sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O pragmatismo e a pureza das crianças

Ao jantar costumamos falar sobre o nosso dia. É uma forma de eu saber como correram as coisas com eles, sem ter de fazer a pergunta "como correu a escola?" Conto-lhes uma coisa sobre o meu dia, depois pergunto-lhes uma coisa muito concreta sobre o dia deles, mas mantendo o registo de "conversa informal", para não soar a interrogatório.

Ontem, o Gonçalo estava a contar-me que uns amigos fizeram uma apresentação sobre o samba. Daí saltámos para o tema "Brasil" e eu disse-lhe que as coisas estavam preocupantes naquele país. Ele perguntou porquê e eu expliquei-lhe, da forma mais simples que me ocorreu, que o país ia ter umas eleições em breve e que tudo indicava que ia ganhar um senhor que não respeita a igualdade das pessoas, porque acredita e defende que elas são diferentes, na medida em que uns merecem mais que outros, que uns merecem ser melhor tratados que outros, ou que merecem ganhar mais que outros, mesmo fazendo a mesma coisa...

Ele ouviu-me muito atento, e disse:

"Bem... é verdade que as pessoas são diferentes. Umas têm o cabelo preto, outras loiro, os olhos também são diferentes... mas não perecebo mesmo porque é que ele acha que umas pessoas são mais importantes que outras. Isso é muito parvo!"

E é isto. Gonçalo, 8 anos acabados de fazer!

Claramente, o mundo seria um lugar mais bonito se os governantes dessem ouvidos às crianças!

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