Então esclareçam-me lá, sff, não vá eu estar redondamente equivocada…
O Gonçalinho tem 2 anos e anda num colégio privado. A minha
pergunta é: e se agora me acontecer alguma coisa que não me permita continuar a
pagar a escola? Faço o quê? Ponho-o numa IPSS? Era uma hipótese ótima, não era?
Não fossem elas estar “cheias, sem vagas e terem listas de espera enormes”.
Ponho-o numa escola pública, então? Não posso, porque…. E vejam lá se isto não
é engraçado? (Quase que nem me aguento de tanto rir) Não posso, PORQUE NÃO EXISTEM!!!
Só a partir dos 3 anos! Antes disso, e no que diz respeito à educação (um
direito previsto na Constituição), os nossos filhos não existem para o Estado.
Interessante, não é? Ou então é só triste!
Portanto, se eu ficar desempregada, o que é que eu faço com
o Gonçalinho? Resta uma hipótese: ficar com ele em casa! Uma solução que me
suscita algumas reservas, confesso. Para começar, como é que eu procuro
emprego, sem ser de forma passiva; a enviar CVs em barda sentada no sofá? Ou,
por exemplo, como é que invisto na minha formação através de cursos, mestrados,
workshops? Ahh, não invisto não é? Para quê, certo? Para que é que é preciso estar preocupada em arranjar emprego, quando o fundo de desemprego é tão alargado (cada vez maior) e tão chorudo, e numa altura
em que está tudo cada vez mais barato? Ou porque é que acho mal em me limitar
a enviar CVs no sossego do lar? Estando as taxas de desemprego tão baixas e
sendo a oferta de emprego tão grande, nas mais variadas áreas, qualquer coisa me
há de cair no colo, certo?
… Ahh… não é esta a realidade?! Hummmm. Será que “lá em cima”,
em S. Bento, eles sabem disso?
Mas nem preciso ir tão longe. A verdade é que esta questão se
levanta sem ser necessário falar em desemprego! Se a licença de maternidade são
4 meses (a 100%), o Estado tinha a obrigação de assegurar, pelo menos a partir desta
idade, que os pais têm um sítio onde podem deixar os seus filhos, para, sei lá, PODEREM
IREM TRABALHAR!
Se os políticos saíssem das suas redomas de vidro e olhassem
à sua volta e vivessem a realidade, nem que fosse por um dia, se calhar
Portugal seria um país bem melhor para os nossos filhos viverem!
Pago numa IPSS o mesmo que pagava numa escola privada... esperei um ano por vaga (e tive sorte) ainda levo uma lancheira com o farnel, almoço e lanche (para além das fraldas, toalhitas, cremes e afins) Ando a contar os trocos todos os dias para não faltar nada na lancheira... pois na mesa já há muito que só há migalhas.
ResponderEliminarNem sei o que dizer :( Há que ter fé e força. Pelos nossos filhos!
Eliminarora aí está... se o Estado não tivesse as garras em todos os sectores de atividade que não lhe dizem respeito, teria condições de prestar verdadeiros serviços públicos, como seria o caso... o desenvolvimento de políticas de natalidade, como bem tentou o Guterres, é verdade, deveria ser um desígnio nacional, mas a eminencia da bancarrota total tem pesado sempre mais... um país cujo PIB cresce em media 0,5% ao ano, nos últimos 15, não pode aguentar um Estado cuja despesa cresce 4% ao ano... mais tarde ou mais cedo estoura, que foi o caso... e continuamos a ver os mesmos do costume a querer manter tudo como estava como se realidade não tivesse já entrado pela porta da casa dos portugueses.
ResponderEliminarComo diz o povo, mudam-se as moscas...
EliminarPuta que os pariu.
ResponderEliminar[Desculpa o vernáculo, Sofia, que isto é um blog de família, mas não me resta ânimo para falinhas mansas.]
Ó Rosa, noutro contexto até poderia "censurar", mas dadas as circunstâncias... a Rosa só disse o que todos pensam!
EliminarEu para colocar a Helena este ano na creche, uma IPSS, tenho que fazer um esforço extra para amealhar ao longo do mês o sufuciente para a mensalidade. Agora com os cortes para 2013, descobri que me nos vão retirar, a mim e ao meu marido, quase o correspondente à mensalidade. Não sei mesmo como vai ser! Cada vez vejo mais o futuro negro. Só espero que o drama do desemprego não nos bata à porta!
ResponderEliminarEles não entendem que este não é o caminho! Este país não é para ninguém, nem para velhos, nem jovens, nem bebés, nem adultos!
Pois Polly... compreendo. Muito bem... e desde ontem que estou super apreensiva quanto ao futuro. Ainda mais! Soube ontem que, em novembro, farei parte dos tristes e dramáticos números do desemprego. Não é fácil e ainda estou meia em choque! Enfim!
EliminarForça!!! Muita força, pelos nossos filhos! Beijos grandes***
ResponderEliminarObgda Polly :) beijinhos
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