É um ciclo vicioso. Eles andam os dois mais difíceis, porque estão constantemente a embirrar um com o outro e não fazem nada do que lhes digo, e eu, como ando com menos paciência, também não os consigo acalmar nem "dar-lhes a volta" serenamente.
Na última semana foi um tormento. Senti-me várias vezes no meu limite e senti muitas vezes que não ia aguentar nem mais um dia sem me dar uma coisinha. É que isto de estar sozinha com eles até se vai fazendo (vamo-nos acostumando), mas o facto de no dia-a-dia, na rotina, não termos "pausas" ou "folgas" para nada, acaba por se fazer sentir e acaba por pesar com a soma dos dias ou naquelas fases em que andamos mais stressados com o trabalho ou mais preocupados com outras coisas.
Nestas fases, depois de os chamarmos 10 vezes para lavar os dentes, tomar banho, jantar, fazer os trabalhos de casa, vestirem-se, etc, já não há paciência para adotar a famosa parentalidade positiva. Estar dias e dias seguidos sozinha com eles neste registo, em que nada é fácil e em que tudo só é feito quando eu me passo da cabeça (e tendo como som de fundo duas crianças a discutirem uma com a outra e a choramingarem porque uma quer uma coisa e outra quer outra, e por mais mil motivos diferentes), suga completamente a energia e a força.
Confesso que nestes últimos dias desejei ardentemente ir de férias sozinha, para bem longe.
Eles são o melhor da minha vida e são tudo para mim. A minha vida não fazia qualquer sentido sem eles e nem eu queria viver de outra forma, mas sim, desejei muito umas férias longe deles.... (o que só aumentou o meu sentimento de culpa).
Mas depois penso... eles são crianças. Tudo o que fazem, faz parte.
Só espero que eles compreendam que a mãe também se cansa e que nem sempre consegue levar as coisas para a frente com um sorriso e com a leveza que devia. Não que eles não mereçam que faça um esforço para que assim seja, porque merecem tudo, mas há dias em que o cansaço me ganha.
Hoje sinto-me mais calma e mais paciente. Dormi a noite toda seguida (este facto também pesa e não é pouco - mais do que o número de horas que durmo) e quero acreditar que recarreguei baterias.
Estou desejosa de os ir buscar à escola e de estar com eles. De os abraçar para me redimir da falta de paciência que tenho tido. Para me desculpar pelas vezes que gritei. Pelas vezes que fui a mãe que eu não quero ser. Porque se há coisa que eles merecem, é uma boa mãe. Uma mãe à altura dos filhos maravilhosos que são <3
Comigo acontece-me isso na altura da tpm, fico impossível e descarrego nas miúdas ao mais pequeno ai que elas digam, depois sinto-me culpada mas por vezes não me consigo controlar e quando dou por mim já estou aos berros!!
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