Dúvida: Tenho passado por uma saga que necessito
duma opinião de V/ parte. A minha filha fez um desfralde espetacular
quando fez 2 anos (está quase a fazer 3); mas após isto começaram a surgir os
problemas. Sempre notei que ela era "presa"
dos intestinos, mas agora cisma em apertar. apertar...apertar... Já fomos
por diversas vezes ao pediatra por este motivo e a opinião dele é que vai
passar. Que ganhou medo e vai ultrapassar e lá vimos embora com a prescrição dum
lubrificante intestinal.
Mas a rapariga cisma sempre no mesmo e
diz constantemente que lhe dói a barriga e o rabino; já não sei o que fazer mais e
entretanto já passou quase 1 ano. Já optei por todas as formas: paciência,
histórias, berros, etc....e nada!!Quando abordo o assunto com ela faz de conta
que não é com ela!!!!
Já começo a pensar que tenho de ir a
outro pediatra... Ajudem-me.
Cara Isabel,
A prisão de ventre é um problema comum nas crianças e pode acontecer devido a uma mudança na alimentação, mudança no ambiente ou devido a um período febril ou de desidratação.
Para além disso, poderá ocorrer de forma progressiva e prolongada no tempo, devido a uma gradual diminuição da frequência das evacuações e a um aumento da dificuldade na passagem de fezes endurecidas.
O comportamento de retenção das fezes que descreve, como “apertar”, é frequentemente realizado na tentativa de evitar a dor ao evacuar. Ou seja, a criança associa o acto de defecar a algo doloroso, sentindo medo, o que por sua vez contribuirá para uma diminuição de idas à casa de banho. Consequentemente, as fezes ficarão mais duras, secas e mais difíceis de eliminar, mantendo a obstipação e desenvolvendo-se alguns sintomas associados, como dor abdominal, náuseas, alterações de apetite, irritabilidade, etc...
Recomendamos, então, algumas estratégias:
- Identificar os alimentos que podem estar a contribuir para a obstipação (cenoura, banana, pão...) e aumentar a ingestão de fibras na alimentação (frutas, vegetais, cereais integrais);
- Aumentar a ingestão de água, oferecendo-a várias vezes ao dia e não apenas quando a criança tem sede;
- Praticar atividade física;
- Conversar com a criança, demonstrando que compreende o seu medo e que a apoia neste desafio. Ao invés de berros e castigos, que tornam o momento ainda mais stressante, os incentivos frequentes ajudam-na a ter mais confiança;
- Incentive-a a ir à casa de banho várias vezes ao dia (mesmo que ela "nunca" tenha vontade) e ajude-a a estar sentada na sanita durante alguns minutos;
- Vá com ela à casa de banho sem pressa nem cobranças e elogie-a sempre que ocorra um progresso (mesmo que seja apenas uma tentativa para ir à casa de banho);
- Crie uma tabela com estrelinha na casa de banho, onde a sua filha vá ganhando uma estrelinha sempre que tente defecar. Assim, irá encarar estes momentos de forma mais positiva;
- Faça-lhe algumas massagens na barriga, três dedos abaixo do umbigo, pressionando com os seus dedos, mas sem lhe causar dor;
- Experimente alguns exercícios de relaxamento para ajudar na diminuição do medo e do desconforto corporal.
- Incentive-a a ir à casa de banho várias vezes ao dia (mesmo que ela "nunca" tenha vontade) e ajude-a a estar sentada na sanita durante alguns minutos;
- Vá com ela à casa de banho sem pressa nem cobranças e elogie-a sempre que ocorra um progresso (mesmo que seja apenas uma tentativa para ir à casa de banho);
- Crie uma tabela com estrelinha na casa de banho, onde a sua filha vá ganhando uma estrelinha sempre que tente defecar. Assim, irá encarar estes momentos de forma mais positiva;
- Faça-lhe algumas massagens na barriga, três dedos abaixo do umbigo, pressionando com os seus dedos, mas sem lhe causar dor;
- Experimente alguns exercícios de relaxamento para ajudar na diminuição do medo e do desconforto corporal.
A preocupação dos pais é compreensível, pois esta problemática pode causar dificuldades emocionais e sofrimento na criança e criar stress familiar. Mas lembre-se que é algo que a criança não está a fazer deliberadamente para aborrecer os outros. Se as dificuldades continuarem, procure um pediatra para uma nova avaliação de problemas de saúde e/ou um psicólogo clínico para ajudar a criança a lidar com este medo e parar com o ciclo vicioso.
Esperamos que tudo corra pelo melhor.
Um abraço,
Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia
Se também tiver dúvidas, medos ou ansiedades relativos aos seus filhos e ao seu papel de mãe/ pai, envie um e-mail para: consultorio.opbb@gmail.com
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