Não é nada que me incapacite. Vou para todo o lado. Mas o medo está sempre lá. E depois de hoje a situação ficou bem pior.
Fomos sair os quatro. Íamos na autoestrada e, do nada, sem que nada o fizesse prever, começou a cair granizo com uma força e quantidade como eu nunca vi. A estrada ficou cheia de gelo e os carros abrandaram automaticamente, mas o piso parecia manteiga. Os carros simplesmente começaram a patinar. Foi tudo super rápido!
O Marco manteve um sangue frio incrível. Foi mesmo por um fio que não batemos num carro que entretanto parou - devemos de ter ficado a um cabelo de distância - e o mais aflitivo é que nos apercebemos que mesmo parados o carro deslizava. Ou seja, o Marco teve ir travando o carro com o travão de mão.
Foram uns minutos. Não sei precisar quantos. Devem ter sido poucos mas a mim pareceram-me intermináveis. Durante todo o tempo agarrei-me ao banco e toda eu tremia. Rezava a Deus para proteger os meus meninos. Graças a Deus o Gonçalo estava a dormir e o Francisco estava a leste do paraíso.
O Marco, coitado, não só teve de manter a calma, como ainda arranjou tempo e força para me tentar acalmar, porque eu estava uma pilha. Foi mesmo um amor!
Finalmente parámos. E eu chorei que me fartei. Descarreguei os nervos e agradeci mil vezes a Deus ter olhado por nós. Depois... depois saí do carro e fui abraçar e dar beijos aos meus bebés e ao Marco, enquanto, pela enésima vez, voltava a agradecer a Deus por me permitir estar a fazer uma coisa tão simples, mas tão boa, como aquela.
Graças a Deus acabou tudo bem e foi só o susto. Mas foi um grande, grande susto!
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