domingo, 23 de fevereiro de 2014
O peso do silêncio quando os nossos filhos dormem fora
Esta noite, o Gonçalo ficou com os avós. Dormiu lá. Já há muito tempo que tal não acontecia.
Normalmente, quando isto acontece, é porque ou tenho uma festa de alguém ou então alguma coisa fora de casa. Ontem, não ia a lado nenhum. Simplesmente, ia fazer a minha festa de anos cá em casa com os amigos.
Antes de iniciar os preparativos para a festa comi qualquer coisa com o Marco. Estávamos na cozinha, falámos sobre várias coisas, mas demos por nós a fazer exatamente o mesmo comentário. O silêncio e o sossego que estávamos a viver (apesar de estarmos a falar um com o outro) era estranho, ao ponto de incomodar. Não sei bem explicar.
É claro que este tipo de momentos também nos sabe bem, mas se calhar seria encarado com mais normalidade se estivesse a ser vivido fora de casa. Estando nós em casa, o silêncio e o sossego tornaram-se um pouco pesados. A sensação de que faltava alguma coisa era gigante e incomodava.
Acreditem que eu e o Marco não somos um casal que fale pouco um com outro (pelo contrário), ou que não tem assunto (não acontece) ou que não saiba estar um com o outro em silêncio (sabemos), mas é como vos digo. Estarmos num espaço que já só faz sentido com os cheiros e sons a três e um dos elementos não estar, assume um peso que se sente na alma.
Agora…. se me soube bem dormir esta noite quase 9 horas seguidinhas? Ahh, pois soube!
Se me soube bem estar com os meus amigos sem o atropelo do Gonçalo aos diálogos que se tem? Ahh, pois soube!
Se me soube bem pegar nos "batons", vestir o papel de mulher e deixar o de mãe na prateleira, nem que tenha sido apenas por umas horas? Ahh, pois soube!
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