(texto escrito por Inês Carvalho, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia)
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Todos nós já passamos por situações em que nos sentimos em perigo. Em que nos surgiu-nos
um sinal de alerta quase como dizendo “Não! Isso é perigoso.”
Contudo, também já todos nós
ouvimos o nosso cérebro dizer logo depois “Calma. Vai ficar tudo bem.”.
A verdade é que todos nós já sentimos medo mas, como adultos, já aprendemos a
acalmar-nos perante algumas situações de perigo.
Nas crianças, por vezes surgem medos que parecem não desaparecer.
Vão-se tornando, progressivamente, maiores e maiores. Às vezes, sem percebermos
porquê.
O medo surge desde muito cedo e assume diversas formas. Nas
crianças, assume manifestações muitas vezes difíceis de decifrar: birras,
pesadelos, monstros no armário, monstros debaixo da cama...
Mas, o que é o medo?
O medo é uma emoção que surge como resposta a uma situação sentida como
perigosa ou ameaçadora. Nas crianças, vão surgindo diferentes tipos de medo, de
acordo com as idades e períodos de desenvolvimento.
Importa perceber que a experienciação do medo tem um papel fundamental
no desenvolvimento infantil. É através da experienciação desta emoção que a
criança vai, progressivamente, aprendendo a reagir ao perigo e a
autorregular-se.
Mas, e quando este medo parece não passar?
-Facilitar a expressão emocional: É importante que a criança sinta que tem espaço para se expressar.
Qualquer que seja o medo, o importante é que este não seja ridicularizado.
Falando sobre este medo, podem descobrir estratégias para o superar.
-Tranquilizar a criança: Sentir medo é normal e quanto maior for esta noção, mais fácil será
ultrapassá-lo. Poderá dar à criança um exemplo de uma situação em que sentiu
medo, explicando como o conseguiu ultrapassar. Tranquilizando a criança estará,
também, a dar-lhe estratégias para que se consiga tranquilizar a ela própria.
- Formar uma equipa: A ajuda do adulto fará a criança sentir-se mais segura e confiante.
Elaborar um plano em conjunto para ‘desafiar’ este medo poderá ajudar. Respeite
o tempo da criança e ajuste o plano passo a passo.
- Não proteger em demasia: Ao fazê-lo, estará a passar à criança a mensagem de que esse medo tem
razão de existir e que não irá passar. É importante que a criança vá tomando
contacto com pequenas situações geradoras desse medo, para que possa superá-lo.
Inês Carvalho
Psicóloga Clínica da Mindkiddo – Oficina de Psicologia
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