terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Socorro, estou a desapaixonar-me!


(Começo por esclarecer que o título não é discurso direto.)

A semana passada tive dias tão complicados, que pensei que realmente era fácil que a vida de um casal saísse beliscada, senão mesmo que se desfizesse, quando nasce um bebé (sendo que a culpa não é do bebé, obviamente, mas sim do casal)!

Foi então que tive a ideia de escrever um post sobre o tema.

Regra geral o Francisco é um bebé calminho. Quando quer mamar a toda a hora torna-se cansativo, mas no geral é tranquilo. No entanto, na semana passada teve dias horríveis. Teve imensas cólicas e houve alturas em que passou o tempo quase todo a chorar.

Era ele a chorar para um lado, o Gonçalo a embirrar para outro, eu, como estava doente, estava de mau-humor, já para não falar no cansaço extremo que sentia, o Marco em vez de se concentrar em tudo isto que referi parecia mais preocupado em fazer as coisas dele de fotografia... enfim...

Foram ali dois/ três dias em que já quase não conseguíamos olhar para a cara uns dos outros... e foi então que pensei como é fácil que um casamento desmorone se não houver muita cumplicidade de ambas as partes. O amor é importante, claro, mas nestas situações é preciso muito mais do que amor. É preciso uma grande dose de companheirismo. É preciso ter uma boa capacidade de empatia e de nos darmos ao trabalho de nos pormos no lugar do outro (e isto é válido tanto para o homem como para a mulher). É preciso colocarmos em primeiríssimo lugar o bem comum de toda a família, ao invés do bem pessoal. O egoísmo, nestas alturas, pode ser a arma mortal mais poderosa e, por isso, pode ser fatal!

E também é preciso sorte.

Quando se tem um bebé tranquilo, que não chora muito e que é um paz de alma, que nos dá tempo para tudo, então é fácil. Mas quando se tem um bebé chorão, seja por que motivo for, então as coisas complicam e bem.

O choro de um bebé consegue ser irritante até à última casa e é capaz de deixar maluco qualquer um! E agora imaginem isto, mas com mais uma criança em casa que, por sinal, também não está nos seus dias?!

Por isso é que eu digo. Se não houver companheirismo, a par do amor, é muito fácil que as pessoas comecem a desapaixonar-se dos seus parceiros e que a relação acabe por morrer.

Pessoalmente, estou a achar mais fácil esta área agora com o Francisco do que foi com o Gonçalo; Um terceiro elemento faz muito mais diferença do que um quarto elemento.

Antes do Gonçalo nascer era só eu e o Marco e tínhamos uma vida muito intensa. Saíamos muito durante a semana e ao fim-de-semana e sempre que podíamos viajávamos; o que acontecia com alguma frequência.

Em suma, namorávamos bastante.

Ficar sem isto tudo foi tão ou mais difícil do que o simples facto de lidar com um recém-nascido. Ele foi mais do que desejado, mas isso não quer dizer que tenha sido fácil; e essa dificuldade acabou por se refletir muitas vezes.

Desta vez com o Francisco já não sentimos esta parte... A vida boémia há muito que ficou para trás (já nem nos lembramos dela) e viajar também já quase que não o fazemos porque não há dinheirinho para isso. Portanto, já não temos tanta coisa que tivemos de deixar de fazer e que nos deixem frustrados e nos influenciem negativamente quando lidamos um com o outro.

Mas ainda assim, acredito que um recém-nascido é sempre um teste à união de qualquer casal. O simples facto de haver dias em que eles não nos deixam fazer nada nosso e que nos absorvem totalmente, ou então que choram quase o tempo todo, não é, definitivamente, para qualquer um!

2 comentários:

  1. yep... para além de que, com filhos, o casal parece que só fala para trocar informações logísiticas...

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  2. Um filho é um verdadeiro teste à união de um casal. E não é apenas quando é recém-nascido. Acho que é assim toda a vida... ou é porque um quer ensinar assim e o outro quer ensinar assado; ou é porque um quer dar isto e o outro quer dar aquilo; ou é porque um quer fazer de uma maneira e o outro de outra; ou é porque um quer vestir mais roupa e o outro menos roupa, etc etc etc...

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