… os irmãos Coen aqui tinham tanto material para trabalhar!
Não sei se o intuito de quem governa (e governou) é tornar este país um centro de dia paradisíaco de reformados ricos, mas, se é, nem nisto estão a ter visão estratégica. Afinal de contas, sem crianças ou jovens por aqui, quem é que vai tratar da gestão e manutenção desse paraíso?
Mas estou-me a dispersar. Vou-me focar num único ponto, sem sequer me alongar. Porque não é preciso. As coisas são o que são: tristes e vergonhosas.
Como sabem estou grávida e prestes a ficar desempregada (não é fixe?).
Por acaso já tinha inscrito o Gonçalo na escola pública, visto que ele está numa privada desde os 6 meses. No entanto, sei que ele não é considerado uma criança prioritária, uma vez que vai fazer os 4 anos no final de setembro (e o nosso país acha que só se é gente a partir dos 5 anos e, por isso, só a partir dessa idade está assegurada a entrada no ensino público. Deve ser porque até aos 5 anos a mãe pode ficar em casa a tomar conta dos filhos e não precisa de ir trabalhar. Ai espera. Isto não acontece! A verdade é que até aos 5 anos as crianças não existem para o Estado, ou então precisam de ter sorte ou ter cunhas… e isto diz tanto, mas tanto, do país em que vivemos!)
Mas enfim… Como a minha situação profissional vai mudar, liguei para o agrupamento onde o inscrevi e expus a situação, ao que a senhora me disse, quase constrangida, que o Gonçalo continuaria a não ser uma criança considerada prioritária, porque a legislação não contempla este "tipo" de situações. Ou seja, não contempla o tipo de situação que atualmente é vivido por meio Portugal.
É triste, revoltante, chega a dar náuseas e acessos de fúria, daqueles que, e desculpem a frontalidade, dão vontade de partir a tromba a quem manda e mandou nisto!
Só espero que as tais medidas de incentivo à natalidade de que tanto falam cheguem rápido e que tenham efeitos práticos imediatos. E, já agora, que sejam efetivamente úteis!
Penso que não se trata de haver crianças prioritárias ou não. A lei estabelece critérios de ordenamento das crianças se as vagas não chegarem. Não é ele que não é prioritário mas as vagas que não chegam para a procura. A minha filha entrou para uma pré pública com 3 anos e pouco. Sem cunhas nem sorte, simplesmente porque moro num sítio onde há vagas para a generalidade das crianças. É triste que não seja assim em todo o lado.
ResponderEliminarOlá Sandra. É as duas coisas, uma associada à outra. Existe uma espécie de lista de quais as crianças que têm prioridade para entrar, exatamente porque não há vagas suficientes. A prioridade da lista são as crianças que fazem os 5 anos até dezembro, depois estão os meninos com necessidades especiais, os meninos que tenham irmãos na instituição em que a criança foi inscrita… por aí. O problema é que o Estado tinha obrigação de assegurar que há escolas para todos. Haver centenas de alunos inscritos numa escola onde só há 20 e tal vagas, é completamente absurdo! Beijinhos
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