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Não fui
eu que desarrumei o quarto. Foi o ursinho...
A imaginação das crianças parece não ter
limites. Fantasia e realidade surgem, muitas vezes, lado a lado e mesmo para o
mais atento dos pais perceber se aquela história fantástica que acaba de ouvir
é real ou fruto da imaginação do filho, pode ser um enorme desafio. Por este
motivo, quando se fala em mentiras até aos 5/6 anos, estamos muitas vezes a
falar de criatividade e não tanto de uma vontade deliberada de enganar o outro.
Aliás, já reparou como crianças até estas idades mostram necessidade de se
sentirem úteis, agradar os mais velhos e corresponder às suas expectativas?
Pois é, as histórias contadas, que por não serem verdadeiras apelidamos de
mentira, são a forma que a criança encontra de dizer aquilo que o adulto quer
ouvir. São maneiras de agradar ao outro.
Recorrer ao sentido de humor, para se apreciar
as “histórias” que as crianças têm para contar é uma excelente forma de lidar
com os enredos criados por elas. No entanto, é muito importante que se
incentive a criança a ser honesta. É realmente importante que ela compreenda
que deve dizer a verdade, mesmo quando teme as consequências. Porque os pais continuarão a gostar de ti
mesmo depois de, sem quereres, teres partido aquela moldura que adorávamos.
Em todo o caso, é verdadeiramente
importante contextualizar quando surgem as mentiras e se estas acontecem de
forma recorrente e associadas ao receio exagerado de não corresponder às
expectativas do adulto, ou ao medo intenso de possíveis castigos.
Agradeça e mostre apreço e orgulho sempre
que a criança conta a verdade. Para incentivar a honestidade, nada melhor que
ser um modelo de honestidade, na relação com ela e com os outros. Mostre à
criança que confia nela e que ela poderá confiar em si.
Inês
Afonso Marques
Psicóloga
Clínica
Coordenadora
Mindkiddo – equipa infanto-juvenil
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