quarta-feira, 6 de março de 2013

A linguagem da criança e a ansiedade dos pais

Sabiam que hoje se comemora o Dia Europeu da Terapia da Fala?


Foi neste âmbito que recebi um press release muito interessante, que alerta para o facto da ansiedade dos pais poder atrasar o desenvolvimento da linguagem da criança.

O mesmo comunicado, enviado em nome de especialistas do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, alerta "pais e educadores a estarem atentos a sinais de alerta, que se podem vir a repercutir na leitura e na escrita", e defende que "deve ser dado tempo, espaço e que sejam desenvolvidas estratégias adequadas para estimular a aprendizagem." 

Gracinda Valido, terapeuta da fala do Alcoitão, explica que “a criança é permeável à ansiedade dos pais, dos adultos. Por isso, deve falar-se com os filhos sempre com calma, não querer antecipar as respostas, dar-lhes tempo para responder, para aprender. Se há um erro, não se deve repreender, mas repetir de forma correta”. A terapeuta aconselha também os pais a brincar e contar histórias aos filhos, com um discurso e léxico adaptado à idade das crianças, a escutar e a incentivá-las a exprimir o seu pensamento.


A mesma responsável adianta que “existem padrões comuns, mas nem todos os bebés falam entre os 9 e os 12 meses, o que não significa que tenham uma patologia. As crianças do sexo masculino, por exemplo, geralmente começam a falar mais tarde”, comenta Gracinda Valido.

Contudo, diz o press release, "há sinais a que pais, educadores e professores devem estar atentos: por exemplo, dizer as primeiras palavras mais tarde do que outras crianças da mesma idade; trocar sons nas palavras (ex: bota/mota); fazer reformulações constantes do que quer dizer (ex: hoje cinema vamos…Vamos hoje ao cinema?) ou ter dificuldades em lembrar-se dos nomes das coisas, em perceber piadas, interpretando-as à letra, em responder adequadamente a perguntas começadas por “Quem, Como, Quando, Onde, Qual…”, entre outros indícios.

O comunicado diz ainda que em Portugal, cerca de 5,4% das crianças apresentam dificuldades em ler e, sobretudo, em escrever. Por isso, “sempre que os pais, educadores e pediatras identifiquem, no desenvolvimento da linguagem de uma criança, um atraso ou desvio em relação à norma, devem procurar o acompanhamento junto de terapeutas da fala, para uma avaliação diagnóstica a fim de detetar qualquer problema”, recomenda a terapeuta.



São várias as causas que podem levar uma criança a apresentar um atraso no desenvolvimento da linguagem: seja deficiência auditiva, um atraso cognitivo, um défice de atenção grave, problemas emocionais ou a privação do meio linguístico estruturante. Independentemente da causa, o fundamental é atuar a tempo. “A identificação precoce em patologias como as perturbações específicas da linguagem pode evitar que as alterações tenham repercussões na aprendizagem da leitura e da escrita”, sublinha a especialista do Centro de Alcoitão.

O terapeuta da fala intervém também na neonatologia, acompanhando o recém-nascido, se houver patologia ao nível da alimentação (quando não apresentam o reflexo de sucção ou outra alteração que não permita a deglutição). A intervenção ao nível da comunicação faz-se também em crianças muito pequenas, por ser uma competência essencial para a expressão do pensamento e a interação social."

 

Ora bem, no caso do Gonçalo, posso dizer que ele começou a falar bastante tarde. Foi apenas perto dos 2 anos que ele começou a falar mais. Antes disso, limitava-se a umas palavrinhas soltas. No entanto, a partir do momento em que começou a falar, começou a dizer "tudo". O miúdo parecia que queria compensar num dia, o tempo todo em que não quis comunicar oralmente... e devo dizer que isso manifesta-se ainda hoje. É um tagarela que nem vos conto :)

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