quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O (cada vez mais) triste estado do nosso Estado

Ou me está a escapar algo e ninguém me sabe explicar bem como é que as coisas funcionam ou então elas são mesmo como me disseram (e eu própria as entendi depois de investigar sobre o assunto). Ora, se assim for, isso quer dizer que temos sido, e continuamos a ser, governados por um bando de atrasados mentais, inconsequentes, preocupados unicamente com jogos de poder pessoais, reformas milionárias e tachos pós-governo que se traduzem em ordenados chorudos e cargos elevados em empresas públicas… Isto, em vez de se preocuparem com o bem-estar da nação e do seu povo e com o futuro de país.

Então esclareçam-me lá, sff, não vá eu estar redondamente equivocada…

O Gonçalinho tem 2 anos e anda num colégio privado. A minha pergunta é: e se agora me acontecer alguma coisa que não me permita continuar a pagar a escola? Faço o quê? Ponho-o numa IPSS? Era uma hipótese ótima, não era? Não fossem elas estar “cheias, sem vagas e terem listas de espera enormes”. Ponho-o numa escola pública, então? Não posso, porque…. E vejam lá se isto não é engraçado? (Quase que nem me aguento de tanto rir) Não posso, PORQUE NÃO EXISTEM!!! Só a partir dos 3 anos! Antes disso, e no que diz respeito à educação (um direito previsto na Constituição), os nossos filhos não existem para o Estado. Interessante, não é? Ou então é só triste!

Portanto, se eu ficar desempregada, o que é que eu faço com o Gonçalinho? Resta uma hipótese: ficar com ele em casa! Uma solução que me suscita algumas reservas, confesso. Para começar, como é que eu procuro emprego, sem ser de forma passiva; a enviar CVs em barda sentada no sofá? Ou, por exemplo, como é que invisto na minha formação através de cursos, mestrados, workshops? Ahh, não invisto não é? Para quê, certo? Para que é que é preciso estar preocupada em arranjar emprego, quando o fundo de desemprego é tão alargado (cada vez maior) e tão chorudo, e numa altura em que está tudo cada vez mais barato? Ou porque é que acho mal em me limitar a enviar CVs no sossego do lar? Estando as taxas de desemprego tão baixas e sendo a oferta de emprego tão grande, nas mais variadas áreas, qualquer coisa me há de cair no colo, certo?

… Ahh… não é esta a realidade?! Hummmm. Será que “lá em cima”, em S. Bento, eles sabem disso?

Mas nem preciso ir tão longe. A verdade é que esta questão se levanta sem ser necessário falar em desemprego! Se a licença de maternidade são 4 meses (a 100%), o Estado tinha a obrigação de assegurar, pelo menos a partir desta idade, que os pais têm um sítio onde podem deixar os seus filhos, para, sei lá, PODEREM IREM TRABALHAR!

Se os políticos saíssem das suas redomas de vidro e olhassem à sua volta e vivessem a realidade, nem que fosse por um dia, se calhar Portugal seria um país bem melhor para os nossos filhos viverem! 

10 comentários:

  1. Pago numa IPSS o mesmo que pagava numa escola privada... esperei um ano por vaga (e tive sorte) ainda levo uma lancheira com o farnel, almoço e lanche (para além das fraldas, toalhitas, cremes e afins) Ando a contar os trocos todos os dias para não faltar nada na lancheira... pois na mesa já há muito que só há migalhas.

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    1. Nem sei o que dizer :( Há que ter fé e força. Pelos nossos filhos!

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  2. ora aí está... se o Estado não tivesse as garras em todos os sectores de atividade que não lhe dizem respeito, teria condições de prestar verdadeiros serviços públicos, como seria o caso... o desenvolvimento de políticas de natalidade, como bem tentou o Guterres, é verdade, deveria ser um desígnio nacional, mas a eminencia da bancarrota total tem pesado sempre mais... um país cujo PIB cresce em media 0,5% ao ano, nos últimos 15, não pode aguentar um Estado cuja despesa cresce 4% ao ano... mais tarde ou mais cedo estoura, que foi o caso... e continuamos a ver os mesmos do costume a querer manter tudo como estava como se realidade não tivesse já entrado pela porta da casa dos portugueses.

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  3. Puta que os pariu.
    [Desculpa o vernáculo, Sofia, que isto é um blog de família, mas não me resta ânimo para falinhas mansas.]

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    1. Ó Rosa, noutro contexto até poderia "censurar", mas dadas as circunstâncias... a Rosa só disse o que todos pensam!

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  4. Eu para colocar a Helena este ano na creche, uma IPSS, tenho que fazer um esforço extra para amealhar ao longo do mês o sufuciente para a mensalidade. Agora com os cortes para 2013, descobri que me nos vão retirar, a mim e ao meu marido, quase o correspondente à mensalidade. Não sei mesmo como vai ser! Cada vez vejo mais o futuro negro. Só espero que o drama do desemprego não nos bata à porta!
    Eles não entendem que este não é o caminho! Este país não é para ninguém, nem para velhos, nem jovens, nem bebés, nem adultos!

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    1. Pois Polly... compreendo. Muito bem... e desde ontem que estou super apreensiva quanto ao futuro. Ainda mais! Soube ontem que, em novembro, farei parte dos tristes e dramáticos números do desemprego. Não é fácil e ainda estou meia em choque! Enfim!

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  5. Força!!! Muita força, pelos nossos filhos! Beijos grandes***

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