Continuando o tema das birras que abordei neste post... ;) |
O Francisco está com 20 meses e os famosos “terrible two” já começaram a
dar o ar da sua graça. As birras começam a ser cada vez mais frequentes e às
vezes não sei bem qual a reação que devo ter.
Eu já estava à espera, afinal de contas, passei pelo mesmo com o Gonçalo. Mas
o facto de estar à espera não quer dizer que seja fácil! Às vezes fico sem
saber se, perante aquela birra concreta, devo ralhar (sem gritar, claro!), pôr
de castigo, ignorar…
Na maior parte das vezes zango-me. Digo-lhe que aquilo não se faz ou que
faz dói-dói, mas também há alturas, quando ele insiste no comportamento que eu
estou a tentar contrariar, em que o sento no “chão do castigo” (que não é num
canto nem virado para a parede, porque isso faz-me confusão, e deixo-o lá uns
30 segundos). Também acontece com frequência tentar distraí-lo com uma coisa
qualquer. Para já, esta tática ainda resulta bastantes vezes J
Mas ninguém melhor para dar dicas sobre birras do que a Magda Dias, do blog
Mum´s the Boss. Seguem algumas:
5 Dicas para saber se é uma birra ou um comportamento manipulador
Ali entre os 18 e os 24 meses muitos pais referem-se a uma mudança (que por
vezes é brusca) do comportamento da criança. Alguns dizem que, de repente, o anjinho
virou diabinho e começam as famosas birras. Os ingleses até têm um termo
para esta fase - os terrible two ou os terríveis 2 anos. Categorias à
parte, afinal de contas o que é que está a acontecer?
Abaixo ficam 5 dicas para saber se afinal de contas o seu filho é um
manipulador ou se faz mesmo parte desta fase.
1. Respire fundo
O que está a acontecer é, simplesmente, a criança a crescer e a ter uma
maior noção de si e do que a rodeia. Até este período, esta consciência de si
não existia. Agora que a criança começa a adquirir a marcha e a fala, percebe
que está menos dependente dos adultos e que já pode uma série de coisas. Mas
não é bem assim. Por uma questão de segurança, ainda não pode tudo. Só que ela
não sabe disso e mostra a sua indignação e frustração desta forma. E é comum
ouvir os pais a dizer que a criança os desafia - eu digo-lhe que o seu filho
está a descobrir o mundo. E isso é uma aventura para ele, o que vai exigir
atenção e paciência dos pais.
2.Não ignore nenhuma birra
É comum dizer-se que não se deve dar tempo de antena a uma birra. Muitos
dizem que o melhor remédio para acabar com uma birra é mesmo ignorar a criança.
Infelizmente, não é assim tão linear.
Há birras tão sérias e tão intensas que, deixar a criança desamparada,
seria o mesmo que deixá-la sem cuidados quando cai e se magoa. Por isso, é
determinante identificarmos o que está a acontecer naquela situação.
Mas antes de continuar, gostava que me dissesse se sabe em que altura é que
o cérebro de um ser humano fica formado? Poderá ser uma surpresa para si mas os
estudos referem-se aos 25 anos de idade. Isto prova que competências como a
gestão do impulso e a autorregulação levam algum tempo a tornarem-se refinadas
e maduras. Se tem de esperar até aos 25 anos do seu filho para ele saber gerir
as birras? Claro que não! A sua ajuda e a qualidade das experiências que ele
vai ter é que são fatores decisivos para esse amadurecimento.
3. Descubra que tipo de birra é!
Há autores que se referem a dois tipos de birras - e esta categorização vai
ajudar-nos a olhar para os nossos filhos e a percebê-los melhor.
As birras do andar de baixo são as birras emocionais e são as mais difíceis
de gerir para a criança. Há um turbilhão de emoções que lhe acontecem e, porque
ela ainda não as sabe acolher, regular e gerir, dão a sensação de serem muito
exuberantes e barulhentas. Nessa altura, o mais importante a fazer é retirar a
criança do local e ajudá-la a acalmar-se. Podemos dar-lhe um abraço ou
simplesmente chamar por ela e, com muita calma, ajudá-la a focar-se noutra
coisa completamente diferente. Na grande maioria das vezes não há correção a
fazer - estas birras acontecem por algum momento de frustração e tão depressa
vêm como vão. É deixar a criança ir brincar.
As birras do andar de cima, ou seja, aquelas que acontecem na área mais
executiva do cérebro, são comportamentos mais manipuladores e, mesmo sendo
assim, estão certas. Porquê? Porque a criança sabe o que quer e atua nessa
direção. Faz o que tem a fazer!
Como saber qual é a diferença entre estas e as de cima? Usando o cliché do
chocolate - se nas do andar de baixo der à criança aquilo que ela quer, o
comportamento mesmo assim não pára. Nas do andar de cima, a criança sossega. E
isso vem mostrar-nos que, numa circunstância, ela estava a gerir-se e, na
outra, não tinha essa capacidade.
4. Descubra quem é o seu filho
É fundamental olharmos para os nossos filhos quando estes comportamentos
acontecem. Porquê? Porque só quando olhamos é que percebemos que tipo de
linguagem o corpo e o rosto comunicam. Há miúdos que ficam muito tensos, choram
com muitas lágrimas e outros que se deitam no chão. Cada um tem a sua forma de
reagir. Ao pai e à mãe cabe a capacidade de olharem e descobrirem o que é que,
afinal, a criança está a dizer.
5. Acolha os sentimentos - isso não significa ceder
Quando estamos perante as birras do andar de cima seria uma tontice ignorar
a criança. Vale a pena acolher os sentimentos. Dizer-lhe que sabe que ela
queria muito o chocolate ou ficar nos avós ou ainda ir dar mais uma volta no
escorrega é meio caminho andado para ela se sinta escuta e que saiba que a mãe
não rejeita o que ela lhe diz. E escutar não é ceder. É apenas acolher os
sentimentos do seu filho. E há momentos em que ele pode ter o que mais deseja e
outros em que não. Por isso é que ele não está contente e está no direito dele.
E sabe o que é isso? É a vida a acontecer.
Nota: Post escrito em parceria com a Milupa Comercial SA.
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