terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quando era adolescente, nunca fui “passar férias à terra”



Sou, assumidamente, uma “menina da cidade”. Não digo que nunca mudarei, mas sempre me identifiquei como tal e dificilmente me vejo, um dia, sem o cosmopolitismo que a cidade oferece, sem a agitação, sem a diversidade de lugares, pessoas e coisas para fazer. Confesso que – e sei que isto pode soar muito mal – até a impessoalidade me agrada. A ideia de viver num sítio onde todos me conhecem, sabem da minha vida e a comentam como se fosse delas, apavora-me (e não falo assim tão de cor).

Não obstante todo este meu fascínio citadino, tenho que admitir que durante a adolescência sempre invejei os meus amigos que, no verão, me diziam que “iam para a terra”. Esta expressão – apesar de achar que tem o seu quê de piroso :) – estava no meu imaginário carregada de uma felicidade que me soava a suprema! Quando os meus amigos me diziam que “iam passar férias à terra”, isso traduzia-se na minha cabeça em longos serões com os amigos “de verão”, nas piscinas municipais, nas praias fluviais, à volta da lareira, na praia, a beber uns copos à noite...

Como eu nunca tive “terra”, por assim dizer, achava este cenário  paradisíaco. Parecia-me ser tudo o que um adolescente quer no verão: divertir-se à farta e viver uma espécie de “O que acontece na “terra” nas férias de verão, fica na “terra”... e no verão!”

Hoje, já não vejo as coisas assim tão idilicamente, mas há muitos aspetos nas aldeias que me encantam e até comovem. 

Dando um exemplo um bocado macrabro, tenho que admitir que uma delas é o facto de se afixar, em várias ruas, o nome e foto de quem morreu, e verificar que as pessoas param para ver quem foi o infeliz", sendo que acredito que a maioria o faz por puro interesse. Muitas delas ficam com ar de pesar genuíno e isso é comovente. 

É nestas coisas que se vê aquilo que é (devia ser) a essência da humanidade. Uma humanidade preocupada com o outro, solidária... humana!

Bem sei que há muita gente boa nas cidades - ohh se há, e eu conheço várias - a questão é que nas aldeias é muito mais fácil nos depararmos com esta humanidade que frequentemente parece esquecida e que, por cá, na cidade, tantas vezes a procuramos desesperadamente e ficamos dias sem a encontrar.

1 comentário:

  1. Adorei este sitio para passar férias, aconselho a visitarem 5***** um atendimento excelente, visitem a pagina do facebook =)
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