Nunca fui de ter pesadelos. Aliás, lembro-me de ter tido um. Isto, antes de estar grávida desta segunda vez. Mas desde que estou grávida do Francisco já tive dois pesadelos daqueles à filme. Daqueles em que acordamos sobressaltados, com a respiração aceleradíssima e precisamos de uns minutos para percebermos o que se passou.
Estes dois pesadelos foram com o Gonçalo e o último foi esta noite. Acordei de tal maneira que fui ao quarto dele, abracei-o e fiquei ali um bom bocado. Deitada, abraçada a ele e a enchê-lo de beijos. Depois, fartei-me de chorar.
Hoje, durante o dia, tentei armar-me em psicóloga e analisar o que se passa comigo. Porque é que eu, que nunca fui pessoa de ter pesadelos, dei agora para isto? E porquê logo com o Gonçalo? É tão doloroso! Tão horrível! Sofro tanto!
Percebi, então, que nos dois pesadelos havia dois pontos em comum: as coisas aconteciam diante dos meus olhos e depois de o avisar para ter cuidado. E foi então que se fez luz!
A verdade é que me é cada mais claro que por mais que amemos os nossos filhos, façamos tudo para os protegermos, os tentemos afastar do que lhes possa fazer mal, nós não controlamos as coisas. E isto é um facto incontornável! Não somos Deus. Somos apenas mães, que os amamos perdidamente, mas o nosso amor não nos dá poderes divinos capazes de os protegermos de tudo.
Nos sonhos, a minha presença e os meus avisos e pedidos de nada serviram!
É a crescente perceção desta realidade que me inquieta o espírito e o enche de um sentimento de impotência tão grande, mas tão grande, que me esmaga. Por outro lado, exatamente por nunca ter querido pensar muito no assunto, o meu subconsciente deve-se estar a aproveitar disso!
É claro que continuarei a tentar proteger o meu filho, o avisarei dos perigos, mas sei que terei de fazer um esforço para, como diz uma tia minha, tentar por vezes pôr o coração ao lado. (Mas, sinceramente, e aqui para nós, não sei se algum dia o conseguirei fazer.)
Eu também tenho um medo de morte de não conseguir proteger a minha Leonor, de tudo e todos. Sempre que no infantário, vejo algum amiguinho dela a empurrá-la ou algo do género, parte-se-me o coração. Mas sei que pouco ou nada posso fazer, e isso também me esmaga. Sou muito protectora, talvez por isso ela seja mais picuinhas e logo não se saiba muito bem "defender destes ataques". Sei bem o que sente Sofia, pois também sou assim. Porquê meu Deus, porquê??????
ResponderEliminarNão sei… mas se um dia a Marta descobrir a resposta, diga-me ;) É que só nos faz mal! E a eles também não faz muito bem, convenhamos. beijinhos grandes.
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