terça-feira, 3 de novembro de 2015

CONSULTÓRIO: “E SE DISCUTIR À FRENTE DO MEU FILHO?”

(texto escrito por Susana Matos Duarte, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
Foto: Pinterest

A família é o espaço de vivências onde podemos alcançar realização, tranquilidade e bem-estar, mas é também onde podemos revelar o nosso lado “pior” e vivermos as situações mais dramáticas.

Sabemos que não é adequado para o bem-estar psicológico e emocional haver conflitos de casal à frente dos filhos, pois estes devem ser protegidos de tudo aquilo que não lhes diz respeito e que está apenas na esfera do casal. Todos concordamos, certo?

Porém, pergunto aos pais: quem nunca o fez? Acredito que as respostas positivas não sejam muitas...

Conviver todos os dias em casal não é tarefa fácil: acumulam-se muitas incompreensões e dificuldades de comunicação que, juntamente com a pressão e o stress do dia-a-dia, podem culminar em conflitos mais acesos. Somos humanos, imperfeitos e nem sempre os dias ou épocas de vida são os mais fáceis de gerir, pelo que é normal que algum descontrolo e impulsividade possam surgir e que acabemos por ter uma discussão à frente dos nossos filhos.

Quando temos uma destas discussões de casal incontroláveis é importante, porém, que tentemos minimizar os danos que poderão causar no “clima” familiar. Não se martirizem pelo sucedido, mas tentem resolver a situação usando algumas das estratégias que a seguir sugerimos:

   Não negue ao seu filho aquilo que aconteceu. É pior evitar e fingir que não se passou nada. Não se esqueça que o seu filho absorve tudo o que está à sua volta e será pior para ele permanecer com sentimentos negativos que irá interiorizar sem os conseguir digerir de forma adequada.

   Se possível, tente pedir desculpas entre o casal, à frente do seu filho. Desta forma, estarão a tranquilizá-lo, a mostrar que os adultos também erram e que sabem aceitar os seus erros.

   Dê-lhe uma explicação simples: diga que os adultos também podem não concordar uns com os outros e que, às vezes, também se zangam.

   Reforce que era uma discussão apenas entre os pais e que ele não tem culpa, especialmente com as crianças mais pequenas que, pelo sua imaturidade e egocentrismo natural, tendem a culpabilizar-se por estas situações.

   Não entre em pormenores acerca da discussão e evite depositar culpas em si próprio ou no seu cônjugue.

   Assegure-lhe que os pais já resolveram ou estão a tentar resolver o seu problema, e que ele não precisa de se preocupar.

   Incentive-o a expressar os seus pensamentos e sentimentos em relação à situação.

Se é natural que estas situações ocorram na família, devemos também estar conscientes que são de evitar. Proteja os seus filhos o mais possível!


Susana Matos Duarte

Psicóloga Clínica – Oficina de Psicologia



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