sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"Truques" básicos que ajudam a manter o casamento com saúde depois do nascimento dos filhos


Na sequência deste post, achei que seria interessante escrever um outro post sobre aquilo que podem ser, na  minha humilde opinião, algumas dicas e truques básicos para manter um casamento saudável; o que nem sempre é fácil depois do nascimento de um filho.

Antes de avançar, convém sublinhar que não há milagres. Não basta fazer uma coisa por ano e achar que isso vai salvar o casamento. Por outro lado, se o esforço for unilateral, também dificilmente resultará qualquer que seja o "truque". Além disso, se um dos lados adotar uma atitude egoísta ao invés de fazer um esforço para perceber o que o outro lado está a sentir, então tudo será mais difícil. Ter sensibilidade é fulcral!

Passando às "dicas" (por falta de melhor palavra)...

- Quando o bebé é recém-nascido tem de comer várias vezes por dia... e por noite; o que irá deixar a mãe bastante cansada, sobretudo se estiver a amamentar.
Aqui não há volta a dar mas, para compensar o esforço da mulher e tentar aliviar o seu cansaço, o marido pode encarregar-se das tarefas domésticas, como, por exemplo, fazer as compras para a casa e as refeições. Esta situação aliviará o cansaço da mulher e quando há menos cansaço na equação, existe menos probabilidade de discussões e de outros sentimentos negativos.

- Se houver possibilidade, e se se tiver uma rede de suporte de confiança, como os pais ou sogros por perto, por exemplo, porque não deixar o bebé com eles e irem os dois jantar fora e/ ou cinema? Ou quando o bebé for mais crescido, tirar um dia por mês para estarem só os dois?
Já caso não tenham com quem deixar o vosso filho, podem sempre fazer um serão mais romântico em casa: um jantar à luz das velas, uma sessão de cinema em casa com direito a pipocas, escrever uma carta de amor...
Atenção: No caso de optarem por fazer o programa romântico em casa, com o filho presente, há que estar preparado para o facto de poderem ter de interromper o momento a dois a qualquer momento. Nunca se sabe quando o bebé vai chorar para comer ou por outro motivo qualquer.

- E porque não, de vez em quando, irem passar um fim-de-semana fora só os dois?

- Aos fins-de-semana, podem escolher um dia para um ficar na cama a descansar, enquanto o outro acorda e trata da criança. Quando o Gonçalo já era mais crescido comecei a fazer isto com o Marco e era excelente. Ainda hoje esta tática é válida, ainda que com o Francisco haja menos flexibilidade. Mas a verdade é que este "truque" faz milagres. É que assim permite que ambos descansemos e, mais uma vez, evitam-se aquelas discussões parvas que só surgem quando há muito cansaço acumulado.

- Porque quando se é mãe e pai não há um botão que desliga a nossa vontade de estar com os amigos e de ir beber um copo com eles de vez em quando, alternem também neste campo. Um dia vai um e outro dia vai outro. E perfeito é se puderem ir os dois.
Também é importante que haja espaço para, pelo menos de vez em quando, um e outro poderem fazer o que gostam. Seja isso ir ao ginásio, ir andar de mota à beira-mar, ir fazer surf até o sol se pôr...

- Conversem sobre vocês e sobre o vosso dia. Não deixem que as vossas conversas fiquem limitadas aos filhos e a tudo o que os envolve. Dizia uma leitora no outro dia que, depois dos filhos nascerem,  as conversas com o companheiro praticamente que se limitavam às questões logísticas relacionadas eles... Não podemos deixar que chegue aqui! Por outro lado, o que não podemos mesmo permitir que aconteça é que se deixe de falar de todo.

- Quando nasce um filho há coisas básicas que devem imperar numa casa para que o casamento não se abale: há que matar qualquer espécie de egoísmo que exista (por mais que custe, o interesse pessoal passa a ser secundário face ao interesse da família enquanto todo), e há que viver ainda mais o conceito de cumplicidade. Aliás, há que ser mais do que companheiro. Há que ser amigo, estar atento e perceber se o outro lado está bem.
Depois do nascimento de um filho, a mulher passa por um período de grande vulnerabilidade emocional. As suas hormonas estão ao rubro e o cansaço extremo dificultam ainda mais os primeiros tempos. Por outro lado, o homem também vê o "seu mundo" alterar-se por completo. Passa a ser pai de um dia para o outro (não nos podemos esquecer que ele não teve o bebé dentro dele e, por isso, a ficha cai-lhe mais "à séria" quando o bebé nasce) e a sua mulher, que até ao momento lhe dava os miminhos todos, passa a dedicar-se quase a 100% ao bebé.
É importante conversarem sobre tudo isto e fazerem um esforço para se lembrarem sempre do porquê que se apaixonaram um pelo outro. A questão não é viver do passado, mas sim tentar que os momentos mais difíceis não anulem as coisas boas que os uniu.

- Ao primeiro sinal de alarme que a relação não está nos seus melhores dias, esqueçam o orgulho e o cansaço e falem um com o outro sobre isso. Pensem nos vossos filhos e, mesmo que se sintam magoados ou zangados, tentem, juntos, perceber o que está mal e como podem melhorar a situação.


E é isto! Estas são apenas algumas das "dicas de senso-comum" que me lembrei, mas muitas mais haverá e gostava muito que as partilhassem.

Mas não nos enganemos. Haverá sempre dias em que o cansaço será tanto que não haverá paciência para nada, muito menos para estar com salamaleques com o marido/ mulher. Já basta ter de cuidar do filho e não poder deixar para amanhã o "dar banho" e o "fazer e dar o jantar". Mas não podemos é deixar que "este dia" se torne regra. 

6 comentários:

  1. Interessante estas dicas virem de uma mulher... várias vezes o homem tem tendência a pensar que foi trocado por um miúdo(a), ou por duas (dois) ...

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  2. Concordo com tudo! No meu primeiro casamento foi precisamente a falta de diálogo, e as disputas para se ver quem está mais cansado que levaram à rutura final, tinha o meu filho 7 meses... muito triste! Agora tenho uma família recombinada, somos ambos divorciados e temos ao todo 3 filhos (os dele + o meu). O segredo tem sido uma união casal vs. filhos. I.e., se as coisas começam a correr mal, somos nós os dois «contra eles». Pode parecer mal, mas se as crianças desagregram o casal, pode correr pior para todos. Por isso sim, brincamos com esta situação e vemos a vida assim. Ajuda imenso. E somos livres, para, ao fim do dia, poder desabafar à vontade sobre as demoníacas crianças, sem sermos julgados por isso. Ajuda tanto.

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    1. :) Acho realmente importante cada casal encontrar os "seus" métodos. bjs e obrigada pela partilha.

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  3. Concordo plenamente com o seu artigo Sofia. Sou muito a favor do diálogo:)As suas melhoras. Beijos e bom fim de semana,a 2 ou a 4.lol

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