(texto escrito pela
psicóloga Vera Lisa Barroso, Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia)
"Hoje,
quando a minha mãe me foi buscar à escola, perguntou entre o assustado e o
admitarado: «O que aconteceu filho?»
Eu
tinha a cara cheia de arranhões, nódoas negras nas pernas e a minha t-shirt
preferida rasgada..."
Esta é uma das situações que mais preocupam os pais:
os filhos poderem andar às lutas com os seus pares.
Independentemente de quem é o culpado, o seu filho
ou os outros, é crucial participar na vida escolar dos seus filhos e não
ignorar o ocorrido.
É importante ensinar ao seu filho as formas mais
dignas de interagir e relacionar-se com os outros, assim como a importância do
convívio entre amigos. Ensine-o a respeitar os colegas e a evitar os confrontos
físicos como meio de resolver conflitos e desentendimentos. Uma situação como
esta exige uma conversa, onde perceba em primeiro lugar o que aconteceu
exactamente. Tenha em atenção que muitas vezes as crianças não dizem porque
andaram a lutar, por terem medo, vergonha ou até mesmo por estarem a ser
vítimas de bullying na escola.
Em caso de bullying
é crucial que os Professores e Direção da escola tomem conhecimento da
situação, de forma a poderem tomar medidas preventivas no espaço escolar. Se
ele se magoou, evite frases como “é para
aprenderes”, “bem feita” ou “eu não te avisei?”... Será suficientemente
problemático e humilhante para ele ter sido ferido.
Em crianças pequenas talvez seja aconselhável falar
com os pais do outro (ou outros) interveniente(s), de forma a transformar a
situação de luta numa situação amigável, onde as crianças poderão tirar as suas
aprendizagens e pedir desculpa uma à outra (independentemente de quem foi o
culpado).
As crianças estão a descobrir o mundo e a
experimentar relações, lutam e fazem as pazes com alguma frequência. A raiva
faz parte do crescimento de qualquer criança e torna-se passageira se for bem
contextualizada pelos adultos responsáveis.
Transmita-lhe confiança, dizendo que estará sempre a
seu lado, que o quer ajudar e que a violência não resolve os problemas. A
melhor forma de resolver as diferenças é o diálogo.
Vera Lisa Barroso
Psicóloga Clínica
Equipa Infanto-Juvenil
Oficina de Psicologia
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