(texto escrito por Susana Matos Duarte, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
A família é o espaço de vivências onde podemos
alcançar realização, tranquilidade e bem-estar, mas é também onde podemos
revelar o nosso lado “pior” e vivermos as situações mais dramáticas.
Sabemos que não é adequado para o bem-estar
psicológico e emocional haver conflitos de casal à frente dos filhos, pois
estes devem ser protegidos de tudo aquilo que não lhes diz respeito e que está
apenas na esfera do casal. Todos concordamos, certo?
Porém, pergunto aos pais: quem nunca o fez?
Acredito que as respostas positivas não sejam muitas...
Conviver todos os dias em casal não é tarefa
fácil: acumulam-se muitas incompreensões e dificuldades de comunicação que,
juntamente com a pressão e o stress do dia-a-dia, podem culminar em conflitos
mais acesos. Somos humanos, imperfeitos e nem sempre os dias ou épocas de vida
são os mais fáceis de gerir, pelo que é normal que algum descontrolo e
impulsividade possam surgir e que acabemos por ter uma discussão à frente dos
nossos filhos.
Quando temos uma destas discussões de casal
incontroláveis é importante, porém, que tentemos minimizar os danos que poderão
causar no “clima” familiar. Não se martirizem pelo sucedido, mas tentem
resolver a situação usando algumas das estratégias que a seguir sugerimos:
•
Não negue ao seu filho
aquilo que aconteceu. É pior evitar e fingir que não se passou nada. Não se
esqueça que o seu filho absorve tudo o que está à sua volta e será pior para
ele permanecer com sentimentos negativos que irá interiorizar sem os conseguir
digerir de forma adequada.
•
Se possível, tente pedir
desculpas entre o casal, à frente do seu filho. Desta forma, estarão a
tranquilizá-lo, a mostrar que os adultos também erram e que sabem aceitar os
seus erros.
•
Dê-lhe uma explicação
simples: diga que os adultos também podem não concordar uns com os outros e
que, às vezes, também se zangam.
•
Reforce que era uma
discussão apenas entre os pais e que ele não tem culpa, especialmente com as
crianças mais pequenas que, pelo sua imaturidade e egocentrismo natural, tendem
a culpabilizar-se por estas situações.
•
Não entre em pormenores
acerca da discussão e evite depositar culpas em si próprio ou no seu cônjugue.
•
Assegure-lhe que os pais já
resolveram ou estão a tentar resolver o seu problema, e que ele não precisa de
se preocupar.
•
Incentive-o a expressar os
seus pensamentos e sentimentos em relação à situação.
Se é natural que estas situações ocorram na
família, devemos também estar conscientes que são de evitar. Proteja os seus
filhos o mais possível!
Susana Matos Duarte
Psicóloga Clínica – Oficina de Psicologia
Bastante interessante...
ResponderEliminarGosto muito do artigo. Vou partilhar!!!
ResponderEliminar;)
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