quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu vou ser clara: eu não quero (MESMO) que o meu marido assista ao parto!


Tenho-me deparado com uma situação que... digamos que me intriga.

Como é normal, há muitas pessoas que me perguntam se o Marco vai assistir ao parto. Até aqui tudo bem. O que me intriga é a reação das pessoas quando eu digo que não.

À minha resposta negativa, segue-se a segunda pergunta: Se vai ser cesariana. Aparentemente, é a única razão válida para justificar o facto dele não estar presente. Respondo que não há nada que indique que vá ser. E daqui as pessoas vão para a terceira pergunta. "Mas então porquê?!"

A resposta é simples. O Marco não quer, já do Gonçalo não quis, porque lhe faz confusão. Quanto a mim, agradeço, porque também me faz confusão pensar na presença dele num momento em que, nós mulheres, temos tudo tão pouco sob controlo.

E é aqui que começa a parte que me intriga. As pessoas não compreendem! Muitas delas não dizem nada, mas fica escarrapachado na cara delas o pensamento: "Pois... só dizes isso para te convenceres a ti própria." Olham para mim com um olhar que às vezes até me soa a pena, como se o facto do meu marido não tencionar estar presente na altura do parto, significar que gosta menos de mim.

Confesso que eu também acho estranho que as mulheres façam tanta questão que o marido esteja presente no parto, e neste ponto ficamos em pé de igualdade. A diferença é que eu não fico a olhar para quem me diz que faz questão que o marido esteja lá, com a cara de espanto, incredibilidade e pena, que muitas delas olham para mim quando eu digo que fico contente por ele não querer estar presente naquele momento.

Pergunto: Sou assim tão estranha por pensar assim? É assim tão anormal que eu não faça questão que o meu marido me veja numa situação de total vulnerabilidade, totalmente exposta, sem saber o que pode acontecer (e todas as mulheres sabem que há muita coisa pouco bonita que pode acontecer)?

Não é uma questão de não querer partilhar o momento com ele, sentir vergonha ou não me sentir à vontade. Simplesmente acho desnecessário!

O antes e o imediatamente depois do parto, sim. Gostaria de ter a presença dele nestes momentos, tal como ele o quer. Foi assim com o Gonçalo e foi tudo mágico. Mas no momento do parto em si, dispenso, honestamente.

Se ele fizesse questão de assistir, também não lhe iria negar isso, mas iria sempre preferir que ele não o fizesse.

Portanto, pessoas, acreditem em mim, e por favor não fiquem tão espantadas quando digo que o meu marido não vai assistir ao parto e que eu prefiro que assim seja, ok?

Se calhar sou esquisita, mas sou mesmo assim!

5 comentários:

  1. Antes do primeiro parto, eu só sentiria vergonha de ter ao meu lado, na altura do parto, a minha sogra, por ela ser médica obstetra e eu não saber como é que me iria portar (se iria ser muito mariquinhas, etc.). Não esteve presente nesse parto (nem nos outros). O meu marido não esteve no primeiro porque fui levada para uma sala de operações (a minha médica quis estar lá se fosse necessário passar a cesariana, porque a bebé estava com o cordão à volta do pescoço, mas felizmente não foi), mas esteve no segundo e no terceiro. Ele estava do lado da minha cabeça, acho que viu tanto como eu do que se passava "lá em baixo", e tanto quanto eu sei não lhe fez confusão nenhuma. Mas, cá está, se fôssemos todos iguais isto seria muito monótono! :-)

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  2. Olá.
    Olhe, eu cá, concordo com seu ponto de vista, em relação à questão que , se há quem goste, eu não gosto e ponto, cada um na sua, que é o que, resumindo, você diz. Concordo plenamente. Cada um tem suas ideias, e todos devem se respeitar e não ficar metendo o rico nariz na vida que não é sua.
    Agora, eu, nunca tive, ninguém para além de enfermeiras, médicos, futuros médicos e auxiliares - sim, houve uma vez que até precisaram reforços - mas é outra história, e um dia eu faço um post - e devo lhe dizer que já foi gente a mais a presenciar-me em figuras menos boas, e até tristes. Porque é como diz, e bem, uma mulher está numa situação pra lá de apertada, a coisa até pode correr muito bem, que nem filme cor-de-rosa, mas de repente não é bem assim, e a gente se despenteia, se dá literalmente às dores e dá de por a boca no mundo... não.
    Ele que fique cá fora, prontinho pra dar aquele mimo que uma recém-mamã bem precisa, e pronto, tá bem bom.
    bjos

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    1. Como sabe, fiz este post antes de ter o Francisco. Entretanto já o tive e o parto, como foi sem epidural, não foi fácil e ainda bem que o meu marido não estava lá. Eu não gostaria de assistir ao que se passou :) Viver na primeira pessoa sim (claro!), mas assistir, dispensaria ;)

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    2. Meu marido foi muito ausente na minha gravidez, fez pouco caso por ser seu segundo filho, mas é a minha primeira e eu não me sinto confortável com ele na sala de parto. Não deu importância a gestação até agora, e não tem nada que ele possa fazer na sala de parto normal. Não quero!

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