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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Quando o amor não chega…


(um texto para refletir, escrito por Lúcia Bragança Paulino, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)


Encontrado em Etsy.com
Ninguém disse que ser mãe ou pai era fácil. Ninguém disse que os filhos vinham ensinados, cuidados, amados... Vêm sim cheios de necessidades, de vontades, autocentrados, provocando uma imensidão de horas de cuidados. 

Ser mãe ou pai é dar um mergulho num estado de espírito altruísta, com uma dose de resiliência grande e com pitadas de paciência presentes de 5 em 5 minutos. Ser mãe ou pai é tudo isto e muito mais. É prescindir, é olhar para, é estar com

E ser filho? Será fácil ser filho? Viver as frustrações dos pais, acertar com os ânimos e desânimos de quem chega cansado do trabalho, irritado com o dia, centrado nele próprio. O que vê a criança quando a mãe ou o pai não lhe olham nos olhos para reparar na nova pirueta que aprendeu na escola? O que ouve uma criança quando chama pela mãe ou pelo pai e este responde a tudo que sim ou que não, não prestando atenção...? O que sente uma criança que não recebe o abraço quente e sentido de uma mãe ou de um pai todos os dias quando sai da escola? 

Por vezes, a criança não vê, não ouve, não sente, mas o que interioriza é a mensagem errada, de que numa sociedade feita de tecnologias, de ritmos alucinantes de trabalho avassalador... não há tempo para ela, não há tempo para ser criança.

“Desculpa-me se o amor não chega, desculpa-me se a vontade não é suficiente, desculpa-me por não conseguir... Não ter o poder de te trazer, trazer para esta que é a tua terra, o teu mundo. Onde cresceste, viveste, amaste, casaste, choraste, sofreste, e me tiveste... sim tu TIVESTE-ME e tornaste-me o que sou hoje.
(...) estás feliz aí? Onde quer que AÍ seja. Queres voltar? Consegues? Fazes isso por mim?
Gostava de saber como seria contigo, gostava de saber mais: sobre ti,
sobre nós... sobre o que seríamos ou o que seremos, será que seremos alguma coisa? Será?”

Testemunho anónimo



Lúcia Bragança Paulino Psicóloga Clínica Equipa Mindkiddo - Oficina de Psicologia 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

"Não gosto!"

(texto escrito pela psicóloga clínica da Oficina de Psicologia, Helena Almeida)

“Não gosto de alface, nem de tomate, nem de couve, nem…!”
“Só gosto do fiambre da escola!”
“Não quero coisas verdes!”
“ Não gosto, não gosto, não gosto!”

Soa-lhe familiar? Alimentar o seu filho é um desafio? Sem desesperos!

Explicando: sabores novos, mais intensos ou exóticos podem ser de facto difíceis para as crianças, por ainda não terem o repertório nem a maturidade para os apreciar. Às vezes, o “não gosto” é mesmo isso. Outras vezes nem tanto, e então a correcta gestão destas pequenas-grandes recusas torna-se imprescídivel para evitar a evolução para quadros de selectividade alimentar que podem ter reflexos na saúde.

A Selectividade Alimentar caracteriza-se pela recusa na ingestão de alimentos específicos, por vezes numerosos, cujos nutrientes são essenciais para o desenvolvimento e saúde a todos os níveis.

Algumas sugestões:

- É importante que comece por avaliar a reação da criança ao alimento: sem pressões nem sugestões, apresente um novo ingrediente discretamente e em pouca quantidade. Às vezes, as crianças demoram a habituar-se aos novos sabores, por isso, insista “sem dar nas vistas”, ou seja, deixando passar algum tempo, entre outros alimentos que goste, e sem pretensões de que a criança coma realmente a couve de Bruxelas, por exemplo.

- Entre os 3 e os 5 anos de idade, as crianças tendem a ser um pouco “alérgicas” às novidades gastronómicas e por vezes até sentem repulsa em relação a alguns alimentos. Na realidade, o primeiro contacto com um novo alimento pode ser tão ténue como explorar o aroma, a textura ou a cor, só mais tarde o sabor e talvez ainda demore um pouco a aceitar. Por isso, sugere-se a colaboração da criança na lavagem da salada, por exemplo.

- Os olhos também “comem”! Por isso, dê asas à criatividade: faça da salada uma cara, do arroz um campo de neve ou do esparguete os cabelos despenteados da Rapunzel. A forma como apresentamos a refeição é determinante para a disposição para a ingerir.

- Perante um prato cheio, a criança pode, desde logo, ter tendência à recusa. Pouca quantidade pode ser a estratégia para que, de facto, aceite comer.

- Alguns “sinais vermelhos”: evite recorrer a recompensas como sobremesas apetecíveis ou atividades atractivas. Recusaria oferecer o gelado depois de o ter sugerido? Ao fazer isso fará com que a criança espere sempre uma recompensa por jantar, quando o que desejamos é promover uma relação mais saudável com a alimentação.

- Não funcionou hoje? Não faz mal. Provavelmente não tinha apetite. A atividade física pode ajudar. Crianças menos ativas têm menos apetite. Promova a prática de atividade física ao final do dia, aproveitando o “pico” de energia natural desse período do dia.

- Voltou a não colaborar? Será que conta comer umas bolachinhas em vez do peixe cozido…? Mais um “sinal vermelho”: evitar a todo o custo compensar uma refeição recusada por outras coisas, deliciosas ou mais do agrado da criança. Estará a dar força a um comportamento de recusa e exigência que não será sustentável.

- Por fim, promova o ritual de fazer as refeições em família. As crianças aceitam melhor alimentos novos ao verem outras pessoas comê-los e gostarem.

Helena Almeida, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Medos no bebé - Reação ao "Estranho": Não me deixes...

(texto escrito pela Psicóloga Clínica Inês Afonso Marques)
Encontrado em parents.com
Por volta dos nove mesesde idade, os bebés revelam-se uns seres sociais adoráveis... Até que um estranho apareça! Muitos bebés, por volta desta idade, começam a demonstrar medo e vergonha na presença de pessoas que não lhe são familiares. Algumas crianças chegam mesmo a “rejeitar” caras familiares e anseiam por estar junto, e em exclusivo, do cuidador principal.

À semelhança de outras etapas de desenvolvimento, também quando falamos desta “reacção ao estranho”, cada criança deve ser encarada como um ser único e com caracterísiticas muito próprias. Assim, ela pode quase nem ser notada ou, por outro lado, perdurar no tempo. Em todo o caso, esta é uma fase emocional esperada ao longo do desenvolvimento saudável, começando a manifestar-se quando o bebé adquire a noção de “permanência de objecto”, ou seja, o bebé compreende que algo ou alguém continua a exisitir mesmo quando não os vê.

"Então mas agora vão afastar-me da pessoa que cuida de mim, que me proteje, que me faz sentir seguro?!? Não quero!"

Quando a entrada para a creche coincide com esta etapa de desenvolvimento, a separação pode, para algumas crianças, ser dolorosa. O bebé está habituado aos seus contextos e caras familiares, que lhe transmitem segurança, e aprecia a previsibilidade do seu dia a dia. Por esse motivo, alterações às rotinas, nomeadamente com a entrada para a creche, podem abalar temporariamente a sensação de segurança, pois a criança vê-se, de repende, num local pouco familiar e com muitos estranhos.

Como preparar o bebé para estas separações?

Como em qualquer outra situação de transição, permita que o bebé se habitue gradualmente à mudança.
Pratiquem! Será mais fácil o bebé lidar com a sua ausência se for ele a iniciar uma separação. Deixe que gatinhe ou caminhe para outra divisão da casa (assegurando-se que estará bem sem a sua supervisão por breves instantes) e aguarde alguns minutos antes de ir ao seu encontro. Poderá, também em casa, sempre que deixa o bebé, dizer-lhe num tom calmo e seguro onde vai e que estará de volta passado uns instantes. Assim, mostrará que tudo fica bem na sua ausência e que, apesar de se ausentar, regressa sempre.

Diga sempre adeus! Nunca desapareça sem aviso. Dessa forma, a criança sentir-se-à mais perdida. Beijinhos e abraços são benvindos na hora do adeus, acompanhados de uma breve explicação de onde vai e quando volta. . A noção temporal das crianças é limitada, mas poderá usar referências como “depois da sesta”, “quando ficar de noite” ou “a seguir ao lanche”.

Lembre-se que o bebé está em sintonia com as suas emoções. Tente não chorar nem mostrar-se aborrecido/a se o bebé começa a chorar.

Ao sair, não volte atrás. Voltar atrás repetidademente para acalmar o bebé tornará a situação mais dificil para si, para o seu filho e para a pessoa que ficará com ele.

Seja o mais natural possível. Os seus gestos demonstram quão natural a situação de separação é.

E quando não passa com o tempo?

Apesar de, como referido, estas reacções de maior vulnerabilidade à separação serem habitualmente uma fase transitória normal no desenvolvimento de uma criança, muitas crianças mais crescidas continuam a vivenciar um medo extremo, exagerado, despropositado, de se separarem dos seus cuidadores. Nesse caso, podemos estar perante um quadro de ansiedade de separação. Há crianças que recusam ir para a escola, outras referem pesadelos cujo tema é a perda. Há crianças que se queixam de dores, náuseas ou vómitos sempre que antecipam uma separação, mesmo que breve, dos cuidadores, outras recusam-se a estar sozinhas. 

Independentemente das “formas” que toma, a ansiedade de separação manifestada pela criança pode deixar toda a família vulnerável, comprometendo o equilíbrio psicológico individual e da própria família, quando:

- a intensidade das emoções e a frequência dos episódios de ansiedade é significativamente superior ao esperado para idade da criança;
- a ansiedade interfere na capacidade de adaptação da criança e compromete significativamente algumas áreas da sua vida, como a alimentação, o sono, as relações ou a aprendizagem;
- o sofrimento da criança se torna incapacitante para os próprios cuidadores;
- os sintomas ansiosos persistem no tempo;

... Pode ser importante, e bastante útil, procurar ajuda junto de profissionais especializados, no sentido de diminuir os níveis de sofrimento, reencontrar a tranquilidade e estabilizar as emoções.

Inês Afonso Marques
Psicóloga Clínica - Equipa Mindkiddo – área infanto-juvenil da Oficina de Psicologia


segunda-feira, 3 de março de 2014

Uma missão de solidariedade - Desde quando os mais novos poderão começar a ser solidários?

(texto escrito pela psicóloga  Rita Castanheira Alves)
Foto: squigglemum.com

O seu filho, sim, o mais pequenino de todos, já solidário? Quer ajudar, quer dar uma esmola a um pobre, quer ajudar um idoso, quer ajudá-la a pôr a mesa ou fazer-lhe festinhas porque está cansada?
A solidariedade é um valor de extrema importância para a relação com os pares e para o desenvolvimento do seu filho. Olhar para o outro, não ser indiferente ao que está ao nosso lado, compreender que podemos ajudar e ser ajudados, são competências que poderão ser desenvolvidas desde muito cedo e que se revelam essenciais para o êxito e futuro dos seus filhos.
Ao desenvolver o sentido de solidariedade nos seus filhos, e em si próprio, incute-lhes imensas emoções positivas, um bem-estar único e um sentimento de missão cumprida. Os seus filhos sentir-se-ão mais confiantes, capazes, o que contribui para o desenvolvimento da sua autoestima, essencial e transversal a todos os desafios da vida.
Por outro lado, desenvolve as suas competências sociais, pela interacção com os outros, e ajuda-os a viver em conjunto com quem nos rodeia e em relação. São competências essenciais para o futuro, já que o seu filho irá sempre relacionar-se com pessoas diferentes e de diversas culturas, posições e contextos. Os mais novos poderão aprender desde cedo como se ganha quando se é solidário e como se dá algo a ganhar à pessoa com quem fomos solidários.

E como poderá ser ele um pequeno solidário?
Fácil e divertido.
Construam em casa um conjunto de missões de solidariedade. Que tipo de missões? Todas as que possam imaginar, desde que a base seja ser solidário: ajudar uma vizinha com as compras, abrir a porta a um vizinho e deixá-lo passar primeiro, dar uma esmola a um pobre, ajudar um irmão a arrumar o quarto, contribuir com brinquedos para instituições que necessitem... É só olharem à volta e o que não faltarão são missões de solidariedade. Devem ter o cuidado de todas elas serem acessíveis ao seu filho.
Depois de construir um quadro de missões, criem um desafio em casa, em que todos tentarão, em cada semana, cumprir uma das missões estabelecidas. Ao fim da semana, a família junta-se e cada elemento conta qual foi a sua missão, o que correu bem, o que correu menos bem e o que aprendeu e sentiu com a missão. Não só aprenderá com a sua missão, como com as dos outros elementos da família.
O cumprimento de um conjunto de missões poderá dar direito a um prémio, de preferência que fomente um bom momento social entre a família (uma ida ao parque, um piquenique, uma ida a uma exposição...). O prémio deverá ser cumprido na data combinada.
É uma atividade sem custos, fácil e rápida, que fomenta nos mais novos (e até nos crescidos) o sentido de solidariedade. Em simultâneo, promove também a interacção entre os elementos da família, criando bons momentos familiares que, certamente, serão um dia mais tarde recordados pelos seus filhos com muito carinho e orgulho.
Que tal começarem hoje? Ser solidário não tem de ter data marcada!



Rita Castanheira Alves, 
Coordenadora da área infanto-juvenil e familiar da Oficina de Psicologia

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pai, mãe! Hoje é dia de estimularem o desenvolvimento do vosso filho! E amanhã, também :)

(Texto escrito por Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica coordenadora da área infanto-juvenil e familiar da Oficina de Psicologia).


Hoje, relembro cada pai, cada mãe, cada avó, cada tio e cada primo, cada educador, da sua responsabilidade. Relembro que é importante uma boa educação escolar, a ajuda de técnicos para princípios pedagógicos mais ajustados e para crianças e jovens mais saudáveis. Mas desde a barriga - sim, desde que são pequeninos que nem se veem - que a responsabilidade é de todos e de cada um que o rodeia e que olha para ele. Pode fazer a diferença se cumprir a sua parte, todos os dias.

Lembrei-me dos primeiros anos de vida e da sua importância e de como aquilo que é "só" divertido para o seu filho de 18, 24 ou de 36 meses, pode ser também muito, muito estimulante e determinante para o seu desenvolvimento sensorial, cognitivo, emocional e social. E este desenvolvimento não é só feito na escola, como também pode e deve ser feito em casa. Não tem de ser na escola, não tem de ser o educador, p psicólogo ou o psicomotricista, basta estar atento, basta relacionar-se com o seu filho, basta ser criativo. E começar... Hoje!

Deixo-lhe algumas ideias para estimular as capacidades do seu filho. Aposto que se irão divertir!

A audição:
  • ¥ Aplaudir,
  • ¥ Dar estalos com a língua;
  • ¥ Assobiar;
  • ¥ Imitar sons de animais;
  • ¥ Falar alto, falar baixo;
  • ¥ Fechar os olhos enquanto ouvem sons vindos de várias direcções.
O Olfacto:
  • ¥ Cheirar diferentes tipos de objectos, comidas, flores...
  • ¥ De olhos vendados, descobrir o que é algo, apenas pelo cheiro.

A Visão:
  • ¥ Sombras chinesas para identificar de que objetos se tratam;
  • ¥ Sombras para identificar objetos;
  • ¥ Desvendar objetos, apenas mostrando parte deles;
  • ¥ Colocar objetos a uma grande distância e perguntar de que se trata e ir aproximando lentamente até que ele o consiga decifrar.
O Tato:

- Uso de materiais e objectos diversos e familiares para descobrirem o que são, pelo tato.

Psicomotricidade:
  • ¥ Caminhar como se fossem muito pequeninos (agachados);
  • ¥ Caminhar como se fossem muito estreitinhos (em bicos dos pés, com as mãos bem junto ao corpo);
  • ¥ Caminhar como se fossem gigantes (passos muito largos);
  • ¥ Saltar como coelhinhos.

Motricidade fina:
  • ¥ Dobragens e colagens;
  • ¥ Plasticinas;
  • ¥ Rabiscos.
Conceitos Matemáticos:
  • ¥ Formar pares, trios, objectos iguais;
  • ¥ Contar escadas, contar carros, pratos e guardanapos.
Linguagem e memória:
  • ¥ Rimas;
  • ¥ Canções;
  • ¥ Repetição de palavras.

Estou certa de que já está cheio(a) de ideias, para além das sugestões aqui deixadas. Serão momentos divertidos e fundamentalmente muito ricos para  o desenvolvimento do seu filho. Lembre-se: É também uma responsabilidade sua. Por onde vai começar?


Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica coordenadora da área infanto-juvenil e familiar da Oficina de Psicologia

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quando os filhos testam os nossos limites… (texto da psicóloga clínica Inês Afonso Marques)

Banco do castigo: Foto retirada da Internet
O trabalho do seu filho é testar os limites...
... O seu trabalho é definir os limites e ensinar a criança a respeitá-los.

Provavelmente já ouviu falar do time-out, ou tempo de pausa, como estratégia para eliminar um comportamento desajustado. E do time-in? Estes são momentos de envolvimento e atenção positiva entre pais e filhos, que ajudam a criança a sentir-se valorizada, potenciando a manifestação de comportamentos adequados. Estes são momentos que podem ser repetidos vezes sem conta, em que nada mais importa para além da relação e da partilha.

O que pode ser um time-in?

- Massagens;

- Brincar - todo o tipo de brincadeira, e isso inclui brincar ao ar livre, brincadeiras criativas e artísticas, ler

- Exercícios de relaxamento;

- Sessões de cócegas, beijinhos e abraços;

- Partilhas positivas – partilha de palavras, pensamentos e expetativas positivas no final de um dia, antes da criança adormecer...

     Na definição de limites, que são extraordinariamente securizantes para uma criança, pois ajudam-na a compreender o que é esperado dela:

     - Crie expetativas que sejam adequadas ao nível de desenvolvimento da criança;

     - Desvie-se dos conflitos, por exemplo, através de elementos distratores;

     - Defina limites que sabe que conseguirá fazer serem respeitados;

     - Partilhe com a criança as regras, usando um tom de voz calmo e firme, recorrendo a uma linguagem adequada à sua idade.

O castigo pode ser útil nalguns momentos. As estratégias que funcionam melhor, sendo que cada família é uma família diferente de todas as outras, são:

- Ignorar. O ignorar deve ser usado em situações pouco graves e em que o bem-estar da criança e dos que a rodeiam não é posto em causa. 

- Perda de privilégios. Por exemplo, a carteirinha de cromos que habitualmente recebe todas as semanas, a ida ao parque no final da tarde, o fim de semana em casa do melhor amigo.

- Time-out/tempo de pausa. Particularmente útil em situações em que a criança revela estar a sentir dificuldades em gerir as emoções associadas ao comportamento desajustado. Deve ser usado para comportamentos que a criança já sabe que não são apropriados.




Inês Afonso Marques, psicóloga clínica da equipa da Oficina de Psicologia, especializada em saúde mental infanto-juvenil


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Escrever ou não uma carta ao Pai Natal? A psicóloga Rita Castanheira Alves dá a resposta.


Imagem retirada da internet.
E porque é Natal!
Vamos escrever a Carta ao Pai Natal?

É frequente os pais que nos contactam perguntarem-nos nesta época se é aconselhável escrever a Carta ao Pai Natal com os seus filhos.

Aqui fica a nossa reflexão sobre o tema.

A carta ao Pai Natal pode ser um documento que fortalece a fantasia e o imaginário das crianças, condições essenciais e importantes no seu desenvolvimento, e como tal poderá ser escrita. Inclusivamente, quando bem aproveitada, é uma excelente ferramenta para explicar à criança um conjunto de valores e ideias: a partilha, a necessidade de tomar decisões, a escolha, a frustração… Os pais, ao explorarem a carta da criança ao Pai Natal podem, de uma forma adaptada à fase de desenvolvimento da criança, desenvolver estes valores com ela e reflectir com ela sobre estas questões tão actuais e tão necessárias para o seu crescimento equilibrado. Em simultâneo, está a ser permitido à criança que desenvolva o seu imaginário e fantasia, tão importantes para o seu desenvolvimento, e ao mesmo tempo que lhe comecem a ser incutidos valores essenciais para a sua vida e para a realidade em que está a crescer.

Mas escrevemos uma carta mesmo com a crise? O Pai Natal também está em crise…
A crise financeira que atravessamos, como qualquer assunto da nossa realidade e que afecta o dia-a-dia da criança, poderá ser abordado de forma simples e adaptada ao seu nível de compreensão e de maturidade emocional e não é necessário esperar pelo Natal para a explicar. É importante que a criança seja atenta, curiosa, mas não passar uma extrema preocupação para ela. Mostrar-lhe sim que os adultos cuidarão da situação e que ela, com a partilha, compreensão e poupança à sua maneira, poderá também estar a contribuir bastante, valorizando-a por isso. Assim, o momento da escolha dos pedidos a incluir na carta ao Pai Natal poderá ser uma excelente oportunidade para desenvolver a consciência de partilha, de poupança, de necessidade de escolha da criança, numa fase em que a crise é a palavra que mais se ouve em tantas casas.

O importante é conseguir, deste modo, desenvolver com a criança a fantasia e o seu imaginário, em equilíbrio com a consciência da necessidade de poupar, partilhar e fazer opções; valores essenciais sempre e não só em tempo de crise.

Já escreveram a vossa carta ao Pai Natal?

Rita Castanheira Alves,
Psicóloga clínica coordenadora da MindKiddo, área infanto-juvenil e familiar da Oficina de Psicologia


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