domingo, 21 de abril de 2013

Se podemos salvar uma vida em troca de quase nada, porque não o fazer?


O prometido é devido e, por isso, cá está o post a falar um pouco melhor sobre o que é isto de ser dador de medula óssea. Não é um post de caráter científico, porque não sou médica nem enfermeira, mas sim algo mais pessoal, com base nas minhas dúvidas sobre o tema e nas dúvidas que vejo que subsistem na cabeça de muitas pessoas à minha volta.

A minha necessidade em escrever este post surgiu depois do evento de ontem para ajudar o Rodrigo e no qual me inscrevi, FINALMENTE, como dadora de medula. Já me tinham dito que bastava tirar uma amostra de sangue para ficar inscrita e, sinceramente, isso não me afligia, até porque já dei sangue imensas vezes. O que me suscitava dúvidas era o depois. O que acontecia se fôssemos compatíveis? O que é que nos teria de ser feito? A nossa vida poderia correr perigo de algum modo?

Existem duas formas de ser feita a recolha de medula caso haja compatibilidade e é o dador que escolhe qual a forma que prefere. Numa delas, as células são colhidas por uma técnica chamada citaférese, na qual é possível colher as células a partir de veias periféricas no braço, num processo rápido e simples. Nesta situação, o dador precisa de fazer um tratamento com injeções subcutâneas, de uma substância chamada fator de crescimento. Os efeitos secundários possíveis dão alguma dor, que passa com ben-u-rons, e uma ligeira febre. Nada de mais, portanto! Sobretudo se pensarmos que podemos salvar uma vida! UMA VIDA!

Na outra forma, a colheita de medula óssea é feita no bloco operatório, sob anestesia, por punção dos ossos da bacia. Neste caso há que recorrer a um pequeno internamento de 24 horas e a única coisa a assinalar é a anestesia, que poderá provocar algum incómodo no local da picada durante 1 ou 2 dias.


Depois de ter percebido esta parte, que era aquela que mais dúvidas me suscitava, fiquei ainda mais chateada comigo mesma por ter adiado tanto tempo a minha inscrição e, por outro lado, achei ainda mais estranho o facto de poder haver quem desista depois de ser considerado compatível com uma pessoa e lhe ser dada a possibilidade de salvar a vida de alguém.

Perguntei à enfermeira que me estava a tirar sangue o que leva as pessoas a ter a vida de alguém nas mãos e optar por não fazer nada, sabendo elas que, deste modo, a outra pessoa pode morrer... Ainda para mais quando em troca lhes é pedido tão pouco. É-lhes pedido um procedimento médico sem riscos e praticamente indolor. Ela sorriu e disse que não sabia. Depois disse que talvez fosse por questões logísticas. Ou seja, como quando nos inscrevemos fazemo-lo para um banco  mundial, podemos ser chamados para salvar a vida de alguém que viva na outra ponta do globo. Esclareceu-me que a viagem era paga, claro, mas que mesmo assim talvez fosse um motivo para inibir as pessoas.

Não gosto de julgar. Não sei realmente o que está por detrás de uma recusa mas, confesso, faz-me confusão!

Nota: Para saberes quais as condições necessárias para te inscreveres como dador, quem não pode ser dador e outras informações, vai aqui.


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5 comentários:

  1. Também sou dadora mas daquilo que sei e li, acho que não somos nós que escolhemos qual o procedimento para a recolha.
    Penso que seja uma questão decidida pelos médicos.

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    1. Olá Chicca Maria :) No papel que assinei ontem aquando a minha inscrição, dizia lá que quem escolhia era o dador. bjs

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  2. Eu também não posso porque peso 41kg, ms os meus filhos são,felizmente!
    Beijinhos

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  3. Pois, tem de se ter 50 no mínimo. É tenho 52. É por pouco ;)

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