segunda-feira, 30 de junho de 2014
Quando as palavras não valem nada!
Normalmente, não me "veem" aqui no blog a "falar" de notícias trágicas, pelo menos no imediato. Quando o faço (é raríssimo), faço-o uns dias depois.
Esta minha atitude não significa que gosto de viver na minha bolha, que o que se passa à minha volta não me atinje ou passa ao lado, não é por não sofrer com elas (porque sofro, mesmo não conhecendo as pessoas envolvidas) ou porque prefiro fingir que a vida é perfeita… Simplesmente, e a verdade é esta, não sei lidar com elas. Acho que, acima de tudo, tenho medo, não sei bem de quê.
Mesmo que não tenha uma relação de amizade ou proximidade com as pessoas envolvidas, há certas notícias que me abalam tão violentamente, que prefiro não "mexer" nelas mais ainda. De certo modo, sou assim com algumas situações da minha vida. Graças a Deus nunca tive de lidar com algo dramático como o motivo que me leva a escrever este post, mas a verdade é que nas situações que mais me afetam pessoalmente, prefiro fechar-me, dar-me um tempo e, eventualmente, reagir a elas.
Desta vez, não sei explicar porquê, senti necessidade de escrever sobre um assunto que está quentíssimo: a morte do filho da Judite de Sousa.
Não tenho nada de sábio para dizer. No fundo irei apenas exorcizar os meus pensamentos e sentimentos perante este duro e dramático facto.
Ninguém, nenhuma mãe, nenhum pai, deviam de passar por tamanho sofrimento. O ciclo da vida natural não é este e quando as coisas se invertem a vida perde o seu sentido. O seu rumo.
Que lógica tem? Porquê? E agora? Como é que é suposto se viver depois?
Sinceramente, não quero respostas para estas questões. Prefiro ficar para sempre na ignorância. Não preciso delas. Não as quero.
Uma pessoa na vida aguenta tudo. Na nossa vidinha do dia-a-dia queixamo-nos, lamentamo-nos porque a vida está difícil. Porque o dinheiro não chega para os gastos. Porque ficámos sem trabalho. Porque trabalhamos horas demais… E sim. Acho legítimo que nos queixemos do que nos tira o sono. Mas depois, quando batemos de chapa com notícias como estas, lembramo-nos o que é, realmente, devastador e irremediável na vida.
Deus dê força, e sei lá o quê mais (força parece-me tão pouco!), a estes pais, para que aguentem esta dor que decerto não tem par.
Pensamos, queremos pensar, que os obstáculos na vida têm sempre uma razão, razão essa que um dia iremos descobrir. Isso pode ser válido para tudo, menos para estas situações.
É impossível, humanamente impossível, encontrar uma razão, lógica, ilógica, espiritual, para tal coisa!
Desejo, sinceramente, que esta familia encontre alguma paz depois disto. Se é que isso é possível!
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