Soube divinalmente, mas está bom!

Com o Gonçalo a dormir nos avós, eu e o Marco pudemos ver um filme descansados. Sem o interromper e com o volume nuns décibeis audíveis a qualquer um.

Com o Gonçalo a dormir nos avós, consegui que a casa se mantivesse arrumada, sem acabar o dia com 10 mil brinquedos na sala.

Com o Gonçalo a dormir nos avós, não houve birras, choradeiras, stresses…

Com o Gonçalo a dormir nos avós, não tive de ver os canais de desenhos animados. Não houve Jake, A Princesa Sofia, A Doutora Brinquedos, A Casa do Mickey…

Com o Gonçalo a dormir nos avós, não me desgastei a ter de pedir a ninguém mil vezes para tomar banho, comer, vestir, lavar os dentes...

Com o Gonçalo a dormir nos avós, não tive de brincar às lutas e fingir que era a princesa e mais não sei-quantas, dezenas de vezes à hora!

Com o Gonçalo a dormir nos avós, desde que me deitei que consegui dormir seguidinho e só acordei para ir à casa de banho (coisa de grávida). Acordei a sentir-me mais que fresca.

…

Ainda assim, apesar de todas estas (aparentes) vantagens - porque o são - e apesar deste tempinho me estar a saber pela vida, nada é a mesma coisa sem a presença dele. Pode ser tudo mais calmo, porque é, mas até esta calma chega a ser estranha. Falta a alegria, a energia dele. É como se a vida sem eles perto de nós perdessem as cores mais belas. De modos que estou desejosa de o ter outra vez nos meus braços e aqui bem pertinho de mim. Mesmo que isso signifique que vou deixar de ver filmes com um volume normal, ter a casa minimamente arrumada, aturar birras, ver desenhos animados grande parte do tempo que a televisão está ligada, chatear-me porque tenho de pedir mil vezes para ele fazer alguma coisa, brincar às lutas e dormir com várias interrupções durante a noite!