quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Eu seria uma grávida mais "cool" se dissesse que estou na boa... mas estaria a mentir!


Podia dizer que estou "na boa" com a chegada do Francisco, mas essa não é a verdade.

Que estou ansiosa e desejosa de o ter nos meus braços (na sua devida altura), isso sim, é a mais pura das verdades, mas que tenho a minha dose, e das boas, de receios, lá isso tenho.

Para começar, tenho receio da reação do Gonçalo. Por melhor que ele pareça estar a lidar com o facto de eu estar grávida, e por mais que ele me pergunte vezes sem conta quando é que o irmão vai nascer e pareça sempre entusiasmado quando fala no assunto, eu conheço o meu filhote mais velho. Ele é possessivo e está habituado a que as atenções estejam sempre focadas nele. Aliás, não só está habituado, como faz questão que assim seja.

Por outro lado, não estou totalmente certa de que eu própria vá saber gerir bem a situação. Lembro-me bem do cansaço que senti nos primeiros dias de vida do Gonçalo e sei bem que tais doses de cansaço não se coadunam com conceitos como paciência e discernimento; duas coisas importantes de ter para lidar com situações de "ciúme de irmãos", por exemplo.

Na teoria sei o que devo fazer, mas o meu medo é na altura não o conseguir pôr em prática.

Por fim, mas não menos importante, também não posso negar que me questiono como é que eu e o Marco, que já temos as nossas "rotinas" tão organizadas e dentro do caos já temos tudo tão orientado, funcionaremos como casal depois da chegada do Francisco. Ainda hoje estava a pensar… de manhã nós acordamos todos e enquanto eu visto o Gonçalo, o Marco prepara o pequeno-almoço; um processo de "linha de montagem" que funciona e nos proporciona, a todos, uma certa paz e tranquilidade, porque sabemos com o que podemos contar.

Também sei que é uma questão de nos adaptarmos todos à mudança, mas apesar da beleza e magia profunda que a chegada de um bebé traz a uma família, todos sabemos como esta adaptação é tudo menos fácil.

Não é que não acredite no amor que eu e o meu marido sentimos um pelo outro - de todo - mas também o amor é capaz de se desgastar se não houver compreensão, entreajuda, paciência, empatia… coisas nem sempre fáceis de oferecer e sentir num dia menos bom. E quando há muito cansaço acumulado, os dias menos bons são muitos.

Enfim…

Se eu poderia não pensar nestas coisas todas e ser mais "chill out"? Claro que podia! Mas se assim fosse, eu não seria eu!

8 comentários:

  1. Não se preocupe em demasia :) É tudo uma questão de reorganização. Desde que o segundo filho seja desejado pelos 3, tudo se arranja
    Vai correr tudo bem :)

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  2. O que pensava enquanto lia estas tuas palavras é que sempre é melhor ter a noção do que vai acontecer do que partir para a situação à espera que seja tudo um mar de rosas. A menos que sejas uma alien ou uma alma muito à frente do nosso tempo vais passar-te da cabeça quando estiveres cansada do mais novo não te deixar dormir e teres o mais velho a reclamar atenção. Vais ficar frustrada e com remorsos por gritar ou ralhares com o mais velho quando minutos depois pensares que o podias ter evitado e que só o fizeste pelo cansaço. Vais pensar (por breves instantes mas vais) mas onde é que eu me fui meter. Vais pensar que quando tinhas só um filho reclamavas que não tinhas tempo para nada mas afinal tinhas imenso tempo. Que conseguir trocar duas frases com o Marco sem ser interrompida é uma miragem mas afinal o teu cérebro também não está a funcionar a 100% (nem a a 50%) e por isso fica para depois (uns 4 ou 5 anos depois ;)). Mas a Feliciana tem razão, preocupa-te o que a cabeça te manda, mas depois desprende-te porque não serve de nada. Ter mais um filho é mesmo o crescer do coração, o nascimento de um mano mais velho e de uns pais na condição de pais de dois. Cada filho é único, maravilhoso e especial. É uma benção que dá trabalho mas que vale tanto a pena. Vai correr tudo bem, a sério. xx

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    1. Muito obrigada Paula :) É isso mesmo. Vou tentar focar-me nisso tudo. Ou seja, não dramatizar quando as coisas inevitáveis acontecerem e pensar que é passageiro e faz parte :) beijinhos <3

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  3. Não se preocupe… é MESMO uma questão de adaptação… preocupo-me sempre com a Matildinha de 4 anos agora em relação às manas gémeas de 15 meses… e tem sido maravilhoso vê-las a crescer juntas… envolver a Matilde nas tarefas desde o primeiro dia é fulcral… e pedir-lhe desculpa quando estamos mais irritados com o caos que a nossa casa se tornou… e acabamos por levantar a voz com ela… é fácil? Não não é… é difícil até.. mas é recompensador… e uma coisa importante… ir arejar com o maridão… isso é importantíssimo… e nós fazemos isso… nem que seja uma só noite de folga… faz bem à alma… e faz-nos recuperar energia para as metralhinhas!
    Bjinhos e boa sorte

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  4. Olá. E parabéns. Eu também tive esses receios, acho que todas temos, mas quando o meu filho mais novo nasceu eu já estava mais do que preparada para ter mais um bebé. Tinha tido dois abortos, tinha passado mais de um ano e meio desde que tínhamos decidido aumentar a família, e estava muito certa e com a ideia muito amadurecida. Correu lindamente, só posso dizer. Desfrutei muito mais os primeiros meses do segundo filho do que do primeiro, mas muito, muito mais, curti-o à séria, sem receios, sem medos, com 3 dias já andava no sling a ir buscar o mano à escola e a ir ao parque. E o mais velho reagiu muito bem. Falei com a Magda do Mum's The boss que me deu umas dicas para lá de maravilhosas, que partilhei no meu blog, e que penso que foram determinantes para o início da nossa família a 4. Por exemplo, o irmão mais velho foi o primeiro, depois do pai, claro, a estar comigo e com o mano. Sem mais ninguém. Não deixámos ninguém estar naquele momento, que era o momento em que estávamos juntos pela primeira vez. Foi perfeito. E ainda hoje ele se lembra da música "homem do leme" que estava a dar na rádio quando o pai o foi buscar para ir conhecer o mano. Para mim, a cereja no topo do bolo da maternidade é ter vários filhos. O meu sonho era ter mais, mas acho que é um sonho que não vai ser fácil de concretizar devido a um problema de saúde (enfomestriose) que me voltou a surgir e que me obrigará a fazer uma cirurgia em Dezembro. Só depois da operação é que sei se é ou não possível voltar a ser mãe. O que eu gostava, mas se não for possível consolo-me com os meus meninos. Ah, e já agora, não fiques triste se tiveres outro rapaz e te disserem: coitadinha, que falta de sorte, depois volta a tentar!! Beijinhos e se quiseres espreita o meu blog escrevi muito sobre os meus receios sobre ter um outro filho, como seria possível amar outro da mesma maneira?, sobre a chegada do mano e outras temáticas. Eu sempre sonhei ser mãe, mas os primeiros meses do meu primeiro filho foram muito duros, ele chorava muito e eu desesperava, mas com o segundo foi a consagração da alegria da maternidade. E vê-los juntos é a melhor coisa do mundo. O amor dos irmãos é das coisas mais bonitas de se viver. Um beijinho e tudo de bom!!

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    1. Olá :) Vou seguir essa dica da maternidade. Parece-me muito bem…. e obrigada por todo o seu testemunho e partilha :)
      Beijinhos e muitas felicidades.

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