Provavelmente vai notar no seu filho uma diminuição
acentuada do apetite após o 1º ano.
Virar a cabeça após algumas colheradas, exigências sobre o que come e resistência a chegar à mesa para a refeição, podem tornar-se situações frequentes. Mas existe uma boa razão para isto acontecer: a sua taxa de crescimento diminuiu, ou seja, não está a crescer a um ritmo tão acelerado como até agora. Isto significa que não precisa de muita comida para satisfazer as suas necessidades. Com 1 ano de idade, a criança come cerca de 1/3 a metade da quantidade normalmente ingerida por um adulto.
Virar a cabeça após algumas colheradas, exigências sobre o que come e resistência a chegar à mesa para a refeição, podem tornar-se situações frequentes. Mas existe uma boa razão para isto acontecer: a sua taxa de crescimento diminuiu, ou seja, não está a crescer a um ritmo tão acelerado como até agora. Isto significa que não precisa de muita comida para satisfazer as suas necessidades. Com 1 ano de idade, a criança come cerca de 1/3 a metade da quantidade normalmente ingerida por um adulto.
Tente não transformar as refeições em verdadeiras
guerras para levá-lo a comer o alimento e a quantidade que você quer. Aliás,
quanto mais insiste, menos provável é que ele cumpra. Em vez disso, ofereça-lhe
vários alimentos nutritivos, e deixe-o escolher. Varie sabores e consistências
o máximo que conseguir. Incentive-o alimentar-se sozinho, oferecendo ajuda
quando necessário e tentando não se preocupar demasiado nem pressioná-lo com a
limpeza. De seguida ficam algumas dicas do que se deve e não deve fazer/dizer,
em situações de birras e/ou rejeições alimentares:
Em vez de…
|
Tente…
|
Se não comeres mais uma dentada, vou ficar
chateado(a)!
Come isso para eu gostar de ti.
(Ensina
a criança que tem de comer para ter o seu carinho e amor)
|
Esta fruta chama-se kiwi. É doce como um
morango!
Estes rabanetes são mesmo estaladiços!
(Ajuda
a assinalar as caraterísticas sensoriais e incentiva a criança a experimentar
novos alimentos)
|
Olha para a tua irmã, comeu o prato todo!
Tens de comer mais uma garfada antes de saires
da mesa.
(Ensina
a criança a ignorar os sinais de saciedade. O melhor para a criança é parar
de comer quando está satisfeita e não quando acabou o prato todo).
|
O teu estômago já te está a dizer que está
cheio?
O teu estômago ainda está a fazer aquele
rosnar da fome?
(Ajuda
a criança a reconhecer quando está satisfeita. Ajuda a prevenir o excesso de
ingestão alimentar)
|
Vês, não sabe assim tão mal, pois não?
(Sugere à criança que ele estava errado em rejeitar o alimento, e que o “certo” é gostar). |
Gostas deste alimento?
Qual deles é o teu preferido?
(Fazem
a criança sentir que tem poder de escolha)
|
Não há sobremesa/doce até comeres os vegetais
todos.
Se parares de chorar dou-te um chocolate/doce.
(Passa a ideia de que alguns alimentos são melhores que outros. Ter um doce como recompensa por algo, ensina a criança a querer comê-lo para se sentir melhor e preferi-los a alimentos mais saudáveis.) |
Podemos comer estes vegetais noutra altura.
Para a próxima gostavas de experimentá-los crus em vez de cozidos?
Não
fiques assim triste. Vem cá e dá-me um abraço!
(Recompense
a criança com atenção e carinho e dê-lhe sempre opção de escolha dentro das opções
mais saudáveis)
|
Se ele rejeitar tudo o que lhe oferecer, pode guardar
a refeição para mais tarde, quando ele tiver fome. Apesar disto, não o deixe
andar a petiscar bolachas ou doces depois de ele ter rejeitado a refeição, uma
vez que só alimentará o seu interesse por alimentos ricos em “calorias vazias”
(aqueles têm muitas calorias, mas não têm nutrientes importantes como vitaminas
e minerais e em vez disso são ricos em açúcares simples e gorduras saturadas),
e diminuir o seu interesse pelos mais ricos em nutrientes.
Aliás, para muitos pais, quando na consulta do 1º ano
o pediatra diz que a criança já pode comer “de tudo”, deixa de haver o cuidado
extremo que existia e começa a ser oferecido todo o tipo de alimentos. Deve
continuar a haver a preocupação com a alimentação saudável, uma vez que uma
alimentação rica em gorduras e açúcares simples está associada ao
desenvolvimento de excesso de peso, doenças metabólicas e outras complicações. Sabe-se ainda que a exposição a alimentos saudáveis
nos primeiros anos de vida aumenta a probabilidade da criança adotar esses
hábitos alimentares na adolescência e na vida adulta.
E,
não se esqueça: as crianças nestas idades são uns “macaquinhos de imitação”, e
imitam as pessoas de quem mais gostam e mais próximas estão de si (os pais,
irmãos, avós…). Na alimentação é idêntico. Um bom exemplo é sempre a melhor
lição.
Dra.
Ana Rodrigues Lopes | CP nº 2069D
Dietista da
Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação Cacém
E-mail:
anarodlopes@gmail.com
Fontes:
Krause:
Alimentos, Nutrição e Dietoterapia (2010). Saunders Elsevier; 12ªedição.
“What you say really matters?” Feeding
young children in group settings. USDA.
Nesta época de calor as crianças ainda ficam mais inibidas ao apetite. É preciso saber explicar-lhes a eles e a nós que alimentação é muito do que eles são física e emocionalmente. Gostei das tentativas que funcionam quase sempre!
ResponderEliminar;) beijinhos
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