Desabafo do dia

A minha avó está internada no hospital Amadora/ Sintra e só tenho uma coisa a dizer: livre-nos Deus de termos de ir para um hospital público. Para além dela ter passado pelo caos que é o SO desta unidade hospitalar, onde há pessoas nos corredores e ao molho, agora está num quarto onde novos, velhos, homens e mulheres estão todos misturados. Mas no meio de tudo, isto nem é nada! (mesmo quando uma pessoa tem de passar pela humilhação de ter de fazer chichi para uma algália e não haver cortinas para resguardar o doente dos olhares dos restantes).

A coisa piora a partir do momento em que está uma mulher no quarto onde a minha avó está, a qual se suspeita que possa ter uma bactéria contagiosa. Mas ela está lá, ao pé dos outros, isolada com uma cortina (não sei se ria se chore), porque ao que parece não há quartos disponíveis para a "isolar" (mais ) convenientemente.

No meio disto tudo, ainda me ri com a paciência de um profissional de saúde, que assumi que fosse psicólogo, super novo, que tentava explicar a esta mesma senhora o porquê dela não poder ir à casa de banho (a senhora estava revoltadíssima porque não a deixavam ir à casa de banho como os outros doentes). Depois dele lhe explicar, com uma paciência que eu nunca vi e com uns modos super doces e simpáticos, ele pergunta-lhe: "Percebeu o que eu lhe disse? Quer dizer-me alguma coisa?" Ela responde: "Sim, quero ir à casa de banho. Vocês fizeram o diagnóstico errado!"

Coitado!!!!

Portanto, pela amostra que eu vi hoje, tenho pena, acima de tudo, dos pacientes, mas também tenho pena dos profissionais de saúde, que têm de trabalhar sem condições.

Acredito que nem sei da missa metade, mas tenho para mim que os hospitais públicos deste país já devem ter estado mais longe de se parecerem com um hospital de um país de terceiro mundo!

Mas que se lixe. O que interessa é pagar a dívida, certo?