sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

A minha mãe bem que me avisou!

"Assim que nasce um filho, nunca mais consegues estar 100% descansada."
Lembro-me de ouvir a minha mãe dizer esta frase várias vezes. Desta forma ou na variante "assim que nasce um filho, nascem os trabalhos".

Como é óbvio, na flor da minha juventude achava isto um exagero, mas bastou o Gonçalo nascer para perceber que a minha mãe sabia bem do que falava.

Quando eles nasceram tinha medo de tudo. Que deixassem de respirar, que ficassem doentes, que se engasgassem a comer, que caíssem na creche e se magoassem... de tudo!

Hoje, tendo um 8 e outro 12 anos, há medos e preocupações que se mantém e há um rol de outras tantas que apareceram. 

Eles crescerem e ganharem autonomia é ótimo. Olhar para eles e ver o quão crescidos estão é dos sentimentos mais gratificantes. Mas ao mesmo tempo isso significa que estão a caminhar para mais longe da minha saia...

Faz parte e é saudável. Eu sei disso e não queria que fosse de outra forma, mas essa racionalidade não impede momentos de ansiedade. Chega a ser esquizofrénico! 

No entanto, há uma circunstância em que a regra da minha mãe falha: quando eles vêm dormir comigo. 

Quando eles me pedem eu faço-me sempre de difícil - "ai e tal, vocês dão pontapés e depois eu não durmo nada", o que é verdade! - mas lá no fundo eu gosto. Além disso, se o Francisco ainda deverá querer usufruir deste mimo durante mais uns tempos, o Gonçalo já não. É por isso que de vez em quando cedo e me permito fazer uma pausa nesta inquietação maternal constante. 

Nesses momentos, quando estamos juntos, no silêncio e no aconchego da noite, o mundo e o tempo param. É difícil de descrever, mas invade-me uma sensação de plenitude e uma paz que não sinto, nem nunca senti em mais nenhuma circunstância. 

Se gostava de ser mais descontraída e menos paranoica (é que nem imaginam os filmes que às vezes faço)? Gostava, mas o que é que eu posso fazer?!
Podia ser pior... não podia?!

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