Quando os pais se espalham ao comprido!

Tentamos sempre transmitir aos nossos filhos que temos todas as respostas para as perguntas que eles nos fazem (quanto mais não seja para lhes transmitir segurança). Mas todos sabemos que nem sempre esta segurança que tentamos transmitir é real… sobretudo quando eles se saem com aquelas perguntas que nos deixam sem resposta ou engasgados.

Foi o que aconteceu ontem.

Sem mais nem menos o Gonçalo sai-se com uma pergunta que originou um diálogo surreal.

“Mamã, é vedade que quando morremos voltamos a nachêi no côpo (corpo) de ôta pechoa?”

Uns segundos depois do choque lá me saiu um:

                                                                                                                                

“Quem é que te disse isso?!”

“Foi o Salvadôi.”

“Ó filho… isso não é verdade!”

“Mas eu não quéio morrêi!”

“Credo! Vamos mudar de assunto Gonçalo. Não penses nessas coisas. És muito pequenino. Só se morre quando se é velhinho!” – respondi, indo contra tudo aquilo que acredito ser o correto; que é tentar explicar as coisas de uma forma simples, sem mentir.

“Mas eu nunca quéio morrêi. Não quéio ficai a domiê pâia sempe!”

“Môr, não penses nisso!” – e acrescentei na manobra de diversão mais mal metida de todo o sempre. – “Sabes que quinta e sexta não vais à CAF porque te vamos buscar mais cedo?”

E foi assim que me espalhei ao comprido! L Menti-lhe, fiquei sem saber como lhe responder e não estou certa de o ter tranquilizado! Mas ao menos a conversa acabou ali.

Bolas! Tenho de começar a antever estas perguntas difíceis e estudar as respostas!