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“Não podes dormir em casa do teu amigo porque já
sei que te vais portar mal.”
“Esse brinquedo? Tu nunca gostaste dessas
coisas!”
“Já sei que se formos ao parque não vais
portar-te bem.”
“Agora estás triste porque ficaste de castigo na
escola, não foi?”
“Ela não gosta disso, não vale a pena!”
“A professora disse que hoje te portaste bem.
Agora vamos ver se é para continuar!”
“O quê? Vais fazer isso? Nunca tiveste jeito
para isso.”
Frases de pais atentos e preocupados,
percebemos.
Entretanto, surgem-nos em consulta crianças com
alterações de comportamento. Aumento dos comportamentos desafiantes ou até
manifestações de níveis de ansiedade de desempenho muito elevados.
É como se, progressivamente, o espaço de
definição das características e dos interesses da criança fosse ficando mais e
mais pequeno. Como se a cada dia fosse ficando mais delimitado e com menos
possibilidade de se alterar.
Sabemos que ninguém conhece melhor os seus
filhos que estes pais de que falamos mas, sabemos também da complexidade
inigualável de períodos como a infância e a adolescência. É que a infância e a adolescência são os
períodos de maior desenvolvimento e alteração/oscilação das características e
comportamentos.
E se, em vez de lhes anteciparmos os comportamentos
e os interesses, lhes formos dando algumas oportunidades de experimentar pequenas
mudanças? E se, progressivamente, nos formos deixando surpreender por novas
características que ainda não tínhamos percebido existirem?
Pode ser uma tarefa difícil a de nos deixarmos
surpreender pelo crescimento dos mais pequenos, mas poderá ser igualmente
gratificante ajudá-los a crescer desta forma.
Inês Carvalho
Psicóloga Clínica da equipa Mindkiddo da Oficina
de Psicologia
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