Às vezes acho que menosprezo o Gonçalo. Não no sentido de o
desvalorizar, claro que não, mas acho que tenho o péssimo defeito de achar que
ele é mais bebé do que aquilo que realmente é. Ontem vi-me obrigada a refletir
sobre o assunto.
Quando vou com ele ao parque tenho sempre mil cuidados. Ando
colada a ele, pronta a ampará-lo não vá ele desequilibrar-se ou dar-lhe a "macacoa" e largar as mãos do baloiço e estatelar-se no chão. Quando ele quer
andar no escorrega, por exemplo, agarro-lhe sempre os braços e faço uma força
gigante e movimentos quase circenses, de modo a ele não se inclinar para trás e
bater com as costas no baloiço ou para evitar qualquer coisa deste género.
Ora, ontem, quando o fui buscar à escola, ele estava lá fora
a brincar, como é costume, na parte dos mais pequeninos; onde existem baloiços
indicados para idade deles. A partir de uma determinada hora eles passam os
meninos todos para o lado dos baloiços dos mais crescidos e como eu me atrasei
porque me pus à conversa com uma das auxiliares, lá foi o Gonçalo brincar na
zona dos "baloiços dos grandes". Qual não é o meu espanto quando o vejo subir para
um dos escorregas, com uma segurança fantástica, e depois andou no escorrega como se
fizesse aquilo desde sempre! Fiquei boquiaberta! E tão bem que ele já sobe as
escadas!
Isto serviu como uma espécie de bofetada, que me fez ter consciência
de que tenho de me esforçar em dar-lhe mais espaço e a enfiar nesta minha
cabeça que ele cresce… e que isso é bom!
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