quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ser mãe... esse bicho estranho!


Há bocado, e sem um motivo aparente, veio-me à memória os tempos em que estava grávida.

Não consigo explicar, mas fiquei com um nó na garganta e com os olhos lacrimejantes. Senti, inclusive, o meu coração a bater mais rápido. Comovi-me! Aliás, estou a escrever estas linhas e a sentir tudo outra vez.

Naquele instante lembrei-me, particularmente, das sensações de ansiedade e medo que me assolavam volta que não volta. Lembrei-me das inúmeras vezes que tentava imaginar como seria ele. Nunca sonhei com o aspeto dele. Oiço muitas grávidas e mães dizerem que isso lhes aconteceu. A mim não.

Lembrei-me do sentimento de desejo e ansiedade gigante de o ter nos braços. De mal ver a hora de lhe pegar, de o sentir e de me dizerem que tinha corrido tudo bem.

Lembrei-me de quando ia ao quartinho dele, ver e rever, vezes sem conta, as roupinhas que já tinha. De tentar imaginá-lo dentro delas e de achar que elas eram tão pequeninas!

E depois havia o medo. Muito medo! Um medo gigante que corresse alguma coisa mal. Sabia perfeitamente que o meu coração só iria acalmar, pelo menos ligeiramente, quando ele nascesse. Não é que tivesse medo do parto, mas ouvia tanta coisa horrível, que havia sempre aquele fantasma a destabilizar a minha serenidade.

E enquanto pensava nisto tudo senti-me a mulher mais feliz do mundo. Porque ele, o meu filho, cá está. Ao meu lado e com saúde. Graças a Deus!

O medo? Esse continua.

Não gosto nada de ser assim, mas o que é que posso fazer? Ele é tudo para mim e quando se ama desta maneira acho que é impossível não sentir medo. De tudo... não vale a pena especificar! Não se deve falar em coisas más :P

Depois pensei noutra coisa (eu quando começo a pensar tenho tempestades cerebrais brutais :P). Constatei que, quando rezo, depois de agradecer a Deus tudo o que tenho (e que não é pouco), peço-lhe sempre saúde para todos os que amo (pelo meu filho em primeiro lugar, claro)... Até aqui nada de novo. A diferença é que desde que ele nasceu evito pedir coisas que não sejam para o meu pequenote. Mesmo estando desempregada, raramente peço a ajuda Dele, por exemplo. Não que não queira trabalhar (ohh se quero), mas porque não quero, por nada, que Ele se desvie daquilo que é realmente importante para mim: o meu filho! Tenho medo que Ele se distraia comigo e o perca de vista. Mesmo sabendo que Ele é omnipresente e omnipotente!

É tonto, não é? Mas acho que quando somos mães estes pensamentos mais ilógicos ou irracionais nos são permitidos.

São, não são? Espero que sim, porque se não é melhor internarem-me :P

E este é mais um momento Limetree.

2 comentários:

  1. Nem acredito :)

    Acabei de escrever mais ou menos sobre o mesmo assunto, mas não com o mesmo fim. Foi um desabafo sobre o facto de estar a viver exclusivamente a maternidade. Estou a precisar de respirar...

    Mas sou louca pelos meus filhos, por isso é que também acabo por me esquecer de mim.

    Beijinhos

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    Respostas
    1. :) Acho que a generalidade das mães partilham as mesmas emoções. As boas e as más.
      Lembro-me bem de sentir essa necessidade de fazer mais do que mudar fraldas, dar biberons e coisas que tais. E por isso fazia-as e faço-as. De vez em quando saio com as minhas amigas e ainda hoje não dispenso fazer desporto. São coisas que nos fazem bem a nós e a eles também ;)

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