Ontem, mal acordou, o Gonçalo perguntou-me aflito onde estava a mala dele. Disse-lhe que estava na cozinha.
Logo a seguir perguntou-me, ainda mais aflito, pelas calças dele. Respondi que estavam na casa de banho.
Ele foi lá a correr e depois veio para ao pé de mim.
"É que ontem touxe um diamante pâia ti e guadei-o nas calças."- explicou-me.
"Um diamante? Uau!" - respondi.
"Sim. Toma. Tens de o pôi ao sol pâia bilhái mais ainda!"
E deu-me uma coisa pequenina, de plástico, com um aspeto super fatela. Mas ele acreditou piamente que era um diamante! Que me estava a dar uma coisa muito especial (ele não sabe que, de facto, estava).
O gesto dele deixou-me tão enternecida, que a mim soou-me mesmo a um diamante. Foi por isso que fui buscar uma caixinha e guardei a peça de plástico. Porque ela é, na verdade, um diamante. Um "diamante" que faço questão de espreitar muitas vezes, quando sentir que ele, o meu bebé grande, já não é tão meu como agora. Porque sei que isso vai acontecer um dia. Porque é normal que assim seja.
Ontem recebi um "diamante". E tenho para mim que é dos mais valiosos que alguma vez hei de receber na vida!
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