sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O peso de uma palavra


Ando meia melancólica. Com o coração assim meio dorido. E tudo por causa de uma palavra!

Já há uns bons meses que tive medo que estivesse a acontecer, mas foi falso alarme. Mas, desta vez, a coisa parece séria e isso deixa-me murchinha.

O Gonçalo já não me chama "mamã" tantas vezes como antes. Reduziu drasticamente as vezes que o faz, assim, de um dia para o outro. Agora sou "a mãe". Sou "mãe" quase sempre.

Eu sei que sou mãe dele e pode parecer parvo este sentimento quase de ofendida por ele me chamar "mãe", como se me estivesse a chamar um nome feio. Mas custa. Custa porque me soa a frio. A distante. O meu filhote está a crescer e eu noto isso todos os dias. Agora muito mais intensamente. Parece que está a crescer muito rápido e tenho medo que isso se traduza num afastamento e que isto seja apenas o primeiro passo. Acima de tudo, isto assusta-me. O meu pequenino está a crescer e os meus braços, coração e mãos não conseguem agarrar o "hoje".

O que me tem valido, vejam bem o deprimente, é que me ando a deliciar com as vezes que ele acorda durante a noite para fazer chichi e depois vem ao meu colo, todo encostado a mim, todo ensonado e fofo, até à casa de banho. Naquele momento, ele é todo "tão meu"! Volta a ser o meu bebé a 100%!

Acho que os homens nisto são muito mais pragmáticos. Já há mais tempo que o Marco é o "pai" em vez de papá. A este respeito lembro-me do Marco um dia se ter virado para mim e me ter dito, como quem diz que está a chover: "parece que desta é que o papá foi à vida!"

Não digo que lhe tenha sido indiferente, mas o tom foi um bocado na onda do: "olha, gostava muito quando ele me chamava papá, mas pronto… vou ter de me conformar!"

A verdade é que ver os filhos crescer é mágico, é uma benção e é tudo o que uma mãe e um pai querem na vida, mas ainda assim, ninguém nos ensina a lidar com esta dualidade e sentimentos.

8 comentários:

  1. E quando passamos de nos chamarem Mãe para nos chamarem pelo nosso nome, só te digo que é um choque brutal.
    Compreendo-te.
    Beijocas ;)

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  2. Como eu te compreendo Sofia! Felizmente a Rafaela tem quase 6 anos mas ainda continua a chamar-me MAMÃ com todas as letras!!!
    Mas o dia que o deixar de fazer vou sentir o mesmo. Gosto tanto mas tanto da palavra Mamã e da forma como ela o diz ♥

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    1. Eu ando a tentar "domesticá-lo!. Vamos ver se tenho sorte. ahahahahah beijinhos

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  3. Não pense assim Sofia, pense antes que "Mamã" não é sempre mas é sem dúvida para sempre! O maior carinho está nos momentos e não nas palavras :)

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    1. <3 ohhhh é verdade, mas custa assim um bocadinho :) beijinhos

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    2. O meu marido tem 30 anos e ainda chama a mãe de mamã. E ela bem merece porque é uma grande mamã.

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