem quando temos a sensação de que alguma coisa nos incomoda mas não sabemos exatamente o quê? É mais ou menos isso.

Por outro lado, devo dizer que desde o início que me sabem bem aquelas três noites em que eles estão com o pai. Sentia (e ainda sinto) um misto de sentimentos.

O silêncio era ensurdecedor, a ausência pesava-me no peito, mas ao mesmo tempo sentia prazer em ter tempo para mim e adorava poder dormir uma noite seguida! Além disso, era (e continua a ser) nestas três noites que descanso e que me permito ter tempo para mim, sem culpas.

Quando me separei o Francisco tinha 2 anos e o Gonçalo 6. Eram ainda totalmente dependentes de mim para tudo e, por isso, foi duro. Não há uma forma eufemística de pôr as coisas. Quando chegava ao fim daqueles 11 dias seguidos de estar com eles, numa jornada contínua entre ser mãe e trabalhadora, sentia-me num estado de exaustão absoluto.

Faço um parêntesis para dizer que a mente é uma coisa estranhíssima e até diria engraçada, porque nestas alturas lembrava-me muitas vezes de quando tinha exames na faculdade. Imaginem!! De quando chegava ao último com aquela sensação de que se tivesse mais um exame eu não ia aguentar! (no fundo, sabia bem que aguentaria. Que remédio tinha eu!)

Seja como for, nunca me questionei se o divórcio foi mesmo o caminho a seguir. Quando a decisão foi tomada, as coisas foram mais do que ponderadas. Não foi de ânimo leve. Sabia que ia ser difícil, mas quando se tem a convicção de que não havia alternativa, arranjam-se forças, arregaçam-se as mangas, ergue-se a cabeça e segue-se em frente. E mesmo quando não se pode ir mais depressa, ou quando se cai, não tem mal, voltamo-nos a levantar e vamos mais devagar. Ao ritmo que podemos e sem pressas.

O ser humano tem uma capacidade de adaptação incrível, mas ajudou-me ser uma pessoa positiva e otimista. Ajudou-me também a fé, a meditação e trabalhar no meu autoconhecimento. Mas isso fica para outro dia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

A minha mãe bem que me avisou!

"Assim que nasce um filho, nunca mais consegues estar 100% descansada."
Lembro-me de ouvir a minha mãe dizer esta frase várias vezes. Desta forma ou na variante "assim que nasce um filho, nascem os trabalhos".

Como é óbvio, na flor da minha juventude achava isto um exagero, mas bastou o Gonçalo nascer para perceber que a minha mãe sabia bem do que falava.

Quando eles nasceram tinha medo de tudo. Que deixassem de respirar, que ficassem doentes, que se engasgassem a comer, que caíssem na creche e se magoassem... de tudo!

Hoje, tendo um 8 e outro 12 anos, há medos e preocupações que se mantém e há um rol de outras tantas que apareceram. 

Eles crescerem e ganharem autonomia é ótimo. Olhar para eles e ver o quão crescidos estão é dos sentimentos mais gratificantes. Mas ao mesmo tempo isso significa que estão a caminhar para mais longe da minha saia...

Faz parte e é saudável. Eu sei disso e não queria que fosse de outra forma, mas essa racionalidade não impede momentos de ansiedade. Chega a ser esquizofrénico! 

No entanto, há uma circunstância em que a regra da minha mãe falha: quando eles vêm dormir comigo. 

Quando eles me pedem eu faço-me sempre de difícil - "ai e tal, vocês dão pontapés e depois eu não durmo nada", o que é verdade! - mas lá no fundo eu gosto. Além disso, se o Francisco ainda deverá querer usufruir deste mimo durante mais uns tempos, o Gonçalo já não. É por isso que de vez em quando cedo e me permito fazer uma pausa nesta inquietação maternal constante. 

Nesses momentos, quando estamos juntos, no silêncio e no aconchego da noite, o mundo e o tempo param. É difícil de descrever, mas invade-me uma sensação de plenitude e uma paz que não sinto, nem nunca senti em mais nenhuma circunstância. 

Se gostava de ser mais descontraída e menos paranoica (é que nem imaginam os filmes que às vezes faço)? Gostava, mas o que é que eu posso fazer?!
Podia ser pior... não podia?!

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Socorro!

Tanto o Gonçalo como o Francisco vibram com futebol. São ambos do Benfica - para mal dos meus pecados, que sou sportinguista - e só não veem os jogos do seu clube quando não podem.
Mas se o Gonçalo vibra, o Francisco roça o fanático. O rapaz acorda e adormece a pensar em futebol e 90% das brincadeiras dele andam à volta do tema, inclusive comigo. A coisa vai alternando entre:

"Mãe, agora eu digo um clube português e tu outro, até um de nós perder."

(E lá fico eu a matar a cabeça, à procura nas minhas memórias de nomes de clubes que tenha ouvido).

"Mãe, agora eu digo um jogador e tu tens de adivinhar de que clube é."

(O que não é nada fácil, para que saibam, porque jogadores com nomes brasileiros estão em Portugal, jogadores com nomes portugueses estão em Espanha ou Inglaterra, jogadores com nomes franceses estão sei lá onde menos em França... não é nada linear!)

"Mãe, qual é o jogador que é o número não sei quê?"

"Mãe, qual é o jogador que faz esta comemoração quando marca?" (e segue-me uma coreografia estranhíssima).

Regra geral, atiro sempre com os mesmos nomes: Ronaldo, Messi, Neymar... às vezes acerto! É espetacular!

Os testes e brincadeiras futebolísticas são tantos e tão variados, que juro que às vezes até fico enjoada (literalmente) mal ouço falar em futebol, sobretudo quando acontece, como hoje, em que uma pessoa acorda às 6h30 da manhã - 6H30 DA MANHÃ - e ainda nem abriu os olhos e a criatura aproxima-se e diz:   

"Ó mãe, vamos fazer um jogo: qual foi o jogador que fez não sei quê no jogo contra não sei quem?"

A sério, ninguém merece!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Como não amar as crianças?!

Estava a estudar Estudo do Meio com o Francisco, que está no 3ºano, e a dada altura apareceu um exercício que pedia para ele identificar Itália no mapa e perguntava o que é que a forma deste país o fazia lembrar.

Ele procurou, encontrou e respondeu prontamente, sem hesitações:

"Então, faz lembrar um tubarão martelo!"

Foi tão inesperado que me ri sem parar uns 2 minutos. Ria eu, ria ele, foi um momento delicioso.

Moral da história: quando não se está preso a conceitos pré-definidos, a criatividade é muito maior! :)



sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

(Mais de) dois anos em fotos

Nestes dois anos e meio aconteceram muitas coisa. Umas boas, outras más, mas tanto as boas como as más contribuíram muito para o meu crescimento pessoal. E não é conversa de "blá-blá-blá". É mesmo a sério e isso reflete-se em tudo na minha vida.
O Gonçalo e o Francisco estão enormes - o Gonçalo já tem 12 e o Francisco 8 anos! - e eu... bem, eu não cresci em altura, mas também estou mais velha :)

Neste reinício de vida do blog, deixo-vos um breve resumo, em fotos, de alguns dos nossos momentos dos últimos tempos!

Tem sido uma viagem e peras. Intensa, por vezes dura, mas acima de tudo muito enriquecedora!

2020


2021


2022


2022


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Estou de volta (meio a medo) ou "a segunda vida do blog"


Já não escrevo no blog há cerca de dois anos e meio e este post é escrito num misto de vergonha e contentamento. Vergonha porque tenho consciência que quem me seguia merecia ter tido da minha parte uma palavra, uma justificação para a minha ausência, e contentamento porque há muito tempo que queria voltar e hoje, finalmente, senti coragem para o fazer.
Demorei mais tempo por vergonha, confesso. Escrevi, na minha cabeça, vários "posts de regresso", mas acabava por desistir. Nada me parecia bem, e por um motivo simples: nenhum desses "posts imaginados" era totalmente transparente e sem filtros, como me habituei a escrever aqui. Porque não podiam ser. Isso implicaria entrar demasiado na minha vida pessoal e expunha os meus filhos de uma forma que eu não queria/ quero fazer. Porque uma coisa é partilhar as aventuras e desventuras da maternidade ou as peripécias que os envolvem, outra é ser inconfidente relativamente a situações que de algum modo lhes dizem respeito ou que envolvem também outras pessoas.

Resumindo, o tempo foi passando e eu fui ficando cada vez mais esmorecida e com pouca coragem de voltar. E se houve uma fase em que não tinha vontade nenhuma de escrever e em que a pouca energia que sentia precisava de a canalizar para os meus filhos, a dada altura comecei a ter muita vontade de regressar e de abrir as portas deste meu cantinho.

Ainda estou a medo e com pezinhos de lã, admito, mas decidi que estava na altura de voltar. 

Já tinha tentado antes, mas aprendi que as coisas têm os seus timings. Defendo que podemos e devemos tentar, mas forçar é um erro. Desta vez, não se trata apenas de querer voltar. Sinto-me preparada para o fazer. 

Já não sei como se escreve. Como desenhar com letras o que me vai na alma, mas hei de reaprender. Por outro lado, é provável que o blog não seja igual ao que era. Nestes cerca de dois anos eu mudei e, por isso, o conteúdo poderá não seguir exatamente os mesmos moldes. 

Não sei o que se seguirá (não na vida, porque isso ninguém sabe, mas aqui). Vou seguir o princípio de "go with the flow" e logo se vê. 

Espero que quem me acompanhava compreenda a minha ausência e que me desculpe (precisava mesmo deste tempo!).

E agora vamos lá àquela que espero que seja a "segunda vida" do blog!

domingo, 3 de maio de 2020

Feliz Dia da Mãe

Foto Pinterest
Este post é uma singela homenagem a todas as mães (à minha em particular). É uma homenagem às mães que cuidaram dos filhos desde o primeiro dia em que souberam que o traziam consigo. É uma homenagem às mães que aconchegam os lençóis dos filhos à noite, que cuidam dos filhos quando eles estão doentes, que perdem noites de sono por eles, que dizem "não" em prol da felicidade dos filhos, mesmo quando a resposta mais fácil seria dizer "sim", que ficam a transbordar de felicidade quando veem os filhos felizes, que deixam os filhos voar mesmo quando os querem ter "debaixo da sua asa"...

É uma homenagem às mães que amam os filhos incondicionalmente e que fazem o melhor que podem e sabem, mesmo que isso implique errar muitas vezes!

Não sei se devo ficar preocupada ou contente

Na quarta-feira disse aos meus filhos que no domingo se comemorava o Dia da Mãe.

"Quero dar-te um presente!" - disse-me logo o Gonçalo.

"Vais comprar uma garrafa de vinho à mãe?!" - perguntou logo o Francisco.

(não sei o que pensar disto!)


terça-feira, 28 de abril de 2020

Brunch mais caseiro é impossível!

O Gonçalo andava há semanas a dizer que queria tomar um brunch que tivesse panquecas, ovos, bacon... enfim, tudo e mais alguma coisa! Mas como este desejo lhe deu exatamente nesta fase em que estamos confinados às nossas casas e está tudo fechado, e porque também não me apetecia pagar um dinheirão a encomendar um brunch, resolvi pôr as mãos na massa e preparar-lhes uma surpresa.

Fiz bolo, panquecas, ovos mexidos, bacon, havia sumo, leite, pão, doce, nutella, fruta... A ideia era eles fazerem de conta que estavam num hotel (porque o Gonçalo é muito fino e queria um brunch de hotel lol) e levavam para a mesa o que lhes apetecia. Por isso, pus a mesa normalmente e na bancada dispus o "menu".

Eles adoraram :)

É tão fácil fazê-los felizes 😍




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