terça-feira, 16 de outubro de 2012

Uma crise económica já é mau, mas juntar-lhe uma crise de valores é demais!

Quando leio notícias como a que li hoje, em que uma anormalóide de uma diretora de uma escola impediu uma criança de 5 anos de comer, porque os pais não pagaram os 30 euros referentes a não sei o quê, sinto uma coisa no meu coração que nem sei explicar bem. Primeiro sinto uma angústia que só me dá vontade de chorar. Apetecia-me abraçar aquela criança e explicar-lhe que aquela "crescida", aquela "adulta", era uma exceção. Que os "grandes" estão cá para a proteger e que ela é muito amada. Tentar explicar-lhe que, de vez em quando, e infelizmente, conhecemos pessoas más, mas que é mesmo só de vez em quando. No fundo, sinto a necessidade de voltar a dar àquela criança uma boa dose de felicidade, alegria, confiança, esperança e, acima de tudo, a ingenuidade que qualquer criança deve ter.

Mas para além disto, quando leio notícias como esta sou invadida por uma raiva tão grande, mas tão grande, que acredito mesmo que se visse aquela mulher à minha frente era capaz de a encher de murros e pontapés e tudo o que ela merece de mau. Como é que um ser humano se atreve a fazer uma coisa destas a uma criança? Quem é que ela julga que é? E como se atreve a falar em negligência dos pais depois de fazer uma coisa destas? 

Sim, murros e pontapés, era o que ela merecia. Mas em jejum... depois de estar há várias horas sem comer, para ver o que custa!

Como é que coisas desta laia (não a vou chamar de pessoa porque ela não merece) vão para a frente de direções de escolas?! 

Já é mau viver num país em crise económica, mas em crise de valores... isso é demais! As nossas crianças não merecem isto. Até porque, por mais complicado que seja, podemos improvisar contra a crise económica. Ser mais criativos e em vez de uma refeição de carne de vaca fazer uma refeição de frango. Mas não podemos improvisar os valores. O que é que aqueles pais vão dizer àquela criança? Como é que eles vão conseguir justificar um ato tão cruel? Com que visão é que ela ficará do mundo?

Estou triste, com o coração pequenino e muito solidária com aqueles pais. Só espero que esta borrega (sem querer ofender o animal) seja punida como deve.

6 comentários:

  1. Desculpa mas estou totalmente em desacordo contigo. Primeiro, a Directora não deixou a menina morrer à fome, deu-lhe leite e pão. Em segundo lugar, negligentes foram os pais, que deixaram de pagar a alimentação da propria filha (pode faltar tudo cá em casa, mas comida à minha filha NUNCA) mesmo após dois avisos das consequências e lhes ter sido dada a alternativa de fasear o pagamento. Em terceiro lugar o facto do agrupamento escolar não estar a receber dos pais já acumulou uma dívida de 20 mil euros, quer isto dizer que, se a divida continuasse a aumentar, um dia, não só a Directora ia para a rua, como todos os funcionários e todas as crianças. Porque há regulamentos e porque há regras os mesmos são para cumprir. É o caso dos pais que não pagam as creches mas teimam em ir lá deixar os filhos..quem paga aos funcionários e aos fornecedores? O Pai Natal?

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  2. Desculpe mas segundo o resto da noticia a mãe da menina foi buscá-la de carro mas não tem 22 euros para pagar a alimentação. Infelizmente nessa zona ( que conheço pessoalmente) existe muita gente que tem brutas casas e recebe RSI e tem dinheiro para todos os luxos mas quanto aos filhos acha que deve ser a escola a pagar a alimentação.Das duas uma: ou estão nos escalões mais baixos e pedem para ter SASE ou então pagam como os outros pais!Infelizmente, mais uma vez a noticia foi dada de forma parcial, e embora até duvide que a posição da Directora tenha sido tão radical, porém, se assim foi não tem desculpa mas foi uma boa forma dos pais passarem a ter vergonha na cara!

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    1. Concordo contigo. Até porque efectivamente a criança teve acesso a leite e pão. Acho que é uma estupidez a condenação pública de uma Diretora que tenta gerir uma escola com pais negligentes e chulos.

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  3. Por mais que os pais tenham sido negligentes, isso não dá direito à diretora de ter agido como agiu. Acredito que nenhuma de nós gostava que fizessem o mesmo aos nossos filhos. E não vale a pena pensar "não faziam isto porque eu não deixava as coisas chegarem a este ponto". Aqui a questão é que nem todas as crianças têm os melhores pais do mundo. O que não pode acontecer é elas pagarem por isso e o que a diretora fez é desumano e o ato é do mais baixo e reles que pode haver.

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    1. Se não têm os melhores pais dos mundos (neste caso, os piores, que negligenciam a própria alimentação da filha e, podendo, não se responsabilizam - porque estes pais têm dinheiro para a gasolina -e mandam outros tomar conta das refeições da filha mesmo podendo pagar em prestações ou recorrer ao sase - se tivessem direito, que não têm) então, tirem-se esses filhos aos pais e entregue-se a quem se preocupe realmente com eles. Não se condene uma pessoa que tentou chegar a um acordo, chamá-los à razão e tem uma instituição para gerir - com dividas de 20 mil euros por culpa destes pais negligentes e chulos. E não, eu não deixava as coisas chegarem a esse ponto, nunca. Por isso, nunca ninguém irá fazer isso à minha filha.

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  4. Claro que não Gi. E por isso é que disse que não podemos pôr as coisas nesse ponto. Nem todas as crianças têm a sorte de ter pais dedicados e que se preocupam com elas antes de qualquer outra coisa. Não podemos analisar as coisas segundo a realidade que conhecemos. Uma realidade em que o amor que temos pelos filhos é incondicional e em que a comida é a última coisa a faltar-lhes . Mas existem meios legais para tratar de assuntos como falta de pagamentos e negligências de pais, como os tribunais e a segurança social... Deixar de dar de comer a uma criança (leite e pão não é almoço), não é, com certeza, um desses meios. E o que me choca é isso. É a criança ter pago pelo erro dos pais. 5 anos! 5 anos é a idade dela! Não se faz! De certeza que ela sofreu com a situação, porque já não é assim tão pequena para não perceber as coisas. Mas é pequena demais para lidar com uma situação monstra como a que viveu. E isso, desculpa, mas dói-me.

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