Ontem, contagiada pela reunião da escola do Gonçalo, na qual perguntaram aos pais qual a história da sua infância que mais se recordavam, cheguei a casa com vontade de ler ao Gonçalito uma dessas histórias. Temos todas e mais algumas, mas peguei, quase ao acaso, na Branca de Neve e os Sete anões.
Sentei-me no sofá, o Gonçalinho sentou-se ao meu lado, e comecei a leitura. Logo na primeira página aparece o desenho do castelo onde a Branca de Nave nasceu e, no texto, na terceira linha, diz que a pobre rapariga vivia só com o pai porque a mãe tinha morrido. Começa o drama. Lá para a sexta linha, depois de dizer que o pai casou com uma rainha má (drama 2), a história mata também o pai, deixando a rapariga orfã (terceiro drama). Ora, tanto num caso como noutro, resolvi adulterar a história e dizer que os pais da moça tiveram de viajar para longe; o Gonçalo como ainda não percebe bem as coisas não fez perguntas, e eu fiquei aliviada. Chego à terceira página e a rainha má contrata um caçador para matar a Branca de Neve... E a história acabou aqui. Já não li esta parte e tentei desviar a atenção dele para outra coisa. Consegui.
Fala-se muito neste assunto, do facto das histórias e desenhos animados da nossa infância terem enredos pouco infantis e que fazem chorar as pedras da calçada, mas só ontem vivi na pele esta realidade. Por outro lado, e neste caso em concreto, apesar de me terem lido esta história milhentas vezes, não me lembrava dela assim. Pelo contrário. Adorava-a! O que deve significar que traumatizada não fiquei... quer dizer... acho eu. Se calhar os meus distúrbios vêm daqui. eheheh
Mas realmente, analisando algumas das histórias para crianças do nosso tempo, deparamo-nos com pais que morrem, meninos pobres que passavam fome e eram maltratados, assassinos, travestis, estripadores (mesmo que seja o vilão, não acho simpático abrirem a barriga ao lobo mau para tirarem a avó), cenas freaks como esta que acabei de descrever e aquela parte em que o lobo come a avó e se veste de avó, enfim...
O raio das histórias eram mesmo violentas e dramáticas! Não sei porque é que os meus pais não me deixaram ver o Monstro da Lagoa Negra quando apareceu ou fizeram tanto drama porque eu queria ver o Twin Peaks!
Todas as histórias de crianças escritas pelos manos Grimm são assim. E mesmo os outros contos para crianças são assim. E, quanto a mim, não me parece mal.
ResponderEliminarAté este ( o mais anti pedagógico de todos? n...) http://www.youtube.com/watch?v=p74Z-wiTVAg parece demasiado cruel? - um menino perdido à procura da mãé, em 100 episódios. lololol
ahahah é verdade, eu sei. E como disse no texto, a verdade é que essas partes mais macabras das histórias eu não as retenho como más. Adorava-as e ainda hoje gosto delas. E as dos irmãs Grimm então... Que clássicos maravilhosos! O Gonçalo há de conhecê-las todas :P
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