quinta-feira, 19 de junho de 2014

A respeito das empresas obrigarem as mulheres a não terem filhos

Quando li a notícia de que havia empresas nacionais a obrigar mulheres a assinarem contratos onde se comprometiam a não ter filhos nos próximos anos, sinceramente, não acreditei muito. Não é que as minhas expectativas em relação a este país sejam altas - infelizmente, tenho tido provas que, para meu próprio bem, é melhor mantê-las num nível bem baixinho - mas isto é demais!

Continuo sem acreditar a 100% até que apareçam casos concretos. Contratos onde se veja essa obrigatoriedade imposta pelas empresas. Porque uma coisa é insinuar em entrevistas de emprego que não estão interessados em contratar alguém que queira engravidar a curto prazo - o que já é bastante grave - mas outra é deixar isso em contrato. Posso estar muito enganada, mas isto não deve ser legal e uma empresa fazer uma coisa destas é dar ao empregado provas do seu incumprimento legal, já para não falar do moral. Custa-me a crer que alguma empresa seja assim tão imbecil! Mas admito que possa estar enganada!

Agora, todos nós sabemos que não é de agora que existem pressões e discriminações neste sentido, feitas de várias formas: quando se opta por não contratar mulheres porque, lá está, as mulheres engravidam; quando os patrões fazem má cara ou mandam bocas idiotas quando a empregada diz que está grávida; quando encostam uma mulher grávida à prateleira porque ela resolveu cometer o crime de ter filhos; quando despedem mulheres grávidas… enfim… exemplos não faltam e, nesta área, o Governo tinha obrigação de agir. Não apenas este, porque isto não é de agora! Todos os que por lá passaram!

Poderia entrar aqui num texto onde falo nas mais-valias das mulheres enquanto profissionais, quanto mais não seja pela sua já conhecida característica de serem multifacetadas. Também podia falar em estudos recentes que defendem que as mulheres com filhos são ainda mais produtivas. Podia falar em empresas de sucesso que descobriram as maravilhas das tecnologias e perceberam que dar à mulher (e não só à mulher, claro) a possibilidade de trabalhar em casa quando tal é preciso, só traz vantagens para a empresa, até porque ela acaba por trabalhar mais… Mas não. Em vez disso, vou terminar este texto a lembrar às entidades patronais que optam por estas atitude imorais, amorais, discriminatórias e completamente idiotas, uma coisinha: se as vossas mães tivessem tido o azar de apanhar otários acéfalos como vocês, vocês não existiam! E, vistas as coisas, é pena que não tenham apanhado. Contudo, não se esqueçam que as vossas filhas, noras, netas, podem ter esse azar!

10 comentários:

  1. Espero bem que, caso elas existam, tenham medidas punitivas para essas empresas.

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  2. É rara a entrevista de trabalho em que não perguntam a uma mulher se tem filhos ou se os pretende ter, quando esta pergunta surge eu pergunto sempre:
    -Porquê?
    E aí é divertido porque os/as entrevistadoras ficam sempre ligeiramente atrapalhados/as e dizem que o projecto que representam precisa de empenho a 100% e blá blá blá... E aí eu pergunto:
    -E o Sr. ou a Sra. acha que não se consegue empenhar a 100% se for mãe/pai, é isso? Não se preocupe, eu não tenho a sua limitação e sorrio!
    Claro que sei que o emprego não será para mim (mas não seria de qlqr forrma já que sou mãe de 2 crianças com menos de 3 anos e avaliar pela pergunta isto será sempre um factor eliminatório) mas ao menos sinto-me melhor de os fazer sentir um bocadinho desconfortáveis! Cambada de gente idiota que trabalham para Empresas idiotas, num mundo de idiotas!
    Beijinho em si e nos babys (o q está in e o q já esta cá out)

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  3. Em todas as entrevistas que fui, faziam a pergunta da praxe... o ano passado engravidei e foi um stress para o meu patrão... o meu contrato acabava supostamente qd voltaria ao trabalho após a licença de maternidade e seria para não me renovarem. Felizmente tive uma grande surpresa! Em Dezembro do ano passado (já gravida de 8 meses) fui contactada pela minha actual empresa para me entrevistarem... adverti que estava SUPER gravida (e convenhamos que engordei 22Kg) ao que me responderam que não era problema. Fui à entrevista com o administrador portugues, em Janeiro voltaram-me a chamar (duas semanas antes do Lourenço nascer) para falar com os espanhois, e em Fevereiro, SURPRESA, disseram-me que tinha sido seleccionada. Comecei a trabalhar em Abril! Realmente quem faz as empresas são mesmo as pessoas!!! Sei que o que me aconteceu foi uma raridade e estou muito grata pela oportunidade! No meu anterior trabalho qd me despedi parece que foi um alivio para o meu patrão, só qd percebeu que eu estava a trabalhar na concorrencia é que ficou danado... disse-me que o tinha traído! Enfim!!!

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    1. A lata do seu patrão em dizer que o tinha traído é tremenda! A não ser que, ao contrário do que a Eva pensava, ele não a ia despedir - mas essa hipótese parece pouco credível, de facto!

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  4. só para dizer que o Eva luna sou eu... Sandra Amaral! nem sei pq tenho este perfil!!! Beijinhos Sofia!

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    1. Olá giraça :) Ainda bem que tiveste sorte de apanhar boas pessoas, e com visão. Não é comum, infelizmente. Quanto ao teu ex-patrão… pois… também infelizmente, não me espanta a atitude.
      Não sabia o nome do teu filhote. Adoro! :) Beijinhos e muitas felicidades para vocês <3

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  5. Também acho engraçado os patrões não se lembrarem que uma mulher que é mãe está muito mais motivada em manter o emprego para poder continuar a sustentar a criança, logo terá um desempenho muito melhor!!
    Eu, que há 8 meses fui despedida de uma loja por ser mãe "e não ter disponibilidade para trocas repentinas e horas extra na época de natal", já lá vi 3 ou 4 funcionárias novas... de 18 anos... que preferem sair à noite e ir para a praia... qual trabalhar aos fins-de-semana...

    Mas gostei da resposta da Inês Dunas, vou roubar a ideia :D

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    1. Que tristeza Mãe da Baby. Mas olhe, pense que também não iria querer trabalhar num sítio com pessoas tão anormais! beijinhos e felicidades

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