quinta-feira, 30 de junho de 2016

Há coisas que não verbalizamos, mas sentimos

Recentemente tive de fazer uma escolha complicada. Já sabia há imenso tempo que a festa na escola do Francisco ia ser hoje e sabia que ele ia desfilar e participar numa "atuação" de música.

Eis se não quando na sexta-feira passada recebo um mail da escola do Gonçalo, a dizer que a festa seria exatamente no mesmo dia e à mesma hora!

Fiquei para morrer!

Sabem aquelas alturas em que pensam em mil coisas ao mesmo tempo? Foi o que me aconteceu.

Não queria que o pai fosse a uma e eu a outra. Por outro lado, a ter de escolher ir a uma, e porque o Gonçalo já percebe e liga e o Francisco não, iria à do Gonçalo. Mas já tinha dito que ia à festa do Francisco e também gostava de ver a festinha dele, tal como vi quando foi com o mano.

Não foi fácil! Acreditem!

Perguntei ao Gonçalo se estavam a fazer alguma coisa para a festa dele  e ele disse-me que não (mais tarde vim a saber que estavam a ensaiar uma música, em que iam fazer uma coreografia). Expliquei-lhe as coisas e perguntei o que é que ele achava. Se se importava que fôssemos todos à festa do mano e ele disse logo que sim. Sem hesitações nem dramas.

Fiquei mais aliviada, mas confesso que não totalmente. Longe disso!

Hoje, enquanto estava na escola do Francisco, passei o tempo todo a pensar que o Gonçalo não foi à festa dele. Ele não se importou nada, eu sei. A verdade é que neste ano inteiro ele não criou laços com ninguém na escola. Gosta de todos, todos gostam dele, mas não há aquela relação de afeto que viveu nas outras duas escolas onde andou.

Enfim... posso dizer-vos que, com isto tudo, foi um dia feliz, sim, adorei ver o meu bebé, mas a culpa e a tristeza também marcaram presença.

É a maldita culpa. Aquela culpa típica das mães que já não sentia há algum tempo, mas que hoje deu um forte ar da sua graça.

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