terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um sonho adiado uns dias, uns anos ou para sempre!

Quando o Gonçalo nasceu, e apesar de ter pensado desde sempre que queria ter dois filhos, passei a jurar a pés juntos que me ia ficar só por um. Adorei a experiência da maternidade desde o primeiro segundo em que soube que estava grávida, mas o Gonçalo sempre foi tão intenso, que eu reformulei as contas e passei a achar que "um" era o número ideal.

Quando me vinham com a conversa de ter outro filho e eu respondia um "nem pensar nisso!". Toda a gente me dizia que eu iria mudar de ideias e que aquela minha reação ia deixar de fazer sentido para mim passados uns mesitos. Eu ouvia-os mas, na altura, tinha a certeza que as pessoas estavam erradas e que eu ia continuar a pensar sempre daquela maneira.


Mas tive de engolir em seco. Quando o Gonçalo tinha cerca de 1 ano e meio a minha certeza começou a ir por água abaixo e comecei a ter muita vontade de ter outro filho.  Ele continua a ser muito intenso, cada vez mais, mas o meu pensamento começou a ser mais racional. Primeiro, a minha forma de pensar começou a ser "de cansada não passo!" e, depois, olhei para mim e, à minha volta, apercebi-me daquilo que sempre soube: ter um irmão é uma benção. Ter um irmão faz bem à alma e enriquece a nossa vida de uma forma gigante. 

Eu tive de esperar 9 anos até os meus pais me darem um irmão, mas valeu a pena a espera, porque é dos laços familiares mais fortes e especiais que alguém pode ter. Um irmão é um companheiro para a vida. Acaba por ser parte de nós e com ele podemos partilhar grande parte do nosso crescimento e evolução.  Os irmãos são uma espécie de porto seguro. De porto de abrigo. E eu queria dar isso ao Gonçalo. Queria dar-lhe esse porto seguro. Por tudo. Pela riqueza emocional que um irmão lhe poderia dar e porque eu e o Marco vamos envelhecer, se Deus quiser (será bom sinal), e um irmão poderia fazer-lhe companhia na caminhada da vida de uma forma que nós pais não podemos. Basta sermos de gerações totalmente diferentes. 

Sim, existem os amigos e o Gonçalo há de constituir a família dele... mas repito, um irmão só nos enriquece e um irmão é um irmão! A cumplicidade e o sentimento que os une é muito forte e único.

A juntar a todos estes argumentos, há o facto de já ter 33 anos. Não sou velha, mas gostava de ter outro filho nos 30 e poucos e gostava que a diferença de idade desse segundo filho fosse pequena em relação ao Gonçalo. 

Mas de que me vale esta vontade que trago no coração? 

Esta crise não tem influência só nas nossas carteiras nem só nas coisas materiais da nossa vida. Esta crise também está a hipotecar sonhos. Sonhos esses que não temos como saber se estarão "apenas" a ser adiados uns meses, um par de anos ou para sempre! 

O tempo o dirá!

8 comentários:

  1. Completamente de acordo! Mas 33 anos não é mau! Eu tenho 38, tive o primeiro filho aos 34 e... estou à espera de que esta crise acalme e me possibilite avançar para outro. O limite estabelecido, por agora, é 41 anos...

    MG

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    1. Mais do que a questão da idade, é a frustração de não ter pelo motivo que é. Resta-nos aguardar e ter fé :) beijinhos MG

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  2. Em certa parte concordo que a crise esteja a afectar os sonhos que todos temos. Tenho 32 anos, um filho com 3 e ando ansiosa para ter o segundo que fazendo as contas e se tudo correr bem tentarei a minha sorte pela segunda vez para o ano que vem. Enquanto que o primeiro foi mais ou menos planeado o segundo será mesmo planeado, pois existem contas e dois filhos pesam na carteira. Mas quero e vou conseguir! Se a minha avó conseguiu ter 10 filhos e era uma pessoa pobre, porque raio não havemos nós de conseguir?! Somos menos que estas mulheres que há não sei quantos atrás conseguiam ter entre 5 a 10 filhos e conseguiam dividir comida, roupa, sapatos, não somos pois não! O que agora realmente queremos é dar tudo aos nossos filhos e às vezes nem pensamos nas consequências futuras. Brinquedos, ténis, roupa, escolas particulares tudo do melhor e mais caro possível! Eu por exemplo, vivi numa família honesta, tínhamos sempre comida em casa e recebíamos um miminho só em dias de festa e éramos e somos felizes, porque eu continuo a ser assim como os meus pais me educaram com pouca coisa mas feliz e quando quero muito algo, batalho a para obter. Não quero com isto dar uma lição de moral, quem sou eu para isso. Mas só quero dizer que nós mulheres conseguimos e se temos uma família que nos apoia então ainda é mais fácil. Seja feliz e deixe os seus sonhos tornarem-se realidade. Só vivemos esta vida e ela é curta demais. Beijinho


    Vanda C.

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    1. Olá Vanda. Também penso nisso tudo e os argumentos que usa eu própria também os uso. Mas os outros argumentos, o outro lado da balança, neste momento têm mais peso para mim, porque racionalmente têm de ter. Estou desempregada e neste momento não tenho como arriscar uma situação dessas. Se ficasse grávida, comida não ia faltar aos meus filhos, mas há coisas que eu gostava muito de lhes poder dar, que não conseguiria nestas circunstâncias. Os tempos são outros. A sociedade e o mundo no geral são cada vez mais competitivos e eu gostava muito, por exemplo, de poder dar ao Gonçalo a possibilidade de tirar cursos de línguas, estudar no estrangeiro se for vontade dele... nem é tanto pelas coisas materiais, entende? É complicado. Neste momento as coisas já estão apertadas, mas fazem-se e temos ainda margem de manobra, de outro modo seria um stress absoluto. Mas ainda não perdi a fé que dias melhores virão :) Beijinhos Vanda!

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  3. Sim eu sei, o melhor do melhor para os nossos pequerruchos :)

    Se me der licença e se não se importar vou tratá-la por tu, porque praticamente temos a mesma idade.
    Sou licenciada em Jornalismo pela Autónoma de Lisboa mas se fosse hoje não tirava esse curso. Na altura queria fugir às matemáticas e sentia-me perdida no que haveria ou não de seguir. Acabei por escolher e decisão tomada lá fui eu e consegui, não sai de lá com uma excelente nota mas terminei para contentamento meu e dos meus pais. Emprego....hummmmm....antes de terminar o curso fiz um estágio remunerado e depois fiquei mais três anos como profissional. Sinceramente nunca me deram grande valor e comecei a desmotivar e a pensar que na realidade não era aquele o meu caminho. Então em 2010 já na conjuntura da crise e no primeiro despedimento colectivo lá estava o meu nome. Na altura até dei um pulinho de alegria, soube-me bem receber uma pequena fortuna até porque tinha negocidado e depois lá veio o nozinho no estomago, TENHO UM FILHO, SOCORRO!!! E claro entrei num stresse desgraçado, para diminuir despesas fomos viver todos com os meus pais que têm condições para tal e fiquei no desemprego durante um ano e 1 mês! Podes não acreditar, mas fui a entrevistas para jornalista e no fim quem passava era sempre o que tinha a dita "cunha". Meti um ponto final na minha relação com o jornalismo e comecei a enviar CV para tudo. Hoje trabalho como Administrativa e surpresa gosto do que faço e tenho objectivos para subir na carreira. Hoje tiraria de certeza um curso de gestão ou similar, mas aqui para nós e em segredo, será que vale a pena tantos anos de curso e sair de lá com um canudo que não diz nada a ninguém, não querendo ferir susceptibilidades.

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    1. Ainda no outro dia falei nessa questão com uma amiga minha. Se as coisas continuarem assim, cada vez será mais difícil apresentar argumentos aos miúdos que disserem que não querem ir para a faculdade porque só vão perder tempo. Mas não obstante tudo o que se está a passar, acho que ainda é importante. Quem tem curso tem poucas possibilidades agora, mas acho que quem não tem, ainda tem menos. A questão que coloca é pertinente, mas espero que as coisas mudem. Por todos mas, sobretudo, pelos nossos filhos. Pelas gerações futuras. Beijinhos Vanda! (e trata-me por tu, claro. Prefiro :) )

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  4. Tenho a certeza que irás ter mais um pequerrucho(a) lindo(a) - só pode, com uns pais assim!!! Sei que esta pausa é temporária, é tudo uma questão de tempo, paciência e perseverança!

    Um beijinho,

    iAna

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    1. Óh minha boneca loira :) Obrigada. Espero que tenhas razão. Beijinhos gds

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