Obrigada 25 de abril de 74! (e obrigada Deus por ser mulher e ter nascido depois desta data)

Não é que já não soubesse (aliás, se eu era menina para, na secundária, ter os meus cadernos forrados com imagens da revolução, em vez dos artistas da moda, por algum motivo era), mas por vezes é bom que nos recordemos ou que nos lembrem.

A reportagem que deu esta noite na SIC, sobre os direitos (ou falta deles) da mulher antes do 25 de abril, só me faz querer agradecer a quem lutou neste dia, há 40 anos (e lamentar ainda mais pelo rumo que o país está a tomar!).

- Obrigada por me terem permitido nascer já num país livre e democrático;

- Por poder votar;

- Por ter tido oportunidade de estudar, tirar um curso e até chegar a assumir uma função de chefia;

- Por ter podido casar com quem queria, quando queria;

- Por ter podido tirar a carta;

- Por não precisar de homem nenhum para comprar uma casa, abrir uma conta no banco ou para o que quer que seja;

- Por poder dizer o que penso, sem medo que o vizinho do lado se vá chibar;

- Por muitas, muitas coisas, mas, acima de tudo, por poder ter uma família linda, por adorá-la e ela ser, sem sombra de dúvidas, a principal razão da minha felicidade, mas por não (ter de) sentir que sou escrava dela, nem ter de viver o sentimento de submissão perante o meu marido ou o sentimento de perda de identidade a partir do momento em que casei. Amo a minha família, mas ninguém me ensinou a viver em função dela e a anular-me enquanto mulher e eu dou (MUITO) graças a Deus por isso.


25 de abril sempre! Fascismo nunca mais! (… e machismo também não, ainda que tenhamos de ter noção que ainda temos um caminho jeitoso a percorrer até podermos dizer que vivemos num país  igualitário).