Filhos chateados, pais irritados,
discussões e choros pelo meio… A hora do castigo não é agradável para ninguém!
Porém, o castigo é essencial, em alguns momentos, para ajudar as crianças a não
repetirem comportamentos desadequados, a regularem as suas emoções ou
simplesmente para pararem um pouco para respirar. No fundo, quando bem
aplicado, um castigo pode cumprir funções muito mais importantes do que uma
simples punição (que muitas vezes pode não ter o efeito desejado), mas ser também
uma forma de aprendizagem, um treino para a criança parar um pouco e para se
tranquilizar.
Este efeito pode ser aprendido rapidamente
em poucos castigos, mas para isso é necessário ter alguns cuidados na hora do
castigo.
Respire
fundo e tente manter-se calmo
Muito do impacto que o castigo vai ter
no seu filho vai depender também da forma como vai dar esta instrução à
criança. Lembre-se quem é o adulto nesta relação e por muito que a criança o
possa irritar, tente manter algumas calma, fale num tom de voz moderado e de
forma pausada. Evite entrar em escaladas de gritos. A sua perda de controlo
retira a autoridade que possa ter e o respeito que a criança terá nessa altura.
Não
ria! Se o fizer talvez não seja hora do castigo.
Se a sua intenção é punir um comportamento, não pode rir desse comportamento. Por mais difícil que possa ser, não ria! De outra forma, a mensagem que queria passar acabou de se perder.
Se a sua intenção é punir um comportamento, não pode rir desse comportamento. Por mais difícil que possa ser, não ria! De outra forma, a mensagem que queria passar acabou de se perder.
De
forma simples e clara todos se entendem
Seja simples, direto e faça um discurso
curto. Nunca se esqueça de mencionar claramente a razão pela qual a criança vai
ficar de castigo, qual o castigo e quanto tempo vai durar. Por exemplo: “bater
no teu primo foi muito errado, magoaste-o! Vais ficar aqui sentado 5 minutos
sem brincar ou falar com ninguém, para poderes pensar!” ou “Voltaste a deixar
tudo desarrumado, ao contrário do que te pedi! Durante os próximos dois dias
não poderás usar a PSP”.
Evite
os castigos divertidos!
Parece contrassenso mas, por vezes,
muitos castigos não são vividos como tal. Evite mandar a criança para o quarto,
para a rua ou qualquer local com muitos estímulos positivos. Como tal, evite
também dar uma tarefa à criança que facilmente se possa tornar uma brincadeira
ou vigie o momento em que ela faz a tarefa.
Alguns exemplos de castigo pode ser o
time-out (afastar a criança dos estímulos e ficar parada e algum local), fazer
uma tarefa menos agradável para ela, repor o que possa ter estragado, retirar
um objeto especial…
Tempo ideal é tão importante como o tipo de
castigo
Nenhum castigo deve ser demasiado curto,
nem demasiado longo. Castigos que duram muitos dias e semanas são menos
eficazes. Dê preferência a castigos curtos, mas que tenham impacto momentâneo
no seu filho. Se optar por fazer time-out, pode colocar um tempo proporcional à
idade da criança (5 anos = 5 minutos; 6 anos = 6 minutos …), quando decide
tirar algo à criança escolha também um tempo realista. Finalmente seja
contingente, isto é, aplique o castigo o mais próximo possível do
comportamento, desta forma nesse momento a criança terá bem presente o
comportamento desadequado e poderá refletir sobre ele.
Não
desista, seja firme!
Não desista nem suavize o castigo. É
importante que seja consistente para marcar uma posição, durante esse período é
importante que a mantenha na tarefa em questão ou que permaneça sem o objeto
que foi retirado. Manter-se fiel à sua palavra levará a que os próximos
castigos tenham mais sucesso e que com o passar do tempo vá diminuindo o
comportamento negativo, porque a criança tem a certeza que o castigo irá
acontecer.
Para além disto, seja firme nos
comportamentos que são punidos. Se fazer birra no supermercado implica castigo
uma vez, deverá existir um castigo sempre que se repetir. Desta forma, está a
deixar bem claro quais são os limites e regras, não há espaço para dúvidas.
Perdoe
e siga em frente!
Após o castigo perdoe e não fale mais
sobre o assunto. Isso não trará mais nada para a criança e, para além disso, ela
já teve a punição acordada. Se continuar a ralhar estará a puni-la duplamente.
Ser pai tem partes menos positivas e
como tal o castigo não é fácil! Mas um castigo bem aplicado pode ajudar a
criança, a família e no futuro leva a que seja cada vez menos necessário
castigar!
Inês Custódio
Psicóloga
Gostei muito deste texto. Obrigada, Inês! Obrigada, Sofia!
ResponderEliminarAinda bem :) beijinhos
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