sexta-feira, 25 de julho de 2014

Como a vida muda e nos muda!


Estava aqui a pensar… Sempre fui uma pessoa precavida, prevenida, organizada, metódica... De certo modo, ainda sou. Mas antes, quando era adolescente e no início da idade adulta, planeava as coisas com imensa antecedência. No verão, já estava eu a pensar na passagem de ano. Não que seja uma pessoa dada a festas de passagem de ano, mas porque a partir de determinada idade comecei a aproveitar essa época do ano para viajar... e comprando os bilhetes com antecedência eles saíam muito mais baratos e a maior parte das vezes apanhava promoções fantásticas. Já no início do ano, começava muitas vezes a planear as férias de verão com os amigos...

Também era no verão que começava a comprar as prendas de Natal. Isto porque tinha sempre imensas prendas para comprar e assim aproveitava os saldos.

Desde que o Gonçalo nasceu, deixei de planear as coisas com tanta antecedência e, estranhamente, hoje, quando mo pedem para fazer, faz-me imensa confusão e faço-o a grande custo. Penso sempre que é um risco enorme fazê-lo!

É que ter uma criança é viver uma aventura constante. Das boas, é verdade, mas que nos põe alguns travões. Por exemplo, quantas vezes me lembro de planear programas simples para o fim-de-semana seguinte, e o Gonçalo adoecer e ir tudo por água abaixo! Agora imaginem coisas a longo prazo!

Mas não foi só o nascimento do Gonçalo que mudou a minha maneira de ser e de estar na vida em relação a este tema. A própria crise também o fez, pelo menos quando os planos envolvem investimento monetário. Hoje temos dinheiro para planear fazer "isto" daqui a três meses, mas sabemos lá se nessa altura o dinheiro não nos vai fazer falta para coisas mais importantes e incontornáveis.

O que é facto é que tenho saudades de quando podia planear as coisas com antecedência, mas nunca penso no Gonçalo como o responsável por já não o fazer (ainda que tenha começado a mudar a minha atitude neste aspecto depois do nascimento dele). Hoje, a responsabilidade de não o poder fazer é inteiramente da indefinição de tudo o que nos rodeia. Porque se hoje temos tudo garantido, amanhã isso deixa de ser assim. E quem ainda acredita que "comigo é diferente" ou que "eu tenho a minha estabilidade garantida", é completamente tonto e alheado do que se passa na sociedade.

Tenho saudades da estabilidade que Portugal oferecia!

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