(texto escrito pela dietista Ana Rodrigues Lopes)
O novo
membro da família acaba de chegar. E agora, como garantir as suas necessidades
em energia e nutrientes nos primeiros meses de vida?
De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, o bebé
deve ser alimentado exclusivamente com leite materno até aos 6 meses de vida,
devido a uma série de benefícios que lhes oferece como, por exemplo:
·
Tem todos os nutrientes, em proporções
adequadas, que o bebé necessita para se desenvolver de forma saudável;
·
Diminui a incidência e/ou gravidade de algumas
doenças infeciosas, como meningite, diarreia, infeções respiratórias e
urinárias, enterocolite necrotizante e otites;
·
Diminui as taxas de excesso de peso e obesidade
na infância, adolescência e vida adulta;
·
Reduz a probabilidade da criança vir a ter
alergias alimentares, diabetes tipo 1 ou 2, asma, leucemia ou linfoma;
·
Promove o desenvolvimento neuro-cognitivo.
Mas não são só os bebés que beneficiam com o aleitamento materno. As
mães também saem a ganhar:
·
O útero volta ao seu tamanho normal mais
rapidamente;
·
Voltam mais rapidamente ao peso que tinham antes
da gravidez;
·
Têm um risco mais reduzido de vir a ter cancro
da mama e do ovário;
·
Facilita a remineralização óssea.
Para além de todos estes benefícios, é o alimento mais prático (está
sempre “à mão”), seguro e económico que as mães poderão dar aos seus bebés. É
ainda uma excelente oportunidade para promover a ligação mãe-filho.
No caso de amamentar, a mãe deverá ter atenção aos seguintes
alimentos:
·
Cebola, alho, couves e espargos – provocam um
sabor desagradável no leite;
·
Bebidas com cafeína – a cafeína passa para o leite e é uma
substância estimulante, pelo que estas bebidas (café, chá preto/verde,
refrigerantes de cola) devem ser evitadas.
No início, muitas mães deparam-se com dificuldades na amamentação. É
normal! É uma capacidade que tem de ser aprendida e melhorada pela mãe e pelo
bebé.
Prática e paciência, são as palavras-chave. E há sempre a opção de se
procurar ajuda – familiares, amigos, profissionais de saúde… O que importa é
não desistir.
São as crianças, e não os adultos, que deverão estabelecer os seus
horários de alimentação. Inicialmente, a maioria das crianças precisa de se
alimentar de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas. A partir das 4 semanas de idade, começam
a comer em intervalos de 4 horas. Entre o segundo e o quarto mês, normalmente, já
se consegue omitir a alimentação noturna.
Apesar de todos os benefícios, há crianças que, por várias razões, não
poderão ser alimentadas com leite materno. Há um século atrás, os bebés que não
eram amamentados, geralmente, não sobreviviam. Embora a amamentação continue a
ser a melhor alimentação para o bebé, as fórmulas infantis são, certamente, a
segunda opção.
Dra.
Ana Rodrigues Lopes
Dietista da
Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação do Cacém
Membro da
Associação Portuguesa de Dietistas
E-mail:
anarodlopes@gmail.com
Fontes:
Escott-Stump S, Kathleen Mahan L. Krause: Alimentos,
Nutrição e Dietoterapia (2010). Saunders Elsevier; 12ªedição.
World Health Organization. Health topics – 10 facts on breastfeeding (Feb 2014).
Pediatrics. American
Academy of Pediatrics: Brestfeeding and the use of human milk (2005).
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