terça-feira, 7 de maio de 2013

Coisas de uma desempregada

Ontem aconteceu uma coisa que tentei recalcar... quer dizer, não sei se este será o termo indicado. Na verdade, o que tentei foi fingir que não me atingia e, de certo modo, acho que ajudou a relativizar o que por momentos senti.

De qualquer modo, e apesar de ter relativizado e sacudido para trás das costas, resolvi fazer um post sobre o assunto, exatamente por meio Portugal estar na mesma situação que eu: desempregada.

Então foi o seguinte: ontem, no meio de toda a alegria na festa de Dia da Mãe na escola do Gonçalo, houve ali uns minutos em que fiquei super triste. Aconteceu quando todas as mães começaram a mostrar sinais de nervosismo porque já estavam atrasadas para o emprego. Fiquei triste por não estar a viver o mesmo. Por ter todo o tempo do mundo e não ter a obrigação de ir para lado nenhum a seguir. Questionei-me se elas dariam valor ao facto de poderem sentir aquilo. Tentei convencer-me que tinha era de aproveitar o facto de não estar em stress naquele momento como elas. Mas, por breves segundos, mordi o lábio para as lágrimas não aparecerem!

Sinceramente, eu aproveito e valorizo estes momentos. A sério que sim. Mas pondo na balança o que significa uma situação e outra, preferia viver a preocupação de estar atrasada para o emprego.

Tentei desviar o pensamento e focar-me no meu pequenote, no momento que estava ali a viver e em sugar ao máximo o amor que ali se vivia. E ajudou. Não mudou em nada a realidade, não senhor, mas ajudou o facto de desviar o pensamento para o lado bom.

Sei que é um conselho óbvio, mas convenhamos que nos esquecemos muitas vezes de o aplicar na prática!

Posto isto, vamos lá a ter pensamentos positivos e a concentrarmo-nos mais no "bright side of life"  vale? ;)



12 comentários:

  1. Compreendo-te muito bem Sofia. Sinto isso muitas vezes. Sinto-o, ainda mais, quando as outras mães e pais me desejam "um bom dia de trabalho".
    Temos de acreditar que é apenas uma fase! Um beijinho
    Marlene

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    1. Temos mesmo, se não batemos com a cabeça nas paredes. Mas há dias/ situações mais complicadas que outras!

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  2. Aiiiiii, tal e qual!
    É que parece que me leste o pensamento.
    No dia do trabalhador é que foi estranho, foi a 1ª vez que esse dia não me disse nada ou pelo contrário me disse quase tudo e me fez reflectir. Nesse dia, uma vizinha da minha mãe, que é mãe de 3, chegava de rosto cansado e dizia-me "feriado e eu trabalhei o dia todo" e eu fiquei olhar para ela e disse-lhe "é chato, mas eu não me importava de estar no teu lugar". Ainda por cima é professora :/ Acho que a deixei a pensar, porque ela disso que tinha razão!
    Eu acho que vou tentar o "bright side of life" fora deste Portugal que adoro, mas que me cortou as pernas depois de 9 anos a fazer o que tanto gosto! Carpe Diem!
    Beijooooooooooooo

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    1. Ahh pois é. Eu também começo a pensar que a saída é por aí, mas arranjar emprego para dois e coordenar todas as questões logísticas, burocráticas e emocionais com uma crianças de 2 anos, complica um bocadinho o processo!

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    2. Complica o processo sim, o meu pequeno de 19 meses é o que mais me assusta, logo seguido das questões emocionais (já ando a choramingar pelos cantos)! Mas no nosso caso vamos (se tudo correr bem) para perto de familiares... isso dá-me alguma segurança, alento e aquela retaguarda que faz toda a diferença num processo de integração. A ver vamos!!! Mas aqui sinto-me sem esperança, sem perspectivas... foi fazer o favorzinho ao Sr. Passos Coelho e rezar para ser FELIZ!!!
      Muah

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    3. Pois... tendo alguma família perto sempre ajuda um pouco, não é? :( OLha, diz-me para onde vais e eu vou ctgo :P ahahahaha
      E muitas felicidades nessa nova aventura. E espero que me continues a acompanhar! ;)

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  3. ontem também fui à festinha da minha C...foi ao fim do dia, mas para mim o que mais custou foi ver os meninos da salinha da minha filha com 2/3aninhos estarem à espera da mãe que nunca veio...ver os meninos às pernas da educadora a perguntarem e a minha? eu por acaso entrei ontem ao trabalho depois de uma semana de férias e pedi para sair mais cedo...graças a deus trabalho com uma equipa que percebe o meu sentimento, mas quantos patrões não deixam as mães gozarem desse momento...

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    1. Sim, isso é horrível. Enquanto trabalhei também sempre tive sorte e alguma flexibilidade nesse âmbito. Não me posso queixar. E acho desumano as empresas que não têm em conta estes aspetos.

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  4. É isso mesmo Sofia e outras "Sofias" que se encontram na mesma situação. Tenho a certeza que o melhor está mesmo para vir! Muita força!
    Creio que a luta é mesmo essa, concentrarem-se nos bons momentos que podem aproveitar junto dos vossos pequeninos e pensar que é apenas uma fase.
    Suerte!*

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  5. querida, já passei pelo desemprego. por projectos que acabam e que nos deixam sem chão. desde aí prometi a mim mesma duas coisas: nunca levar trabalho para casa (saber separar as águas) e nunca me queixar dos stress de domingo à noite.
    a gratitude é um sentimento muito nobre...obrigado por o teres!
    beijinho!

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    1. Concordo plenamente contigo. Também já cheguei a essa conclusão. Realmente a pessoa deve empenhar-se no que faz, sem dúvida, dar o seu melhor, mas é fundamental separar as águas, como dizes. Até porque, pelo menos para mim, sem trabalho e com a minha família bem, a coisa ainda se faz, já o contrário não.
      Beijinhos e obgda pela força (mas olha que nem sempre é fácil ser positiva. Até agora, mal ou bem, e não contando com alguns momentos mais down, tenho conseguido. Espero continuar a conseguir!).

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