terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A questão desconfortável: ela gosta mais do puto ou de mim?

(ou participação de um gajo num blogue que tresanda a perfume feminino – parte III)


Diz que mãe há só uma. Concordo. Maridos pode haver vários, caso haja “erros de casting”.

Na verdade, para mim, “mãe” é uma palavra sagrada na boca de uma criança, mas permitam-me abordar sem receios e frontalmente a questão que é tantas vezes ignorada propositadamente quando nasce um filho, e que tem que ver com o amor que a mulher tem ao marido: afinal, de quem gosta mais ela?

Lembro-me de todos os minutos do dia em que nasceu o meu filho. Foi o dia mais feliz da minha vida. Quando o vi pela primeira vez, foi um momento mágico, mas a excitação foi atenuada pela grande quantidade de tarefas que o acontecimento acarreta e que não pode ser partilhadas com a mãe por motivos óbvios (sim, que o trabalho de enviar mensagens e de recolher as primeiras páginas do jornal do dia é claramente menosprezado – e para nós não há cá direito a epidurais e outras mariquices).

O rapaz era bonito, mas nunca me tinha sido apresentado. Na verdade, para ser honesto, chorou logos nos primeiros minutos, algo que – convenhamos – não cai bem num primeiro contacto.

Foi nessa altura que percebi que a relação de nove meses que o rapaz já tinha com a minha mulher fazia a diferença. E penso que fará para a vida. E vivo bem com isso. Neste desafio particular, não há lugar a comparações. Se a minha mulher tem de tocar em pila de outrem, que seja do meu miúdo (too much information?).

Mas serve este post para alertar os pais que ainda se debatem com esta questão. Acordai, amigos! É uma batalha que não ireis vencer. Na verdade, mais vale meter o “rabo entre as pernas” (sempre quis usar esta expressão num post) e ladrar até ao fim da corrente… Lembrai-vos de evitar expressões como «tu já não gostas de mim», «desde que ele nasceu que não me ligas nenhuma», «mas paras de brincar com o miúdo e tratas do jantar ou não?!» (esta última NUNCA, sob pena de abstinência sexual forçada durante meses). Pensai à frente. Ide para o escritório e agarrai-vos à Playstation ou à Xbox 360.

Jogar Fifa ou Halo pode ser um prémio de consolação, mas tendo em consideração a alternativa, vale a pena. E, de uma vez por todas, colocai isto na cabeça: ela nunca vai gostar de vós como gosta do puto que está aí a pular em cima do sofá e a dar puns de uma forma libertária, com a qual nós só podemos sonhar.

3 comentários:

  1. Não se pode nunca sentir pelo marido o mesmo que se sente pelos filhos... isto porque os "amores" são diferentes e, como tal, nunca poderão ser comparáveis :)

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  2. Eu sempre enviei mensagens (SMS) aquando do nascimento dos meus três filhos, só os mails é que ficaram a cargo do meu marido...

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